terça-feira, 28 de junho de 2016

Cuca mostra como é fácil criar uma desnecessária crise no líder Palmeiras. Diz que Barrios quer ir embora. O jogador de R$ 40 milhões o desmente. Presidente se vê obrigado a convocar uma reunião...

Cuca mostra como é fácil criar uma desnecessária crise no líder Palmeiras. Diz que Barrios quer ir embora. O jogador de R$ 40 milhões o desmente. Presidente se vê obrigado a convocar uma reunião...




Cuca evoluiu muito como treinador nos últimos anos. Aprimorou a distribuição de jogadores, a dinâmica de jogo, a preparação individualizada, manda vídeos para cada atleta sobre a maneira de atuar os adversários. Está mais discreto com suas superstições. Só que ninguém é perfeito. E diante de um enorme problema, se livrar de um jogador que o patrocinador comprometeu R$ 40 milhões, agiu da pior maneira possível. Não foi claro, direto com o atleta. Não falou com todas as letras que não queria mais contar com Lucas Barrios. Que com o R$ 1 milhão mensal, entre luvas e salários, o Palmeiras poderia contratar três jogadores mais jovens, mais úteis. O treinador procurou o executivo de futebol, Alexandre Mattos, e expôs o caso. O atacante fará 32 anos em novembro. Só conseguiu atuar 30,5% dos jogos desde que foi contratado. Não se encaixa no perfil de atacantes rápidos, versáteis, habilidosos que escolheu para ter reais chances de ganhar o Brasileiro. Alexandre Mattos pediu paciência. A situação não era nada fácil. Iria conversar com Paulo Nobre. O presidente teria de conversar com os donos da Crefisa. A patrocinadora envolveu R$ 40 milhões na contratação do atacante argentino, naturalizado paraguaio. Assinou um contrato de três anos. A multa pela rescisão unilateral, seja de que lado for, é o pagamento do restante dos salários. Lucas chegou há exatamente um ano. Ou seja, restam 24 meses, cerca de R$ 24 milhões para o atacante receber. Tudo se complicava ainda mais porque José Roberto Lamacchia fez exatamente o que Nobre queria. Mattos tinha ótimas referências sobre Barrios, desde janeiro de 2015, quando o Cruzeiro esteve para contratá-lo. O clube mineiro só desistiu porque a diretoria considerou muito cara toda a transação envolvendo o Spartak Moscou. E a pedida do jogador, que não aceitava contrato com prazo menor que três anos.

Em maio, do ano passado, Mattos foi atrás do jogador a pedido de Nobre. E voltou com a resposta. Ele aceitava jogar no Brasil. Os russos também o venderiam. Mas o "pacote" todo sairia por R$ 40 milhões. Nobre ligou para Lamacchia e perguntou se estava de pé a promessa da empresa bancar uma "estrela", um grande atacante. Ouviu o sim. E tudo foi acertado. Na época, o aval para a contratação foi de Oswaldo de Oliveira. Garantiu a Nobre que estava trazendo um reforço do mais alto nível. Maravilhoso para desviar o foco da saída de Valdivia. O presidente ficou tão feliz, que a primeira coisa que fez, foi dar a camisa 10 ao argentino naturalizado paraguaio. Pouco importava que ele amasse a 8, o intuito era avisar à torcida e à imprensa que o Palmeiras tinha novo camisa 10 para ficar na vaga do problemático chileno, que estava indo embora. Ou seja, o Palmeiras foi que escolheu Barrios. O convenceu a atuar no Brasil. Negociou com o Spartak. Procurou a patrocinadora. E a fez se comprometer com R$ 40 milhões. Cuca deveria ter tato ao lidar com um assunto delicadíssimo. Lucas Barrios é um nômade. Havia passado por 11 clubes antes de chegar ao Palmeiras. Se naturalizou paraguaio. Conhece muito bem o ambiente dos clubes. Já passou por ótimas fases. E períodos de jejum de gols. Foi adulado por treinadores. Percebeu que seus problemas físicos, revelados aqui no blog, o estavam atrapalhando demais. Impedindo que entrasse em campo. Viu que Cuca não se entusiasmava mais por ele. Só que está longe de estar queimando dinheiro. Sabe que tem um contrato em vigor.

