sexta-feira, 8 de maio de 2015

Tite quis mostrar que deveria ser o técnico da Seleção. Revelou na Globo o que aprendeu no seu ano sabático. Tudo o que conseguiu foi sabotar o Corinthians. Mostrando aos adversários seus segredos, o técnico coleciona desilusões...

Tite quis mostrar que deveria ser o técnico da Seleção. Revelou na Globo o que aprendeu no seu ano sabático. Tudo o que conseguiu foi sabotar o Corinthians. Mostrando aos adversários seus segredos, o técnico coleciona desilusões...




Luiz Enrique pega o seu caderno de anotações táticas. As que definem toda a movimentação do Barcelona de Messi, Neymar e Suárez. O entrega a um repórter. Fascinado, o jornalista folheia e expõe cada detalhe estratégico do time catalão para a televisão. Em uma matéria longa, de dez minutos, qualquer leigo entende os segredos das vitórias da equipe. Pep Guardiola dá o seu tablet a uma linda apresentadora alemã. Dentro da sua casa, ela tem acesso ao mais precioso estudo do treinador. Como ele conseguiu juntar o tiki taka do Barcelona com a objetividade alemã. E como montou o bilionário Bayern. Mais importante, o que seu time faz com a bola, atacando. E sem ela, defendendo. José Mourinho cede aos pedidos de um repórter português. O conterrâneo deseja que ele mostre à BBC seu computador, onde esconde todos os segredos do Chelsea. O futebol que os rivais chamam de "boring" chato, feio. Mas, na verdade, é muito eficiente. Não ganhou outra valiosíssima Premier League à toa. Deixa explícito como faz para jogadores técnicos, talentosos se movimentarem em favor de um esquema. Juntar talento e tática. Carlo Ancelotti resolve fazer uma macarronada diante das câmeras. Para não ficar falando apenas de tomate, espaguete, frutos do mar espanhóis, ele surpreende o chef de cozinha. Decide mostrar vídeos secretos, íntimos. Eles explicam em detalhes como formou o Real Madrid. Como, a equipe aprendeu a escapar do ego Cristiano Ronaldo. Explorar a velocidade absurda de Bale. Encaixar o oportunismo de Benzema. Como fazer habilidosos Kroos, Isco, James Rodrígues darem a alma como volantes comuns sem a bola. Nenhuma dessas quatro cenas é verdadeira. Ou será. Esses grandes treinadores sabem que o maior tesouro que possuem é o detalhe tático, as características dos times que comandam. Os segredos para buscar os gols e a melhor maneira para não tomá-los. É algo valioso demais, importante. Ainda mais para ser banalizado diante da televisão. O problema não está nos milhões de torcedores que passam a entender com a equipe funciona. O absurdo é ensinar aos treinadores rivais como o time atua com ou sem a bola. Fica fácil demais estudar a melhor maneira de neutralizar os pontos fortes e explorar os fracos. Foi o que Tite fez no programa Esporte Espetacular da TV Globo, levado ao ar no dia 5 de abril. A gravação da entrevista aconteceu logo na manhã da quinta-feira, dia 2 de abril. Algumas horas antes, o Corinthians havia goleado o Danúbio pela Libertadores por 4 a 0 no Itaquerão. O time mostrava o melhor futebol do país, comentaristas lamentavam demais o treinador não comandar a Seleção. O técnico era tratado como um visionário por ter passado um ano estudando futebol e por ter feito um estágio com Carlo Ancelotti no Real Madrid.

Só que Tite ouvia os elogios com profunda mágoa. Ele desejava demais ter assumido o Brasil. Tinha os títulos da Libertadores e o Mundial no currículo. Tinha a certeza que, com o fracasso de Felipão na Copa, o emprego era seu. Só que Marin e Marco Polo escolheram Dunga. O sofrimento foi imenso com a rejeição. E ele havia dado a volta por cima. Sendo o único treinador importante a se reciclar de verdade. Voltou ao Corinthians muito melhor do que havia saído. A matéria no EE era a chance de mostrar o quanto merecia comandar a Seleção. Caiu na tentação de mostrar não só o que havia aprendido, mas como estava aplicando os estudos de um ano no Corinthians. Revelou os segredos do melhor time do início de 2015 no Brasil. Primeiro mostrou seu lado disciplinar. Com ele, a partir de agora, nada de rachão. O treino recreativo que os jogadores se misturam. Sem posição fixa, disputam alegre partidas para descontrair. Europeus sempre abominavam essa prática. Porque não leva a nada e termina apenas por expor os atletas a contusões. Em vez de rachões, trabalhos táticos. Uma bela cutucada em Dunga. Na hora de revelar a estratégia corintiana, Tite não deixou nada de fora. Da Alemanha copiou a distribuição do time quando atacado. Dez jogadores atrás da linha da bola, preenchendo todos os espaços. O que garantia compactação. Do Real Madrid de Ancelotti, a melhor saída para furar retrancas. Triangulações pelas laterais. Três jogadores pelas extremidades do gramado, atraindo volantes, tirando zagueiros de posição e sobrecarregando alas adversários. Mostrou até onde os cruzamentos corintianos deveriam ser direcionados. Sempre haveria dois atacantes em cada lado da pequena área e dois chegando pelo meio, de frente para o gol. Os contragolpes fulminantes aconteciam porque o Corinthians não recuava demais seu time. Quatro jogadores precisavam sempre estar prontos para correr para a frente quando havia a retomada de bola.

