domingo, 27 de dezembro de 2015

Paulo Nobre reformulou o Palmeiras sem apelar para o dinheiro da Crefisa. Montou um time competitivo para a Libertadores. Não um arsenal de estrelas, como sonhavam ingênuos. Não quis o clube dependente de uma 'nova Parmalat'...

Paulo Nobre reformulou o Palmeiras sem apelar para o dinheiro da Crefisa. Montou um time competitivo para a Libertadores. Não um arsenal de estrelas, como sonhavam ingênuos. Não quis o clube dependente de uma 'nova Parmalat'...




1º)Corinthians 134.886 sócios-torcedores. 2º)Palmeiras 129.903. 3º)Internacional 112.756. 4º)Grêmio 88.822. 5º)São Paulo 80.409. 6º)Cruzeiro 73.056. 7º)Flamengo 64.723. 8º)Santos 62.313 9º)Atlético Mineiro 48.025. 10º)Sport 41.815. Neste ranking está o segredo que anima o Palmeiras a não transformar a Crefisa na nova Parmalat. Ser segundo nesta disputa significa ser o primeiro disparado. O clube de Paulo Nobre embolsou mais de R$ 40 milhões com mensalidades pagas por seus torcedores. Os corintianos ficaram em R$ 9 milhões. A diferença são duas. A primeira, o repasse das administradoras dos planos. A Fiel Torcedor fica com 45% do que arrecada. Chega ao Corinthians, 55%. A segunda, como o preço dos planos é mais baixo, o dinheiro foi muito menor. O Palmeiras fica com 90% do plano Avanti. E como cobra mais caro, contabiliza mais dinheiro. O levantamento foi feito pela Folha de São Paulo e fortaleceu Paulo Nobre. O presidente vinha sendo questionado depois que se afastou do casal José Roberto Lamacchia e Leila Pereira. O blog publicou o afastamento logo após o Brasileiro. A briga dos bilionários foi motivada depois que Nobre percebeu os planos políticos de Leila. Ela se aproximou do grupo político liderado pelo ex-presidente Mustafá Contursi. O mesmo que sustenta Paulo. Assim que o clube conquistou a vaga para Libertadores, vencendo a Copa do Brasil, Leila e Lamacchia passaram a ser adulados. Seriam os responsáveis pela contratação de pelo menos quatro grandes craques. Eles tornariam o clube imbatível na principal competição da América do Sul em 2016, sonhavam os conselheiros e torcedores. Depois de 17 anos, o sonho do segundo título da Libertadores se tornava mais real. "O palmeirense vai amar mais a Crefisa e a FAM do que amou a Parmalat. Vivemos do presente. O passado foi glorioso, mas o palmeirense vai amar mais a Crefisa e a Faculdade das Américas", discursava Leila, enquanto exibia a taça da Libertadores na Faculdade das Américas.

Enquanto muitos torcedores brigavam para tirar fotos ao lado de Leila, pegar um autógrafo, tocar na empresária, suas promessas eram travadas por Paulo Nobre. Ele já sabe muito bem que o patrocinador já investiu mais de R$ 100 milhões no clube. Além do patrocínio na camisa, deu dinheiro para a reforma do Centro de Treinamento e nas contratações de Lucas Barrios, Thiago Santos, Leandro Almeida e na renovação com Vitor Hugo até agosto de 2020. Esse dinheiro pode impressionar quase qualquer mortal no Brasil. Ainda mais neste pior Natal para os comerciantes nos últimos dez anos. Onde a indústria que mais cresceu foi a fabricante de repelentes para a dengue e do zika vírus. Mas não para o presidente palmeirense. Ele também tem a família bilionária. Ele percebeu. Só havia uma maneira de travar o crescimento do casal na vida íntima palmeirense. Não cedendo a tentação de contratações importantes. Everton Ribeiro, Fred, Conca, o paraguaio Bruno Valdez, Ricardo Goulart, Lucas Lima ficaram esquecidos. Como não foram pedidos à Crefisa, não foram contratados. Nobre decidiu contratar de acordo com a realidade palmeirense. Ele também não quis mais emprestar dinheiro de sua fortuna pessoal. Já colocou mais de R$ 139 milhões que estão sendo devolvidos aos poucos. Só assim conseguiu administrar o clube. Os membros do Conselho de Orientação Fiscal permitiram porque sabiam com tudo estava complicado, desde a saída de Arnaldo Tirone. Mas trataram de impedir novos empréstimos, que transformavam o Palmeiras no clube de um dono. Nobre sabia que a situação se equilibraria com o término da construção da nova arena. Foi o que aconteceu. E o plano está seguindo até melhor do que esperava. Assumiu o clube na Segunda Divisão, subiu, o manteve a duras penas na Série A. Em 2015, o desejo era a vaga para a Libertadores. Ela veio. E agora montar um time para tentar vencer a competição. Ou ao menos chegar o mais longe possível e fazer esse caminho muito lucrativo.

