domingo, 19 de junho de 2016

A homenagem que Tite mais queria na sua despedida. Corinthians 3 a 1 sobre o Botafogo. No final, a torcida gritou o nome do novo treinador da Seleção. Cristóvão já sente a pressão...

A homenagem que Tite mais queria na sua despedida. Corinthians 3 a 1 sobre o Botafogo. No final, a torcida gritou o nome do novo treinador da Seleção. Cristóvão já sente a pressão...




O domingo do Corinthians foi todo de homenagem para Tite. Primeiro, a emocionante despedida do treinador que assumiu a Seleção Brasileira. Depois, uma vitória difícil, 3 a 1 contra o Botafogo. A partida exigiu muito dos conceitos que o técnico ensinou no Parque São Jorge. Versatilidade, linhas próximas, intensidade, triangulações. Bruno Henrique fez o papel que sempre foi de Elias e marcou dois gols. Na camisa do time vitorioso, uma frase que resumia o sentimento geral. "Obrigado, Tite." Não por acaso, nos últimos minutos, mais de 35 mil torcedores gritavam a todo pulmão: "Tite, Tite, Tite, Tite." O novo treinador corintiano, Cristóvão Borges, já tem uma ideia do quão forte será a pressão por substituir Adenor Bachi. Ele foi o treinador mais vitorioso da história do Sport Club Corinthians Paulista... "Tínhamos falado no vestiário que uma vitória seria a homenagem para o Tite. O time está de parabéns", confessou Bruno Henrique. Ao perceber que só estava festejando que foi embora, ele se lembrou do seu novo chefe que chega. "Foi uma vitória para o Cristóvão também. Ele começa a trabalhar amanhã, é um técnico que tem uma filosofia de jogo muito boa, e a gente espera que ele possa fazer um grande trabalho como o Tite fez." Esperto, muito esperto. Foram vários tipos de emoção que dominaram a arena do Corinthians, neste histórico domingo, 19 de junho de 2016. A primeira não foi entusiasmante. Muito pelo contrário. Torcedores, imprensa e conselheiros reclamaram muito da escolha de Cristóvão Borges como o substituto de Tite. A escolha de Andrés Sanchez e Roberto de Andrade foi decepcionante. Cristóvão estava decepcionado e não tem nenhum grande trabalho como treinador. E nenhum título em cinco anos de carreira. Foi escolhido mais por sua amizade com Andrés. Passado o susto com a confirmação de Cristóvão, veio o momento mais tocante. O adeus de Tite. Ele chorou muito ao ver no telão imagens marcantes desta terceira passagem pelo Parque São Jorge. Sua história no clube é maravilhosa. 378 jogos. 196 vitórias, 110 empates, 72 derrotas. Nada menos do que seis títulos. Mundial e Libertadores em 2012, Brasileiro em 2011 e 2015, Recopa em 2013 e Paulista em 2013. Ninguém ganhou tanto comandando o time corintiano. Ao receber uma placa de agradecimento do clube, ele falou aos torcedores. "Conseguimos seis títulos juntos aqui, mas o que eu e a minha família vamos levar pra sempre é a gratidão e o carinho de vocês." Sua emoção era enorme. A frase que escolheu para resumir o que sentia, também. "De coração, obrigado Corinthians." Muitos torcedores choraram com ele.

