terça-feira, 14 de junho de 2016

Dunga e Gilmar Rinaldi demitidos. Dois anos perdidos. Del Nero quer Tite. Sonda Leonardo e Jorginho. Revolução no ar. Como exigia a TV Globo...

Dunga e Gilmar Rinaldi demitidos. Dois anos perdidos. Del Nero quer Tite. Sonda Leonardo e Jorginho. Revolução no ar. Como exigia a TV Globo...




Durou pouquíssimos minutos a reunião na sede da CBF, José Maria Marin, no Rio. Todo o planejamento feito há dois anos foi esquecido. Dunga e Gilmar Rinaldi foram demitidos sumariamente por Marco Polo del Nero. A Seleção Brasileira busca novo treinador para e coordenador para mudar seu rumo. O fracasso na Copa América dos Estados Unidos coloca ponto final em um trabalho marcado pelo fracasso. Como exigia a TV Globo. Del Nero quer fechar com Tite ainda hoje. O treinador treinava o Corinthians quando houve a demissão de Dunga. A diretoria corintiana já estuda o substituto do treinador. Abel Braga briga com Mano Menezes, Eduardo Baptista e Fernando Diniz. Del Nero ofereceu o cargo de Gilmar Rinaldi a Leonardo, ex-jogador da Seleção e que trabalhou como dirigente no Paris Saint-Germain. Jorginho do Vasco também pode ser chamado para trabalhar com Tite. Com a possibilidade de o técnico vascaíno assumir a Seleção Olímpica.

A segunda passagem de Dunga na Seleção foi constrangedora. Muito pior do que a primeira, quando ganhou Copa América, classificou o Brasil em primeiro nas Eliminatórias e caiu nas quartas da Copa do Mundo da África do Sul. Ele se marcou por uma situação patética. O rei dos amistosos. Venceu os dez que disputou. Em vez de fazer testes como os adversários, colocava os principais titulares e fazia o Brasil jogar como se fosse final de Copa. Mas quando a situação era para valer. Jogos oficiais, valendo pontos classificação, seu desempenho foi pífio. O Brasil foi eliminado nas quartas da Copa América do Chile, diante do Paraguai. No domingo, o vexame dos vexames, com a Seleção deixando a Copa América Centenário na fase de grupos. Atrás dos equatorianos e peruanos. Nas Eliminatórias para a Copa, o Brasil está na constrangedora sexta colocação.

Os números gerais. 18 vitórias, cinco empates e três derrotas em 26 partidas. O Brasil perdeu dois anos com Dunga. Sua passagem não deixa fruto algum. O Brasil não tem uma espinha dorsal, time base, desenho tático definido. Nada. Foram dois anos de tentativas, buscas de maneira de a Seleção atuar. Como treinador, Dunga esteve completamente perdido. Repetiu apenas o que Mano e Felipão haviam feito. Criado uma dependência vexatória de Neymar. Deu ao egocêntrico jogador todo o espaço para fazer o que bem desejava. Camisa 10, cobrador de pênaltis, de faltas, capitão da equipe. Apesar de todo a personalidade que realmente tem, Dunga não se viu com respaldo para cobrar um comportamento digno do seu camisa 10. Os jogadores se calavam, mas não gostavam nem um pouco das regalias, do comportamento de subcelebridade de Neymar. Ao contrário do que faz no Barcelona, onde joga para o time e é obediente a Luiz Enrique, com Dunga, ele fazia o que queria. Decidia dar chilique contra o árbitro, discutir, trocar agressões com adversários. Pedir mais folga. Ser expulso depois do jogo acabado. Receber amigos, amigas, familiares na concentração. Quando bem entendia. Tudo isso acontecia e Dunga seguia permissivo.

Se segurou porque sabia que o jogador sempre foi o seu mais talentoso atleta. Em uma geração medíocre, formada por coadjuvantes, cercada de assessores, agentes. Dunga não conseguiu formar nenhum líder. Havia omissão. E muita vontade de repassar as responsabilidades para quem tinha tantos privilégios, Neymar. Marco Polo del Nero chegou até Dunga de maneira muito peculiar. Como foi revelada em primeira mão pelo blog. Após a vergonha que foi Felipão e seus 7 a 1, ele procurava renovar o comando da Seleção. Estava na praia e soube, por amigos, que Gilmar Rinaldi faria uma rodada de pizza, na sua casa no litoral Norte. Acabou convidado. Conversaram comendo pizza e tomando vinho. Foi quando Rinaldi propôs Dunga. Del Nero pegou logo os dois. O plano era de modernizar a CBF, fazer um trabalho profundo até a Copa de 2018. Dunga teria liberdade para acabar com a farra permitida por Felipão. Os treinamentos passaram a ser fechados. O clima mais tenso. Dunga sabia que enfrentaria a rejeição principalmente da Globo. E tratou de ser mais acessível aos jornalistas. Só que os resultados em campo não vinham. Conseguiu se salvar depois da eliminação precoce da Copa América do Chile, que custou também a não participação na Copa das Confederações. Dunga alegou que o grupo começava a ser formado. Vieram os jogos das Eliminatórias e novos vexames. Jogou seis partidas, venceu duas, perdeu uma e empatou três. Sexta colocação e muita pressão.

Dunga tentou o mesmo truque de Mano Menezes. Com a queda de Alexandre Gallo, que não se opôs, o técnico da Seleção principal avisou a todos que treinaria a Olímpica. Acreditou que serviria de escudo. Se o Brasil fracassasse na Copa América Centenário, comandaria o time na busca da inédita medalha de ouro olímpica. Que não está difícil. Ainda mais jogando em casa. Só que não chegou até a Olimpíada. A participação do Brasil na Copa América dos Estados Unidos foi vergonhosa demais. A ponto de despertar todo o ódio da cúpula de TV Globo, que sempre foi parceira da CBF. Não havia mais condições de o treinador continuar. Marco Polo del Nero fez o que se esperava. Entregou com gosto a cabeça de Dunga. Para não ter a emissora dona do monopólio do futebol contra o dirigente. Mal foi anunciada a demissão de Dunga e surgem histórias de relacionamento ruim com os jogadores. Sua insegurança, refletida em mudanças de esquemas táticos e escalações, acabou cansando vários atletas. Ele não pôde formar seu clã como na Copa de 2010. Ninguém estava disposto a defender Dunga sobre todas as coisas. Muito pelo contrário. O que acontecia com ele não era problema de ninguém. Inclusive Neymar.
Dunga não deixará legado algum. A não ser um sentimento de desesperança. A geração que disputará a Copa de 2018, se o Brasil conseguir chegar até lá, será essa mesma. Não há grandes jogadores injustiçados, esquecidos. Muito pelo contrário. Dunga, de acordo com o site Finance Football, terá saudades do salário que recebia. Nada menos do que R$ 865 mil mensais para comandar a Seleção. O trabalho de Gilmar Rinaldi também foi fraco, confuso. Sem rumo. A influência dos clubes grandes nas seleções de base continua, como sempre. Por isso Marco Polo ofereceu seu cargo a Leonardo. O dirigente quer fazer nova revolução na Seleção Brasileira. A com Dunga e Gilmar foi um enorme fracasso. Vexatória como a Copa do Mundo com Felipão e Parreira. O futebol brasileiro segue estagnado. Perdeu dois preciosos anos. E Del Nero aponta com a possibilidade de uma revolução. Como exigia a sua parceira, a TV Globo...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Jun 2016 16:33:47

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