segunda-feira, 25 de maio de 2015

Acabou o encanto com Vanderlei Luxemburgo na Gávea. O fracasso e mais uma nova demissão rondam o ultrapassado técnico. Sua saída da Gávea pode ser mais rápida do que uma partida de pôquer...

Acabou o encanto com Vanderlei Luxemburgo na Gávea. O fracasso e mais uma nova demissão rondam o ultrapassado técnico. Sua saída da Gávea pode ser mais rápida do que uma partida de pôquer...




De maneira pragmática: eliminação da Copa do Brasil de 2014 para o Atlético. Derrota por 4 a 1 no Mineirão. Classificação no Campeonato Brasileiro do ano passado: décima colocação. Queda na semifinal do Campeonato Carioca de 2015. Nem à decisão do torneio estadual conseguiu chegar. Preparação exigida e cara, em Atibaia, interior paulista. Fundamental para uma arrancada vitoriosa no Campeonato Brasileiro de 2015, garantia o técnico. Largar na frente, mostrar a força do clube. "Acumular gordura", pontos importantes, "logo de cara". A meta era três vitórias. Os jogos vieram. O máximo que o time conseguiu foi um empate com o Sport em casa. Duas derrotas: para os reservas do São Paulo e ontem diante do limitado Avaí. Flamengo já na zona do rebaixamento. Por tudo isso, o presidente Bandeira de Mello percebeu. O trabalho de Vanderlei Luxemburgo não tem nada de especial. Muito pelo contrário. Seus companheiros de direção do Flamengo começam a entender porque estava há oito meses desempregado, largado. Com muitas portas fechadas. Vanderlei já age na Gávea como sempre. Depois de um início com muito empenho, entrega, ele afrouxou. Começou a falar, se comportar como manager. Comprando brigas com a Federação Carioca, criticando árbitros, telefonando para jogadores fingindo não perceber que o clube está se reconstruindo. E ainda tem mais de R$ 600 milhões em dívidas. Na Vila Belmiro há quem jure que foram muitas ligações para Robinho. Mesmo sabendo que ele deseja receber R$ 1 milhão a cada 30 dias. Petros, Luís Fabiano, Guerrero, Valdivia e hoje Elias. Pessoas ligadas ao treinador costumam espalhar para jornalistas nomes de jogadores que interessam ao Flamengo. O que só tumultua a vida dos dirigentes. Principalmente porque não há dinheiro para grandes investimentos. Demorou, mas eles perceberam que, na verdade, é o treinador tentando reforçar o time a todo custo. Não por conquistas. Seu intuito é voltar a comandar um trabalho vencedor. Reforçando o clube mesmo sem dinheiro, ficaria mais fácil desviar sua carreira de outro ano frustrante, fracassado. Já soma 11 anos de decepções em termos nacionais. Virou mero colecionador de desilusões, demissões e multas rescisórias. Foi assim no Palmeiras, Atlético Mineiro, Flamengo, Grêmio, Fluminense. Estava esquecido depois que foi despachado das Laranjeiras. Precisava de mídia.

Por isso não titubeou. Afinal havia jurado a amigos, anos atrás, que trabalharia na Copa de 2014. Não foi o técnico da Seleção Brasileira, como estava nos seus planos, quando seu nome era levado em consideração, há 11 anos. Tudo o que conseguiu foi escrever uma coluna para o jornal O Estado de S. Paulo. E comentar alguns jogos para a Fox Sports. Graças ao elo que cultua com alguns jornalistas importantes. Ele sabe usar as pessoas. Voltou ao Flamengo. E esperto, tudo o que fez, foi avisar. "Vim para tirar o time da confusão. Essa é a meta." Ele tratou de avisar aos mais empolgados com suas primeiras vitórias inesperadas. Seu comportamento inseguro só demonstrou como ele se deteriorou como treinador. Desmereceu seu próprio elenco. Assim, se protegeu. Criou um escudo. E até sorria, piscava nas coletivas em que tinha de explicar suas derrotas. Encarava jornalistas afoitos e dirigentes que ousaram acreditar que o Flamengo seria um dos classificados para a Libertadores. Ou ganharia a Copa do Brasil, empurrado pela torcida mais empolgante deste país. Se portava como o adivinho do próprio fracasso. Agia como se dirigisse um clube pequeno, fadado ao fracasso. Não o mais popular e com uma história magnífica a ser respeitada. Se assumindo um torcedor flamenguista e futuro candidato a presidente do clube, Vanderlei acreditou que não seria cobrado. Não por Eduardo Bandeira de Mello, muito mais um administrador, com 35 anos de experiência no BNDES. Ele não ousaria interferir no seu trabalho. Não depois do assédio do que aconteceu há um mês.