Ele apostava na parceria íntima com Leila e José Roberto. Mas houve a inesperada disputa política. Que segue interna. Nobre ouviu de seu mentor, Mustafá, o quanto a Parmalat teve autonomia, mandou no futebol. E depois virou as costas quando quis, provocando uma imensa crise política e financeira, cujos efeitos duram até hoje. Externamente, a crise com a Crefisa se manifestou na tola briga porque o departamento de marketing do Palmeiras quis vender uma camisa retrô com a Parmalat como patrocinadora. Leila aproveitou a deixa e mostrou o quanto é péssimo seu relacionamento com Paulo Nobre. Já sabia que estava sendo tolhida politicamente. "Eu recebi um e-mail do Marcelo Puggina (assessor especial do Palmeiras), que é o porta-voz do Paulo (Nobre), dizendo que a Adidas procurou o Palmeiras para fazer um edição limitada de uma camisa da Parmalat, e iria estampar a marca da Parmalat. Isso é uma falta de lealdade, falta de escrúpulo com o patrocinador. E motivo para rescisão de contrato. O patrocinador máster é a FAM, é a Crefisa. Investimos quase R$ 100 milhões no Palmeiras, estamos reformando a Academia e o Nobre vem com essa proposta indecente? Acham que a gente é trouxa? "Se o Palmeiras está em melhores condições é pelo patrocinador e pelo seu torcedor, que continua indo aos jogos mesmo perdendo como está perdendo, e isso não é culpa do patrocinador, mas das contratações ruins que fizeram. Não é a primeira vez que o Paulo cria esse tipo de situação com a gente. Eu disse a vocês que nunca tinha dito não ao Paulo, mas de um tempo para cá a Crefisa e a FAM estão meio irritadas com esse Paulo. "Não vamos aceitar. Se a Adidas lançar qualquer camisa que não seja com o atual patrocinador, o contrato da Crefisa e FAM com o Palmeiras estará rompido. Onde ele (Nobre) vai achar um patrocinador para fazer as contratações de quinta categoria que ele fez? "Para continuar assim, eu largo o Palmeiras e vou para o Flamengo, que dá muito mais visibilidade." Paulo Nobre não permitiu que a camisa fosse feita. Mas não perdoou cada palavra dita por Leila. Apenas mandou avisar que ele também "não é trouxa". E que o contrato de dois anos com a Crefisa está muito bem amarrado juridicamente. Leila recuou. E o presidente se afastou. Na festa de conquista da Copa do Brasil, Leila e José Roberto não foram convidados para comemorar com os jogadores e o dirigente. Quando o troféu da conquista foi para a Faculdade das Américas, Paulo Nobre não passou nem perto. O dirigente é sutil. Não repete Leila. É duro e não explícito. Pessoas que o cercam consideram que ele foi brilhante na resposta, dirigida a ela, no site da Globo. "Quero deixar claro: a Crefisa, a FAM e a Prevent Senior pagam religiosamente o maior patrocínio do Brasil hoje. Eles não têm obrigação de investir em jogadores. O que aconteceu em 2015 é que o Palmeiras viu a necessidade de fazer uma ou outra contratação que não tinha condições, e eles vieram ajudar. "É até injusto deixar o palmeirense na expectativa de que, além de pagar tudo o que eles pagam, fiquem investindo em jogador. Temos até um canal aberto com eles para caso seja necessário em algum momento, mas o Palmeiras tem a obrigação de andar com as próprias pernas.

"Eu cobro muito do palmeirense que se torce um sócio Avanti, porque cada Avanti a mais é um Palmeiras mais forte e andando com as próprias pernas. Exigir ou se decepcionar porque o patrocinador não trouxe esse ou aquele é injusto. O palmeirense tem de agradecer muito a essas três empresas que entraram num momento ímpar do clube. Ninguém estava acreditando, e eles acreditaram. O Palmeiras não vai ficar abusando da boa vontade dos patrocinadores." E por isso, o Palmeiras tem R$ 40 milhões do Avanti. Esse dinheiro é quase o dobro dos R$ 22 milhões que a diretoria do Flamengo conseguiu para Muricy reforçar o time, por exemplo. Por isso, Rodrigo, Moisés, Régis, Vagner, Edu Dracena, Roger Carvalho e Erik foram contratados. Jean, do Fluminense, é ainda uma grande possibilidade. Como a permanência de Rafael Marques. Tudo envolvendo dinheiro do Palmeiras e não da Crefisa. O time na Libertadores será competitivo. Não um arsenal de estrelas, como muitos torcedores iludidos sonhavam.

O dinheiro do sócio torcedor e dos ingressos na nova arena são as grandes armas de Paulo Nobre.

Assim como tentará aumentar a cota que a Globo paga.

Menor do que Corinthians, Flamengo e São Paulo recebem.

Ele não quer depender da Crefisa.

E muito menos que a empresa seja perto do que a Parmalat foi.

Não enquanto for presidente do Palmeiras...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Dec 2015 20:33:18

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