sábado, 5 de dezembro de 2015

São Paulo alardeia. Aceitou a auditoria da Price em todos seus contratos nos últimos cinco anos. Dinheiro jogado fora pelo bilionário Abílio Diniz. Muito melhor, mais barato e efetivo, seria ouvir Ataíde Gil Guerreiro...

São Paulo alardeia. Aceitou a auditoria da Price em todos seus contratos nos últimos cinco anos. Dinheiro jogado fora pelo bilionário Abílio Diniz. Muito melhor, mais barato e efetivo, seria ouvir Ataíde Gil Guerreiro...




Abílio Diniz é um dos maiores empresários da história do Brasil. Vale a pena reproduzir o que o diretor de conteúdo digital da revista Dinheiro, escreveu sobre ele. Desde que deixou a rede varejista Pão de Açúcar, oficialmente em setembro de 2013, a fortuna do empresário Abilio Diniz se multiplicou por pelo menos três. Com a queda do valor das ações do Pão de Açúcar, que se desvalorizaram 44,9% neste ano, os 21% que Diniz detinha na rede varejista valeriam aproximadamente R$ 3 bilhões. Diniz vendeu suas ações antes dessa queda, quando os papeis valiam cerca de R$ 100. Hoje, estão cotados R$ 53,75. Desde então, o empresário brasileiro diversificou seus investimentos por meio de gestora de recursos Península, que passou a administrar a fortuna de Diniz. Atualmente, os investimentos de Diniz são avaliados em R$ 9 bilhões, segundo cálculo feito pelo blog BASTIDORES DAS EMPRESAS Antes de sair do Pão de Açúcar, Diniz investiu na processadora de alimentos BRF, fusão da Sadia e Perdigão. Estima-se que ele detenha 3% da empresa, que vale R$ 1,7 bilhão. A maior tacada de Diniz, no entanto, foi na rede varejista francesa Carrefour, rival do Casino, que passou a controlar o Pão de Açúcar no Brasil. O empresário brasileiro é dono de uma fatia de 5,07% do Carrefour global, avaliada em R$ 4,3 bilhões. No Brasil, ele comprou 12% da rede varejista, pagando estimados R$ 2,2 bilhões. Sua participação na subsidiária brasileira pode chegar a 16% até 2019, segundo acordo assinado com os franceses. O portfólio de Diniz conta ainda com a rede varejista suíça Dufry e com o grupo educacional Anima. Na primeira, o empresário brasileiro detém pouco mais de 5% junto com a gestora Tarpon – essa fatia pode valer R$ 600 milhões, se o empresário brasileiro for dono de metade das ações. Na Anima, Diniz é dono de 6% das ações – algo em torno de R$ 60 milhões. Ou seja, de ingênuo, Abílio nunca teve nada. Ou não chegaria a ser uma das maiores fortunas deste país, com uma economia tão problemática. São paulino apaixonado, ele sempre foi amigo de Juvenal Juvêncio. Eles combinavam. Da mesma maneira que Abílio adorava controlar com mão de ferro suas empresas, Juvenal fazia o mesmo com o clube. Abílio não se conformava pela maneira ultrapassada que seu clube do coração era gerido. Com administração ultrapassada. Discutia com Juvenal bebericando em restaurantes caríssimos de São Paulo. Mas o ex-presidente era resistente. Fiel aos seus métodos. Veio Carlos Miguel Aidar. Ele se aproximou de Abílio. Queria que ele fosse um dos cem são paulinos ilustres a investirem R$ 1 milhão no clube. Diniz se recusou e ofereceu duas coisa. Um CEO, Alexandre Bourgeois, para modernizar a administração. E pagar do seu bolso a auditoria da Price Waterhouse Coopers. Para avaliar não só a situação econômica do clube. Mas os contratos recentes. Aidar aceitou Bourgeois e recusou a auditoria. Logo demitiu o CEO com a desculpa que ele estava expondo demais o clube para a imprensa. Também por haver se encontrado com Carlos Augusto Barros e Silva, então presidente do Conselho Deliberativo. Carlos Miguel o tratava como "frustrado" por não conseguir há anos a presidência.