Barrios precisava mostrar que queria ficar no Palmeiras. Trazer ao menos a imprensa, diretoria e torcida para o seu lado. E articulou uma jogada de mestre. Avisou o então treinador da Seleção Paraguaia, o argentino Ramon Diaz, e explicou sua situação. Não podia atender uma convocação para disputar a Copa América Centenário. O técnico entendeu e o deixou de lado. A atitude do atacante foi alvo de muitos elogios por parte do seu "público alvo". Dirigentes, imprensa e torcedores valorizaram o fato de abrir mão da importante competição pelo Palmeiras. Cuca sentiu calafrios. Percebeu a jogada do indesejado atacante. Mesmo ficando, Barrios percebeu que não teria o apoio do técnico. Mas seguiu cuidando dos seus problemas físicos e treinando muito. Jogou na vitória contra o Atlético Paranaense, na vitória por 4 a 0, no dia 14 de maio. Se machucou e não vem sendo relacionado. Cuca alega que está se condicionando fisicamente. Mas o paraguaio está pronto, fazendo todos os exercícios normalmente, há dez dias. É o treinador que não o escala. Na verdade, Cuca fazia uma pressão psicológica para que ele buscasse outro clube. Está animado com Roger Guedes. E a chegada de Leandro Pereira. Não quer e não precisa de Barrios A guerra prosseguia fria até que o treinador declarou à rádio Bandeirantes. "O Barrios conversou comigo há uma semana, disse que não estava feliz, que preferia jogar em outro lugar, que tinha proposta. Ele tem proposta de fora. Eu passei isso para o Alexandre Mattos (diretor de futebol). O Alexandre conversou com ele, não teve entendimento e ele está de novo à minha disposição." Pronto. Uma das coisas mais fáceis do futebol brasileiro... Incendiar o ambiente do Palmeiras. O atacante ficou revoltado quando soube o que o treinador havia declarado. E deu a resposta nas redes sociais. "Quero me dirigir a todos os torcedores do Palmeiras e a meus seguidores. (Estou) recuperado já há 10 dias. Não deixem que lhe digam mentiras. Sempre fui um grande profissional comprometido com o clube."

A situação ficou constrangedora para Cuca. E ficou ainda mais. Barrios acaba de dar entrevista para o Sportv. E disse abertamente. "Não é verdade que não esteja comprometido com o Palmeiras. Não quero sair. Falei com o presidente. Não tenho propostas. Mas agora vou passar a ter. Estou há dez dias pronto para jogar. Não estou infeliz no clube. Estou infeliz com a minha situação. Quero ser relacionado. Não posso ser louco de falar que tenho de jogar. Sei que o time está bem. Respeito a todos. Mas não estou mais no departamento médico e posso ser relacionado. "Depois desta entrevista do treinador. Recebi várias ligações do pessoal da Seleção Paraguaia. Querem saber o que acontece comigo. A verdade é que fui surpreendido pela situação que estou vivendo aqui. Estou há 10 dias trabalhando com o grupo. Me parece estranho. Já perdi três jogos nesse período. Tenho de falar a verdade para a torcida. Primeiro, sempre estive comprometido. Sempre." "As declarações (do Cuca) não foram das melhores. Esta semana eu conversei com o Cuca, eu estava pronto para jogar contra o Santa Cruz, estava bem, mas não fui (convocado) e tudo bem, o time estava bem. Aí conversei com o Cuca, um técnico que trabalha muito bem. Eu não entendi a decisão." As troca de declarações pela imprensa fez Paulo Nobre convocar uma reunião. Entre ele, Cuca e Lucas Barrios. Ou há o acerto, ou o rompimento de vez. Vale lembrar que o dirigente adora o jogador.

Cuca provocou uma crise desnecessária. O time é líder do Brasileiro. Mas o ambiente já está comprometido. Os jogadores sabem que Lucas Barrios está bem fisicamente. E também têm a plena consciência que o treinador não o quer. Só que utilizou uma péssima maneira de mostrar. A postura do técnico desvaloriza o altíssimo investimento da Crefisa. O prejuízo é certo se tiver de repassar o jogador a outro clube. Ainda mais desta maneira. Estava tudo calmo, a liderança era estimulante. Poderia continuar. E a complicada situação ser resolvida internamente.

Mas Cuca agiu muito mal, com sua infeliz entrevista.

Cruzeiro e Internacional acompanham com interesse o caso.

Seja qual for o resultado da reunião, já há um perdedor.

O Palmeiras...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 28 Jun 2016 13:59:41

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