terça-feira, 26 de maio de 2015

Flamengo ficou entre Guerrero e Robinho. A diretoria apostou no artilheiro midiático. Medo das organizadas corintianas pesou. E o artilheiro virou as costas para a melhor proposta, a do Palmeiras...

Flamengo ficou entre Guerrero e Robinho. A diretoria apostou no artilheiro midiático. Medo das organizadas corintianas pesou. E o artilheiro virou as costas para a melhor proposta, a do Palmeiras...




A diretoria do Flamengo de forma geral estava cansada das bravatas de Vanderlei Luxemburgo. Muita conversa e péssimos resultados em campo. Folgas excessivas. Estranha obsessão por concentração em Atibaia. Entre várias coisas fúteis que o treinador falou, uma chamou a atenção de Eduardo Bandeira de Mello. Sobre a necessidade de o clube ter um ídolo. Jogador que atraísse torcida, mídia e patrocinadores. O presidente ficou entre dois nomes. Robinho e Guerrero. Avisou o vice de futebol, Alexandre Wrobel, e o diretor executivo, Rodrigo Caetano: com dívidas que batem nos R$ 600 milhões, só há como colocar dinheiro em uma só contratação de peso. Robinho quer ganhar R$ 1 milhão, pelo menos. Ele está cansado de esperar o Santos melhorar financeiramente. A renovação está emperrada. Os dirigentes flamenguistas pesaram a sua representatividade no Rio. E no Exterior. Chegou a vez de Guerrero. Souberam das cifras que pedia para o Corinthians. R$ 21 milhões de luvas e mais R$ 520 mil de salários por três anos. O interesse pelo peruano prevaleceu. Tatuado, autor dos gols que deram o título mundial ao time paulista, estrela maior da Seleção Peruana e ainda artilheiro. Tem muito mais apelo como ídolo flamenguista. Eduardo Bandeira de Mello consultou Roberto de Andrade. Não quis romper o ótimo relacionamento entre os dois clubes. Essa união garante as maiores cotas de televisão pagas aos times brasileiros. E ainda o patrocínio estatal da Caixa Econômica Federal. O clube mais popular do Brasil e o mais popular de São Paulo mantêm proximidade fraternal. Roberto de Andrade mandou avisar que não iria mesmo renovar com Guerrero. Agradeceu a consideração do flamenguista. E o autorizou a procurar os empresários do jogador. Bandeira perguntou também sobre a possibilidade de levar Elias e Petros. O presidente corintiano disse que não colocaria obstáculo algum. O volante não quis voltar para a Gávea. E os dirigentes flamenguistas querem ouvir o treinador que substituirá Luxemburgo sobre Petros. Se vale a pena contratá-lo.

Só Guerrero seguiu sendo a prioridade. Os agentes do jogador trataram de abrir negociação. Eles tinham a certeza de que o Palmeiras de Paulo Nobre poderia bancar o que o artilheiro estava exigindo. Chegou recado do executivo de futebol do Palmeiras, que o clube poderia mesmo bancar perto do que Guerrero exigia. A partir daí houve um certo desacerto entre o jogador e seus empresários. O atacante tem um medo enorme das organizadas corintianas. Quando vândalos infiltrados nas torcidas invadiram o CT em 2014, ele ouviu, assustado os gritos. Eles ameaçavam quebrar as pernas de Sheik e de Pato. O ex-presidente Mario Gobbi confirmou que o peruano foi pego por alguns torcedores, que o esganaram. Apertaram seu pescoço. Ele escapou correndo. A Polícia de São Paulo queria que Guerrero fosse depor e reconhecer os agressores. Mas ele não atendeu aos chamados. Não quis comprar essa briga. Até porque tinha a certeza que renovaria seu contrato por mais três anos. E iria. Se o Corinthians não se enrolasse no péssimo contrato envolvendo o pagamento do Itaquerão. A diretoria assumiu no ano passado a impossibilidade de pagar em dia os atletas. A prioridade seria bancar os mais baratos. Os maiores salários que esperassem para receber o que tinham direito. Para piorar a situação do artilheiro, seus empresários discutiram feio com Gobbi. Eles ficaram com a certeza que a diretoria havia vazado a pedida de renovação do atacante para a imprensa. O ex-presidente queria renovar de qualquer maneira. Mas exigia uma redução da pedida de luvas de sete milhões e mais R$ 520 mil mensais. Os empresários do jogador avisaram que a renovação antecipada não aconteceria. Não enquanto Gobbi fosse presidente. A proposta seria discutida por Roberto de Andrade e Andrés Sanchez. Só que o Itaquerão seguiu sendo um problema enorme, até aqui, insolúvel. Andrés quer renegociar a dívida, mas está difícil demais. E Guerrero foi para o final da fila.

Guerrero sabia dessa situação. E garantiu em novembro do ano passado que não jogaria em nenhum clube no Brasil que não fosse o Corinthians. Promessa ampla demais, que viria a se arrepender. O mercado europeu, sonho do jogador, está trancado para o peruano de 31 anos. O Corinthians não tem a possibilidade de mantê-lo depois de 15 de agosto. O atacante chegou a ter oito meses de direito de imagem atrasado. E se sentiu muito desprestigiado, injustiçado no Parque São Jorge. Estava irritadíssimo quando disputou a Libertadores. A situação explica o descontrole na competição. Guerrero foi aconselhado a seus agentes a rever a promessa de não atuar em nenhum time brasileiro a não ser o Corinthians. E até paulista, quem sabe o Palmeiras, se Paulo Nobre resolvesse bancar o desejo de Alexandre Mattos. Só que o peruano foi claro. Ele não poderia ficar contra as organizadas corintianas. Não poderia jamais provocá-las indo para o Palmeiras, maior inimigo. Foi quando apareceu a proposta flamenguista. R$ 4 milhões na mão de luvas. Os demais R$ 8 milhões diluídos até seu final de contrato de três anos. Seriam cerca de R$ 200 mil mensais a mais. Se juntariam com os R$ 520 mil que pedia ao Corinthians. Na prática, R$ 720 mil por três anos. O Flamengo envolveria R$ 25.920.000,00 com o artilheiro. Guerrero resolveu logo após a partida contra o Fluminense, tirar ele mesmo o Palmeiras da briga. Quis espantar seus empresários, fascinados pelo que o time do Palestra Itália poderia pagar. Muito próximo do que havia sido pedido para o Corinthians. Assim tudo ficou aberto para o Flamengo. O nome de atacante também circulou no Cruzeiro. Mas os dirigentes cariocas foram mais firmes, determinados.

A transação está acertada, apalavrada. Só está faltando a assinatura do contrato. Guerrero é a principal atração peruana para a Copa América. Quando ele voltar ao Brasil, tudo deverá ser fechado de vez. Isso se ele não voltar atrás e aceitar o Palmeiras. Conselheiros rubro-negros ainda acalentam dois sonhos. Um meia e um volante. Luxemburgo havia deixado as indicações de Diego e de Felipe Melo. A diretoria já recusou seguir negociação com Robinho. Mas analisa a possibilidade de repatriar a dupla. Com calma, sem loucura. O acerto com Guerrero foi uma aposta de risco calculado. Bandeira de Mello acredita que ele será muito importante para nova arrancada do Flamengo, no segundo semestre. Pelo retorno de mídia espontânea entre ontem e hoje, o presidente tem a certeza que pelo menos uma coisa Luxemburgo deixou de bom na Gávea. A indicação do peruano...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 May 2015 04:56:25

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