quinta-feira, 21 de maio de 2015

Oito partidas foram até muito para Drubscky. Mexeu com o homem errado no Fluminense: Fred. Acabou demitido. Sem dinheiro para medalhões, a diretoria trouxe um 'parceiro' do atacante, dono das Laranjeiras, Enderson Moreira...

Oito partidas foram até muito para Drubscky. Mexeu com o homem errado no Fluminense: Fred. Acabou demitido. Sem dinheiro para medalhões, a diretoria trouxe um 'parceiro' do atacante, dono das Laranjeiras, Enderson Moreira...




Nem mesmo Rogério Ceni tem tanto poder no São Paulo. Ele é a estrela maior por um clube mergulhando em profunda crise financeira. Não conseguiu nem pagar o 13º do ano passado. O dinheiro de abril não foi depositado. Assim como os dois últimos meses de direito de imagem. O único jogador a motivar o torcedor a ir para o estádio ficou 20 meses sem receber seus direitos de imagem. Vinte meses! E nem pensou em processo. Por isso, os dirigentes do Fluminense se dobram às vontades de Fred. E Ricardo Drubscky perdeu seu emprego, depois de apenas oito partidas trabalhando nas Laranjeiras. Seu grande pecado não foi a goleada que o time sofreu por 4 a 1 para o Atlético Mineiro. Nem a ameaça precoce de rebaixamento no Brasileiro. O erro foi querer enfrentar o atacante. Jornalistas que acompanham o clube diariamente revelam que os dois entraram em colisão. O técnico, desconhecido nacionalmente, queria o óbvio do atacante. Que seguisse os princípios básicos de seu livro Universo Tático de Futebol. Ou seja, exigia uma maior participação de Fred no esquema tático do Fluminense. Que não ficasse apenas parado esperando a bola e reclamando. O elenco, sem os milhões da Unimed, é fraquíssimo. O atacante não suportou as queixas do técnico. Os dois se desentenderam. E passaram a se evitar.

Os dirigentes ficaram sabendo do impasse. E escolheram, sem pestanejar, apoiar o ídolo. E Drubscky tomou o rumo da rua. E Enderson Moreira acaba de voltar, depois de quatro anos, para as Laranjeiras. Seu grande mérito, ter ótima relação com Fred. Assim como pesou sua amizade com Leandro Damião, ao ser contratado pelo Santos. O tradicional clube carioca fechou 2014 devendo R$ 484 milhões. No ano passado, ainda teve apoio da Unimed-Rio. Seu presidente Celso Barros ajudava a manter os medalhões no time. Mas a crise financeira atingiu a empresa. E Celso teve de parar de ajudar o clube que controlava.

O efeito foi catastrófico. Conca, Rafael Sóbis, Carlinhos, Bruno, Chiquinho foram embora. Cristóvão Borges foi demitido em pleno Campeonato Carioca. Ele vinha cobrando a diretoria da necessidade de reforços. A principal contratação para esta temporada resume o potencial dos cofres tricolores: Magno Alves, 39 anos. Ele havia saído do Fluminense em 2002. Sem deixar saudades. Não há sequer um clube que dispute a Série A que tenha contratado um atleta tão velho. Neste cenário caótico, Fred é rei. Tudo passa por seu crivo. Dirigentes fazem questão de ouvir sua opinião em qualquer decisão mais importante ligada ao futebol. É tratado com o mesmo respeito do ano passado, quando era atacante titular da Seleção Brasileira que iria disputar a Copa. O Mundial deveria ser a catapulta para o Fluminense e Unimed dividirem pelo menos 12 milhões de euros, cerca de R$ 40 milhões. O jogador avisou ao mundo que tentaria a façanha de repetir Jairzinho. Marcar um gol em cada uma das sete partidas que o Brasil jogaria. Quantos ele marcou? Um. Contra o fraquíssimo time de Camarões. Suas péssimas atuações o acabaram por levar à reserva. Foi os jogadores mais criticados no Mundial. O interesse do futebol europeu desapareceu. Houve uma importante sondagem da Tailândia. Mas ele não se interessou. O Cruzeiro tentou levá-lo de volta para disputar essa Libertadores. A diretoria não cedeu. Exigiu dos mineiros 10 milhões de euros, R$ 33 milhões. O jogador, queria pelo menos R$ 800 mil por um contrato de três anos. Não houve acordo.


A Unimed, que bancava R$ 650 mil de seus salários foi embora. O Fluminense passou de R$ 300 mil que colocava, na sua conta, passou a pagar R$ 800 mil sozinho. E o jogador renovou seu contrato por mais quatro anos no final de janeiro. Ficou para ser jogador de referência. Para novos patrocinadores e torcida. O combinado foi: se houver uma proposta que o atacante considera interessante, o clube não colocará obstáculo. Desde que seja superior a 10 milhões de euros, R$ 33 milhões. Fred é capitão do time. E tem exercido sua liderança neste momento de profunda crise nas Laranjeiras. Conversado e até ajudado financeiramente os companheiros mais jovens. É adorado no elenco. E tem enorme influência na Comissão Técnica.

Cansou de conversar longamente sobre o que seria melhor ao time com Cristóvão Borges. Tentou fazer a mesma coisa com Drubscky. Só que não só não teve esse espaço, como foi censurado pelo técnico. Ele queria muito mais do que um líder em campo. Desejava um atacante moderno, capaz de suportar a intensidade que pretendia impor no Fluminense. O choque foi inevitável. Fred tem o seu estilo parado. E, se não conseguiu mudar durante a Copa do Mundo, não seria agora que mudaria. Antes que Dubscky fizesse o que estava pensando, colocar o veterano atacante na reserva, a direção do Fluminense agiu. Sem dor na consciência, o mandou embora. "Correção de rumo", alegou o diretor executivo Fernando Simeone. Bela expressão para não expor Fred, a principal e única estrela do Fluminense. Sem dinheiro para medalhões, o investimento foi baixo. E certeiro. Enderson Moreira é amigo particular de Fred. Assim como seu antecessor, só conseguiu durar oito partidas no Atlético Paranaense. Não há a menor possibilidade de choque, conflito entre o treinador e o veterano atacante. Enderson já trabalhou nas Laranjeiras. Sabe que mexer com o capitão do time é suicídio certo. O clube e a antiga patrocinadora, a Unimed, preferiram romper com as organizadas a ficar contra Fred. Celso Barros vive sua derrocada na Unimed. Além de ter sido obrigado a não bancar mais o time do coração, perdeu, uma eleição na cooperativa de trabalho médico, depois de 21 eleições seguidas. Perdeu há nove dias o importante pleito do Conselho Fiscal no Rio de Janeiro. Ele é o presidente há 16 anos, mas seu poder foi limitado com a derrota. Setoristas do Fluminense garantem que o Palmeiras sondou o clube sobre a possibilidade de contratar o atacante. Mas sem chegar R$ 30 milhões, os dirigentes garantem que ele não sai. Ainda mais agora como tudo está como ele quer. Com Enderson Moreira, seu amigo, comandando o time. O único desejo do presidente, Peter Siemsen, a Fred. O Fluminense só não pode ser rebaixado no Brasileiro. Aí seria terrível para a reconstrução financeira do clube. O capitão e artilheiro colocará todo seu empenho para que isso não aconteça. Ainda mais ao lado de quem confia, faz o time jogar e correr por ele, o parceiro Enderson. O inimigo Drubscky já está longe das Laranjeiras...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 21 May 2015 18:34:36

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