Foi assustador. Para muitos, arrogância. Mas na verdade, Tite foi ingênuo demais. Querendo mostrar o quanto estava evoluído acabou por mostrar o caminho como marcar, anular o Corinthians. E desde então o time passou a desandar. Empatou em 1 a 1 com o Santos no mesmo dia, no Itaquerão. No Paulista, com os reserva, empatou em 2 a 2 com o XV, em Piracicaba. Venceu a Ponte Preta nas quartas, no Itaquerão, com os titulares por 1 a 0, com o time interiorano jogando melhor e tendo um gol anulado de forma absurda. Depois, empatou com o Palmeiras, também em Itaquera, por 0 a 0 e foi eliminado da final do Paulista nos pênaltis. Na Libertadores, um desaste. Empatou no Itaquerão em 0 a 0 com o San Lorenzo. Perdeu para o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi. E começou as oitavas sendo derrotado pelo Guaraní do Paraguai por 2 a 0. Quatro empates, duas derrotas e apenas uma solitária vitória. O time sensação do Brasil naufragava. Em comum com essas partidas, a dificuldade que o Corinthians passou a ter para atacar. Foram apenas quatro gols em sete jogos. Os dois meias adversários passaram a fechar as triangulações pelos lados. Nos lugares onde deveriam chegar os cruzamentos havia sempre defensores adversários. O Corinthians quando tentou adiantar sua marcação tudo o que conseguiu foi tomar contragolpes. Sua defesa sofreu sete gols. Tudo ficou mais difícil. Tite cometeu um suicídio tático sem precedentes. O youtube de sua entrevista está à disposição. Qualquer pessoa fica sabendo em 12 minutos e 17 segundos como travar o time que se impunha no país e na América do Sul em 2015. Todo o estudo do ano sabático entregue de bandeja para os rivais.

Junte a esse absurdo, atrasos de salários. E direitos de imagem desde o ano passado para sabotar o ambiente. Ralf, Renato Augusto, Elias, Danilo, Emerson e Guerrero são os casos mais graves. Todo o time revoltado com reservas como Cristian e Vagner Love chegando para receber salários absurdos. R$ 538 mil e R$ 500 mil, respectivamente. Mais o diretor de futebol, Sérgio Janikian, dando a sua colaboração. Falando para o mundo ouvir assim que saiu o adversário das oitavas de final da Libertadores. "Graças a Deus, o Corinthians não vai pegar um time argentino ou brasileiro, e sim, o Guaraní do Paraguai." A frase chegou no ouvido do espanhol Fernando Jubero, técnico espanhol do time paraguaio. Com o maior prazer ele a repassou o alívio do dirigente corintiano a seus atletas. Pronto, o Corinthians conseguiu se sabotar. Fez tudo o que não poderia. E por isso padece. Mergulhou de forma infantil em uma crise imensa. Tite precisa se reinventar. Descobrir nova maneira de o time jogar. Tudo o que havia treinado por cinco meses, qualquer técnico de várzea tem acesso na Internet. Quanto mais seus adversários no Brasileiro, na Libertadores. A entrevista de Tite teve um efeito completamente inverso do que queria. Mostrou um profissional inteligente, arguto, preparado. Mas tomado pelo revanchismo. Pelo ego. Tentou mostrar conhecimento que o deveria fazer comandante da Seleção. Só que para isso, expôs todos os segredos do time que tenta vencer a Libertadores, o Brasileiro, a Copa do Brasil, o Mundial. Deixou claro, se fizesse isso com a Seleção, poderia jogar toda a preparação de uma Copa do Mundo no lixo. Tudo o que Tite conseguiu foi provar que ainda está imaturo para comandar o Brasil. E, sem perceber, sabotou o Corinthians. Conselheiros importantes dizem que está arrependido. Mas agora é tarde...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 May 2015 11:35:02

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