terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Tite sabe. Deverá ter enorme trabalho psicológico. Mais difícil do que foi com Jadson. Corinthians já escolheu o substituto do meia que vai para a China: Marlone. Jogador de 23 anos que acumula expectativas e frustrações...

Tite sabe. Deverá ter enorme trabalho psicológico. Mais difícil do que foi com Jadson. Corinthians já escolheu o substituto do meia que vai para a China: Marlone. Jogador de 23 anos que acumula expectativas e frustrações...




A direção do Corinthians havia desistido de Jadson. Mano Menezes, autor da ideia pela troca por Alexandre Pato, não contava com o jogador em 2015. O ex-presidente Mario Gobbi também se cansara da insegurança, da inconstância e da falta de garra do meia. Foi um jogador inseguro, desmotivado que Tite encontrou. Sentira os últimos meses com Mano. E só embarcou para a pré-temporada nos Estados Unidos na última hora. Quando o uruguaio Lodeiro já havia dito que desejava ir embora, jogar no Boca Juniors. A direção corintiana negociava Jadson com o Flamengo. A transação foi travada quando Tite percebeu que não teria Lodeiro e que havia descoberto, com a ajuda de seu auxiliar, Cleber Xavier, a melhor maneira de encaixá-lo no time. Dando toda a intermediária direita enquanto Renato Augusto ficaria com a esquerda. Só que havia o lado psicológico. "Tite me passou toda a confiança que eu precisava. Sabia que poderia ajudar e muito ao Corinthians. Era uma questão de sentir que a pessoa que o comanda acredita no seu futebol. Foi exatamente o que aconteceu. E o resultado foi excelente", admitiu o meia. Tudo isso vale a pena ser recordado agora. Porque a parte burocrática está terminada. O Tianjin Songjiang formalizou à direção corintiana o que todos já sabiam. Irá pagar a multa de 5 milhões de euros, R$ 21 milhões. E levará o atleta para a Segunda Divisão Chinesa. Com o jogador, tudo foi fechado no início da semana passada. Serão R$ 1,4 milhão por mês. R$ 1 milhão a mais do que recebia. O contrato terá dois anos de duração. E ainda haverá bônus especial em caso de acesso à Primeira Divisão. Quem fechou a transação foi Vanderlei Luxemburgo, que finalmente exerce seu sonho. E age não só como treinador, mas como manager.

E é bom Tite ter aprimorado com Jadson seus dotes psicológicos. Todos os indícios dão conta que ele terá missão parecida a partir de janeiro. E outra vez o caso é complicado. Johnath Marlone Azevedo da Silva sempre foi apontado nas categorias de base do Vasco como uma das maires promessas do clube na última década. Habilidoso, inteligente, dono de uma técnica apurada. Havia a certeza de que seria jogador para a Seleção Brasileira. Marcelo Oliveira, de fugaz passagem por São Januário, o tirou dos juniores. Via um potencial diferenciado. Tanto que, quando foi para o Cruzeiro, pediu sua contratação. Os mineiros venceram árdua concorrência com Atlético Mineiro, Corinthians e Santos. Só que na Toca da Raposa mostrou seu grande defeito. A timidez. Foi um dos raríssimos erros de avaliação de Marcelo Oliveira e Alexandre Mattos na formação do elenco que ganharia duas vezes o Brasileiro. Acabou pedindo para sair. Acabou reserva do reserva. Pediu para sair. A origem para seu comportamento travado pode ser dramática. Nasceu muito pobre em Augustinópolis, no Tocantins. Acabou entregue à adoção. Sua mãe tinha apenas 13 anos quando teve gêmeos. Sem condição alguma de manter os dois, resolveu ficar com um dos filhos. O outro entregou para um amigo, Jaldo Saraiva da Silva: Marlone. O jogador trata Jaldo como se fosse seu pai. Foi ele quem o incentivou a ser jogador. Do Cruzeiro, foi para o Fluminense. Muita expectativa também por nada. Profunda desilusão para o então treinador Cristóvão, que sabia do seu potencial na base vascaína. Foi repassado para o Sport sem o menor trauma. Desde 2013, Marlone pertence ao empresários Marcus Sanchez e Fernando Garcia. Eles são donos da Elenko Sports. A empresa usa o Penapolense para registrar seus jogadores. Fernando é conselheiro do Corinthians. E já recebeu o pedido do clube para ter o meia em 2016.

Tite sabe que terá um de fazer um grande trabalho de recuperação na autoestima de Marlone. A sequência de decepções foi grande demais. Muito intensa em tão pouco tempo de carreira. Ele é profissional há três anos apenas. Já fracassou no Cruzeiro, no Fluminense e no Sport alternou grandes atuações com fraquíssimas. Quase toda vez vez que era cobrado, pressionado, nas partidas decisivas, não conseguiu render o que pode. O treinador corintiano sabe da expectativa da direção e dos torcedores. O time foi o melhor, a mais competitiva equipe do Brasil em 2015. Não foi por acaso que quebrou o recorde de pontos conquistados no torneio nacional. Não havia lugar para jogar que não se submetesse a um ritmo intenso durante os 90 minutos. Não havia espaço para titubeio. Além do gênio introvertido, as características de Marlone são mais semelhantes às de Renato Augusto. Está longe de ter a mesma precisão nas bolas paradas de Jadson. E nem mesmo os toques rápidos, ágeis. Ou seja, sua adaptação precisará ser dupla. Será um dos grandes desafios para Tite em 2016. Fernando Garcia, irmão de Paulo e filho de Damião, eternos candidatos derrotados à presidência corintiana, já conversou com Roberto de Andrade. O clube já tem a prioridade por Marlone.

Mas como há muito estará em jogo a conquista do bicampeonato da Libertadores, outras opções estão sendo analisadas. Empresários ofereceram o meia equatoriano Juan Casares, que atua na Argentina, no Banfield. A direção do Atlético Mineiro chegou primeiro. Mas os mineiros também negociam com Benitez do Independiente. Se desistirem de Casares, Tite tem boas informações sobre ele. A grande verdade é que o treinador não esperava perder Jadson. Tinha muito mais medo da saída de Renato Augusto, com 27 anos, cinco anos a menos e com mais mercado. Mas Tite já conversou com Roberto de Andrade. E disse que não pode perder os dois jogadores ao mesmo tempo. Se surgirem propostas, que segure pelo menos Renato Augusto até o meio do ano. O vascaíno Luan surge como provável peça de reposição para a saída de Felipe. O empresário Giuliano Bertolucci está buscando uma equipe na Europa para ele. Foi oferecido para o Monaco e ao mercado inglês e italiano. Há grande esperança de negociação por parte da diretoria. Bertolucci e Kia seguem visitando empresários e dirigentes europeus. Completaram quatro meses ofertando Alexandre Pato e até agora, nenhum resultado prático. Se continuar assim, deverá ser obrigado a se reincorporar ao elenco para a pré-temporada nos Estados Unidos. E, muito provavelmente, ser parceiro de Marlone...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Dec 2015 10:48:49

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