terça-feira, 26 de maio de 2015

Aidar dividido entre a seriedade do colombiano Osório e o decadente Vanderlei Luxemburgo. Para medo de muita gente no São Paulo, a personalidade do ultrapassado técnico combina com o presidente...

Aidar dividido entre a seriedade do colombiano Osório e o decadente Vanderlei Luxemburgo. Para medo de muita gente no São Paulo, a personalidade do ultrapassado técnico combina com o presidente...




José Carlos Brunoro cansou de tentar convencer Paulo Nobre. Para ele, o treinador ideal para o Palmeiras deveria ser o seu amigo íntimo: Vanderlei Luxemburgo. Mas o presidente foi avisado que provocaria uma guerra no clube. As poderosas alas comandadas pelos ex-presidentes Belluzzo e Mustafá não aceitavam. São várias ressalvas contra ele. Bastaria Luxemburgo pisar no Palestra Itália e viria o caos. Nobre recuou. Os seus ouvidos pararam de ouvir o nome do treinador desde Brunoro deixou de mandar no futebol do clube. O executivo, que ganhou a camisa 10 de Paulo Nobre, ficou cinco meses desempregado. Só conseguiu se reencaixar em uma equipe da Quarta Divisão, o Brasília. Ela foi comprada por empresários dos Emirados Árabes. Mas Brunoro nem cogita levar seu amigo Luxemburgo para lá. Nem o treinador de 63 anos aceitaria. Acaba de dar coletiva para tentar explicar mais uma demissão. A sétima seguida. Desta vez do Flamengo. Seguiu sua rotina. Embolsou os R$ 400 mil da multa. Saiu falando mal dos dirigentes. E agora já procura outro clube. Seu objetivo é o São Paulo.

Esperto, como sempre, ele usou a coletiva para mandar um recado a seu novo irmão de alma: Carlos Miguel Aidar. Lamentou não poder ter aceitado o convite do dirigente. É um sonho dourado trabalhar no Morumbi. Desde que vendia carros usados e sonhava virar treinador. A estrutura de clube europeu que o clube tinha nas décadas de 80 e 90 continuam firmes nos seus pensamentos. Como a sua noção tática, ultrapassada e incapaz de montar um time decente, vitorioso desde o Cruzeiro. De 2003. Há 12 anos! Luxemburgo vive do passado, assim como Brunoro e sua saudosa Parmalat. E Carlos Miguel Aidar. O dirigente ficou longe do comando de uma equipe de futebol por 26 anos. Ele age como se o São Paulo tivesse o estádio mais moderno do país, o CT mais sofisticado, como se a fisiologia e a fisioterapia fossem novidades. Algo do início dos anos 90. Justamente neste período nascia para o futebol brasileiro um técnico ambicioso. Capaz de fazer o Bragantino campeão paulista, quando o torneio significava muito. A cúpula do São Paulo dos anos 90 acompanhou com interesse os conceitos de Luxemburgo. E, desde aquela época, Carlos Miguel se identifica com o técnico. Vaidoso, centralizador, ditatorial. Com a certeza que enxerga muito além, no medíocre mundo do futebol. Aidar não esperava que Luxemburgo fosse mandado embora do Flamengo. Ele já havia deixado tudo apalavrado com o catedrático colombiano Juan Carlos Osório. Prometeu dar o comando de todas as equipes de base do São Paulo. Além de carta branca para a reformulação no elenco. Carlos Miguel queria posar de revolucionário e oferecer contrato até abril de 2017, quando termina o seu primeiro mandato. Sim, será candidato a mais três anos. O presidente são paulino já havia agendado um encontro com o português Jose Peseiro. O treinador que trabalha há 20 anos e só conseguiu um único título, a Liga de Portugal com o Braga. Nômade, já rodou o mundo comandando times. Grécia, Romênia, Árabia Saudita, foi auxiliar no Real Madrid. A conversa não convenceu o dirigente brasileiro.

Osório precisa acertar sua saída do Atlético Nacional. Ele tem contrato até o final de 2017. A direção da equipe colombiana quer uma definição em relação ao planejamento do segundo semestre. Osório fracassou no sábado e seu time foi eliminado do torneio nacional do seu país. De sábado até hoje já haveria tempo para uma confirmação por parte da cúpula do São Paulo. Só que a demissão de Luxemburgo tumultuou o ambiente no clube. A promessa de Aidar, dando conta que contrataria de qualquer maneira um técnico estrangeiro, não é mais levada a sério. Apesar de grande parte de sua diretoria não querer, o presidente deseja conversar com Luxemburgo. Acredita que ele tem o perfil para acordar, aos gritos, Ganso e Alexandre Pato, por exemplo. O presidente ainda enxerga o treinador como o vitorioso de 20 anos atrás. Não o homem que coleciona decepções e sete demissões seguidas. É a pose de Luxemburgo que cativa Aidar, ele também um homem dominado pela vaidade. Desde que assumiu, a dívida só aumenta e o time fracassou na Copa do Brasil, no Brasileiro, na Libertadores, no Paulista. E da Sul-Americana foi despachado pelo Atlético Nacional, equipe dirigida por Osório. Nesta eliminação, nasceram os elogios de Kaká pela maneira que a equipe colombiana foi montada.

Elogios táticos aos times de Luxemburgo não acontece desde o início dos anos 2000. São 12 anos seguidos de trabalhos pífios. E portas fechadas. Em agosto, Carlos Miguel completará 69 anos. Por trás dos óculos coloridos, da nova namorada, das blusas coloridas, há um homem preso às décadas de 80 e 90. E principalmente alguém que faz tudo para desrespeitar Juvenal Juvêncio. O ex-presidente do São Paulo que, mesmo tratando de um câncer na próstata, fez intensa campanha para que Aidar se elegesse. Depois de pouco tempo, os egos se chocaram e viraram inimigos mortais. Juvenal fez juramento público que, enquanto fosse presidente do São Paulo, Luxemburgo não comandaria o clube. Não tolerava a velha mania do técnico em querer agir como dirigente. Aidar sabe que dará enorme desgosto a Juvenal e muitos companheiros de diretoria, como o presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Miguel Augusto e Barros. Muita gente nem tolera imaginar Vanderlei com o agasalho do São Paulo e torce desesperadamente para que qualquer técnico assuma o time. Tudo fica ainda mais preocupante porque Milton Cruz tem mesmo proposta para ir trabalhar no Orlando City. Foi indicado por Kaká. A situação deverá ser definida nas próximas hora. Luxemburgo não engoliu essa sétima demissão seguida. E quer voltar a trabalhar o mais rápido possível. Ele sabe que não encanta mais ninguém. Entre a penúltima dispensa, a do Fluminense, e assumir o Flamengo, ficou oito meses desempregado, esquecido. A decisão está nas mãos de Carlos Miguel Aidar. A discrição e a aposta no trabalho firme e sério de Osório ou o decadente, mas "irmão de alma" do presidente, Vanderlei Luxemburgo. Com Brunoro no Brasília, disputando a Série D, o Palmeiras não corre o risco de ter Vanderlei de volta...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 May 2015 14:08:22

Nenhum comentário:

Postar um comentário