Carlos Miguel Aidar, tão vaidoso quanto Vanderlei, telefonou e ofereceu o São Paulo para treinar. Clube em que, durante os reinados de Marcelo Portugal Gouvea e Juvenal Juvêncio, seu nome era proibido até de ser pronunciado. "Esse nunca colocará os pés no Morumbi. Não tem perfil para comandar o São Paulo. E nem nunca terá", bradava Juvenal Juvêncio. "Aqui, técnico é técnico. Não é manager ou coisa que o valha. Quem compra ou vende jogador é a diretoria. Técnico é funcionário."

Juvenal sempre odiou a mania de Luxemburgo tentar se comportar como dirigente. Carlos Miguel, não. Ele sabe que o São Paulo está endividado. Não há recursos para grandes contratações. O passado do clube é muito vitorioso, sua torcida exigente. Sem como buscar atletas poderosos, ele pensou em Vanderlei como escudo. O avô de 63 anos sabe lidar com a mídia. Desviar o foco do que acontece na parte social, por exemplo. Carlos Miguel entende Luxemburgo como ninguém no cenário brasileiro. O dirigente também é vaidoso. Se porta como se fosse o mais inteligente dos dirigentes. E que é cercado por pessoas incapazes. Como se só ele tivesse direito à sabedoria.

Luxemburgo soube capitalizar o interesse de Aidar. Fez como sempre. Pesou o que seria melhor não para os clubes. Mas para ele. E decidiu ficar na Gávea. Teria mais moral para exigir os reforços que tanto deseja. Não sem antes, agradecer demais a Carlos Miguel. E dizer que um dia quer ter o prazer de estar ao seu lado. Vaidoso, falou as palavras que um vaidoso gostaria de ouvir. Mas no futebol a avaliação é fácil. Os resultados e o péssimo comportamento do Flamengo em campo trataram de sabotar a moral de Vanderlei Luxemburgo. O seu ambiente na Gávea já é ruim. Como sempre ele age como se todos fossem culpados pelos recentes fracassos do time. Menos ele. A bola saiu no segundo gol do Avaí. Mas o Flamengo outra vez foi muito mal em campo. Como já havia sido contra o São Paulo e Sport. As desculpas de Vanderlei ficaram manjadas. Não convencem mais os dirigentes e torcedores rubro-negros. Eles o tiraram do desemprego por R$ 300 mil. Na renovação do contrato houve o desgaste por sua exigência de R$ 700 mil, como multa o pagamento integral dos meses que faltarem para acabar seu contrato e mais três reforços com nível técnico para jogar na Seleção. Teve de aceitar R$ 500 mil com multa de apenas um salário. Na Gávea já ninguém mais ri das suas piadas sujas. Dirigentes e jogadores apenas o suportam. Ainda mais em um dia como hoje. Com o time contabilizando mais um fracasso, desta vez diante do limitado Avaí. E, como por encanto, os boatos sobre reforços surgem, de repente, para a imprensa. O nome da vez é Elias. Que ninguém estranhe se a direção do Flamengo se cansar de Vanderlei mais rápido do que ele possa sonhar. Mais veloz do que uma partida de pôquer...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 25 May 2015 12:17:04

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