quinta-feira, 14 de maio de 2015

Para a Globo, sem o Corinthians, a Libertadores acabou. Não há o menor interesse em mostrar Internacional ou Cruzeiro para São Paulo ou Rio. Seus torcedores que paguem por canais a cabo...

Para a Globo, sem o Corinthians, a Libertadores acabou. Não há o menor interesse em mostrar Internacional ou Cruzeiro para São Paulo ou Rio. Seus torcedores que paguem por canais a cabo...




Internacional contra Santa Fé da Colômbia. Cruzeiro contra Boca Juniors ou River Plate. Ida e volta. Essas partidas deveriam ter a atenção do país. Afinal envolverão os dois últimos representantes brasileiros na Libertadores da América. Lutando por vagas na semifinal da competição mais importante da América do Sul. Não para a cúpula da Globo. A emissora não transmitirá esses confrontos para os principais centros financeiros do país: São Paulo e Rio de Janeiro. Para isso tem nas mãos a tabela do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil. Equipes paulistas e cariocas serão mostradas em competições internas, muito menos importantes. De novo, a competência será castigada. Os dirigentes de Cruzeiro e Internacional adorariam ter seus jogos exibidos tanto no Rio como em São Paulo. Assim como seus patrocinadores. Mas não têm força para exigir que as partidas apareçam na tevê aberta. Nem adianta pensar em Bandeirantes. A emissora carioca, dona do monopólio do futebol no país, não repassa a Libertadores para a parceira paulista. Nem adianta lembrar dos centenas de milhares de gaúchos e mineiros, ou torcedores do Internacional e do Cruzeiro, que vivem em terras cariocas ou paulistas. Nem os fãs de futebol que desejam ver assistir partidas importantes. Se quiserem ver esses jogos, que se virem pagando canais a cabo. A Libertadores deverá voltar à tela da Globo nos principais centros do país apenas na final. Se uma dessas equipes conseguir chegar até lá. Mesmo assim vai depender do calendário do Corinthians e Flamengo. Mesmo se o Internacional e o Cruzeiro conseguirem chegar à semifinal e se enfrentarem, nada de transmissão. A estúpida regulamentação da competição impede que dois times do mesmo país decida o torneio. Seria uma maneira de enfrentar o poderio financeiro dos clubes brasileiros e argentinos diante dos demais concorrentes. Se pune a competência. Mas esse encontro não faz parte da pauta da emissora carioca. Nos últimos anos está claro para os programadores da Globo. Nas suas análises, os telespectadores não gostam de futebol. Apreciam seu time. Não se interessam de jeito algum por equipes de outros estados. Estejam jogando que competição for. Jogos do Internacional e do Atlético Mineiro no Mundial já foram desprezados por São Paulo e Rio. Sem o menor drama. O fracasso da Seleção na Copa do Mundo de 2014 foi outra ducha enorme de água fria em relação ao futebol na emissora. Enquanto São Paulo acompanhava a desclassificação do Corinthians diante do Guarany do Paraguai, o Rio Grande do Sul parava para ver o Internacional eliminar o Atlético Mineiro, os cariocas foram obrigados a assistir Vasco da Gama e Cuiabá pela Copa do Brasil. Na Globo é assim e ponto final.

A eliminação do Corinthians da Libertadores precocemente, nas oitavas de final, foi mais um golpe na emissora carioca. Ele é o clube que ao longo dos anos sempre deu mais audiência à emissora em São Paulo, seu mercado financeiro mais importante. Se o time avançasse na competição, talvez seus jogos fossem mostrados para o Rio. Talvez. Cruzeiro e Internacional, em hipótese alguma. O número de telespectadores de futebol vem caindo ano após ano. São mais cerca de 28% a menos nos últimos dez anos para a Globo. Nem mesmo o clube parceiro do Parque São Jorge é certeza de muitos telespectadores. A partida entre o Corinthians e Guarany, que marcou a eliminação do time paulista da Libertadores, marcou 30 pontos. Ficou abaixo dos 33 pontos da semifinal do Paulista entre corintianos e palmeirenses. O São Paulo era a segunda aposta da Globo. A eliminação diante do Cruzeiro também doeu. Na semana passada, o confronto no Morumbi chegou a 22,8 pontos consolidados. Palmeiras e Santos são considerados "derrubadores de Ibope" na emissora. A Globo aprecia com muito cuidado o crescente interesse no futebol internacional. A partida entre Bayern e Barcelona pela semifinal da Champions League marcou estimulantes 15 pontos. A vontade no próximo ano é de mostrar mais jogos da mais importante competição entre clubes do mundo. Há ainda quem defenda mostrar os principais jogos do Campeonato Espanhol, com Messi, Cristiano Ronaldo, Messi, Suárez. Aos poucos, torcidas começam a se revoltar. E boicotar a Globo. Em São Paulo já há guerra com palmeirenses e santistas. Por sinal, acabou o contrato para a transmissão do torneio estadual. A emissora já negocia com a FPF. Deve ser renovado. Mas a emissora não quer saber de aumentar as cotas dos times grandes. Eles exigem R$ 20 milhões e não R$ 10 milhões. O único clube que pode receber um pouco a mais é o principal companheiro, o Corinthians.

Enquanto o futuro é discutido, o presente está definido. A emissora agirá como se a Libertadores da América tivesse acabado. Pelo menos para os maiores mercados da Globo acabou. Só se Inter ou Cruzeiro estiverem na final, talvez a decisão seja mostrada. Talvez. Isso acontece porque os dirigentes dos clubes brasileiros não se impõem na hora de assinar o contrato de transmissão da Libertadores. Querem saber do dinheiro e deixam a Globo decidir se mostra ou não. Se os presidentes das equipes mineiras e gaúchas não lutam por seus torcedores e patrocinadores, não será a emissora carioca que se importará com eles. Para a Globo importa é a audiência. Seu principal argumento para cobrar mais dinheiro de seus patrocinadores. E na visão de seus executivos, o que conta no futebol é o bairrismo. Times cariocas para o Rio e paulistas para São Paulo. O resto mercadologicamente, quer rende menos, fica no seu quintal. Lugar de Internacional e Santa Fé da Colômbia é na RBS. E Cruzeiro e Boca ou River, na Globo Minas. Corinthians, Flamengo, São Paulo, Vasco, Palmeiras, Fluminense, Santos e Botafogo. Nessa ordem. São os jogos desses clubes que serão mostrados enquanto a competição mais importante do continente vai chegando aos seus momentos decisivos. Gaúchos e mineiros que acompanhem a Libertadores pagando canais a cabo. Daqui para a frente, essa competição não interessa para os maiores mercados publicitários na tevê aberta, neste país chamado Brasil...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 May 2015 12:47:48

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