A dívida do São Paulo crescia. Batia nos R$ 300 milhões. E os contratos era cada vez mais "estranhos". A começar pela troca da Penalty pela Under Armour, com direito a uma comissão de R$ 18 milhões. O vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, acabou por dar um soco na cara de Aidar. Por ter recebido uma proposta que chamou de indecente. A de repartir a comissão de Gustavo, um jogador da Portuguesa. Além disso, houve o caso Iago Maidana. Jogador que foi contratado por intermediários do Criciúma por R$ 800 mil. E dois dias depois, repassado ao clube por R$ 2 milhões. Até agora ninguém explicou para os conselheiros como o São Paulo aceitou essa transação feita com donos de uma distribuidora de bebidas. Ataíde mandou um e-mail ameaçando expor as negociações envolvendo Aidar se ele não renunciasse. O blog publicou com exclusividade o conteúdo da mensagem eletrônica. "O vazamento do e-mail impediu que Aidar seguisse presidente", disse Leco a conselheiros. Houve a renúncia e Carlos Augusto Barros e Silva não pode ser mais tratado de "frustrado" por quem quer que seja. Chegou ao cargo que sempre sonhou. Só que ele pertence ao grupo de Juvenal e de Aidar. Tem o temperamento "conciliador". A primeira atitude foi avisar que tudo o que aconteceu de errado seria tratado internamente. Ficou claro que não haveria escândalos. Nem Ministério Público. Tudo seria "abafado" e mantido longe da imprensa. Os conselheiros ficaram revoltados com a nítida proteção a Aidar. Principalmente Abílio Diniz. Ele insistia com a auditoria da Price. Seguiria bancando do próprio bolso. Neste sábado pela manhã, Leco decidiu vazar a informação que aceitou. E que todos os contratos nos últimos cinco anos serão detalhadamente analisados pela auditoria. A intenção é passar para o público é que passará um "pente fino" no São Paulo. Só que não é bem assim. Abílio precisa ser avisado. Ao contrário do que acontece no varejo, as negociações do futebol são muito mais complicads. Principalmente envolvendo comissões. E muitas delas não são lançadas em lugar algum. São tratadas diretamente entre as partes. O dinheiro é contabilizado como um todo. Sem especificar quem pagou o que. E para quem pagou. Em todos os clubes é assim. A falta de transparência impera. Além dessa auditoria, o melhor que Abílio faria para o São Paulo seria questionar Ataíde Gil Guerreiro. Ele acompanhou todas as negociações no período Aidar. Tem condições de dar detalhes que podem não estar nos papéis. Caso isso não aconteça, o dinheiro cobrado pela Price pode ser um grande desperdício. Leco prometeu averiguar a gravação que Ataíde teria feito de uma conversa com Aidar. A pessoa encarregada de analisar as denúncias foi escolhida. Wilton Brandão Pereira Filho, o presidente do Comitê de Ética. Depois de ficar um mês de possa da fita, ele se afastou do cargo. Alegando problemas de saúde. Mas e o que ouvi? Cadê o relatório? Houve tempo mais do que suficiente para passar as denúncias ao presidente. Só que o silêncio impera.

O presidente do São Paulo quase chorou na despedida de Luís Fabiano. O jogador disse que não entendia porque não ficaria no clube. O motivo é óbvio. Leco não quis que continuasse. Também era defensor da aposentadoria de Rogério Ceni há pelo menos três anos. Detesta veteranos. Só engolirá Lugano se politicamente não houver outra saída. O bilionário Abílio Diniz precisa entender. A administração de um clube brasileiro é muito diferente de qualquer empresa. Qualquer um deles. A simples auditoria da Price não basta. Por motivo simples. Muito do que acontece no futebol deste país não vai para o papel. E nunca irá. Que chame Ataíde Gil Guerreiro para conversar. Abílio pode se surpreender com o que ouvirá...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 05 Dec 2015 14:45:44

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