É para se pensar se vale trocar tanto envolvimento para dirigir a Seleção da CBF, de Marco Polo. Se sujeitar à politicagem que o novo cargo exige. Nos vestiários, como Bruno Henrique revelou, os jogadores se reuniram de fizeram um pacto. Ganhar do Botafogo de qualquer maneira e dedicar a vitória ao grande treinador que está deixando o Corinthians. O auxiliar Fabio Carille também fez sua homenagem. Tratou de não complicar. Colocou o time atuando da maneira como Tite colocaria. No 4-1-4-1, variando para o 4-2-3-1, chegando até a distribuir o time no 4-3-3. As mudança de esquemas, com os jogadores fazendo dupla, tripla função é herança de Tite. O Botafogo mostrou porque já está mergulhado na zona de rebaixamento. Seu elenco é muito fraco. Ricardo Gomes é um treinador muito bom. Que sabe distribuir a equipe de forma moderna. Mas não é milagroso. A falta de técnica dos seus atletas impede que o desenho tático possa influenciar como deveria no jogo. Ricardo montou duas linhas de quatro muito próximas. Dois jogadores velozes aberto pelas pontas, time armado para complicar as coisas para o Corinthians. Os atletas entraram com gana, com bom preparo físico. Mas o problema era quando o Botafogo recuperava a bola, seus atletas até sabiam o que deveriam fazer com ela. Só que não conseguiam, por serem desprovidos de talento. O Botafogo até que começou atrevido, marcando a saída de bola corintiana. Criou algumas chances. O Corinthians demorou para despertar. Não esperava essa postura corajosa por parte dos cariocas. Mas quando a equipe conseguiu concatenar um bom ataque, marcou 1 a 0. Fagner, que Tite levará para a Seleção, fez ótima jogada. Buscou a linha de fundo e cruzou. Bruno Henrique que está atuando mais à frente, desde a contusão de Elias, surgiu de surpresa. E acertou um chute perfeito, da entrada da área. A bola foi no ângulo do bom Sidão. Corinthians 1 a 0, aos 24 minutos do primeiro tempo. Só que a resposta veio imediata. Sassá lançou Rodriguinho, aberto na direita. Ele invadiu a área e, mesmo com pouco ângulo, chutou forte. A bola passou por cima de Cássio. Falha assumida do goleiro corintiano. 1 a 1, aos 27 minutos. O gol calou o Itaquerão e perturbou os jogadores corintianos. O meio de campo estava muito aberto, facilitando a troca de passes do Botafogo. Tivesse outros atacantes e não Sassá e Neílton, o time de Ricardo Gomes teria marcado pelo menos dois gols. Gervásio ainda acertou a trave aos 41 minutos. Fabio Carille mexeu no Corinthians, mas não trocou jogadores no meio de campo ou no ataque. Cássio sentiu mal estar e deixou a partida. O garoto de 20 anos, Caíque, fez sua estreia no profissional. A mexida do treinador corintiano foi no posicionamento do time. Adiantou a marcação para travar a saída de bola do Botafogo. E complicou toda a ação dos cariocas. O esquema passou do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, dando mais versatilidade, mas espaço para os meias corintiano. Quem aproveitou foi Marquinhos Gabriel, que fazia ótimas jogadas pela direita, usando sua perna esquerda, como Robben fazia, nos bons tempos da Seleção Holandesa. E foi assim, que Marquinhos Gabriel marcou um golaço. Ele desceu pela direita, fez a diagonal, cortando no meio o sistema defensivo botafoguense. E bateu cruzado, sem chances de defesa para o desesperado Sidão. 2 a 1, aos sete minutos. O gol deu confiança ao Corinthians, devolveu o espírito de festa à torcida. O jogo ficou mais aberto. Porque o Botafogo precisava pelo menos de um empate. Foi quando o Corinthians aceitou o convite para o baile. E passou a atuar no 4-3-3. Para explorar os muitos buracos que o time de Ricardo Gomes oferecia. O Corinthians seguiu melhor. E aos 43 minutos chegou ao justo 3 a 1. Fagner levantou para a área, Balbuena desviou. A bola foi parar de novo nos pés de Bruno Henrique, livre. Ele dominou a bola. E errou o chute. Mas o arremate foi parar no ângulo, indefensável para Sidão. Partida encerrada. Roteiro perfeito para a despedida de Tite. Homenagem completa. A sombra deixada é gigantesca. Agora é com você, Cristóvão Borges...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Jun 2016 17:54:24

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