quinta-feira, 30 de junho de 2016

São Paulo tenta se recuperar do duro golpe. É remota a chance de Ganso jogar a primeira partida da semifinal da Libertadores. Para revolta de Bauza. O meia não suportou 32 partidas em cinco meses...

São Paulo tenta se recuperar do duro golpe. É remota a chance de Ganso jogar a primeira partida da semifinal da Libertadores. Para revolta de Bauza. O meia não suportou 32 partidas em cinco meses...




"Estou fora." Essa frase de Paulo Henrique Ganso esfriou a empolgação que o São Paulo vivia. O clube havia acabado de fazer sua segunda compra mais alta de sua história. R$ 22 milhões e mais 50% de Lucão e Inácio por Maicon. Só o próprio Ganso custou mais caro, R$ 24 milhões. O time estava vencendo o Fluminense no Morumbi. A expectativa para a semifinal da Libertadores só crescia. Até que o músculo adutor da coxa direita do seu camisa 10 colocou provocou a enorme reviravolta. Desde a madrugada de hoje, o clube já vive a expectativa de não ter o jogador na próxima quarta-feira, contra o Atlético Nacional. E as chances de atuar na partida decisiva, dia 13, em Medellin, são remotas. Edgardo Bauza já estava preocupado. Poupava seu principal jogador para as semifinais da Libertadores. Preservava o atleta de maior talento no Morumbi. O único capaz de desarmar o sistema defensivo adversário com um toque na bola, um lançamento, um passe. Não o colocou sequer no banco no domingo contra o Santos. E o pôs aos 15 minutos do segundo tempo ontem contra o Fluminense, para ganhar ritmo. Estava animado, participativo. O jogo estava disputado. Mas aos 42 minutos, dividiu com Gustavo Scarpa. E sentiu uma lesão na coxa direita. Ele já teve estiramento. Conhece a sensação. Imediatamente pediu substituição.

Só que o São Paulo havia feito as três. E recebeu a autorização para continuar em campo, andando, fazendo número. O que pode ser considerado uma heresia para qualquer leigo, na verdade é a dura constatação. Médicos sabem que, se houve estiramento muscular, não adiantaria ficar imobilizado. Então, Ganso cumpriu a missão. Atraiu um marcador do Fluminense e o time paulista venceu o jogo. Bicampeão da Libertadores, aos 58 anos, o técnico sabe que não pode dar trunfo algum aos adversários. Ainda mais envolvendo o seu principal jogador. Como, por exemplo, deixar vazar se Ganso ficará fora só do primeiro jogo. Dos dois ou de nenhum deles. O departamento médico do São Paulo passará a não mais dar detalhes sobre o caso. Na emoção da partida, o experiente doutor José Sanchez deixou escapar toda sua preocupação. Sabe que Paulo Henrique tem enorme experiência com contusões. Ele passou por três operações nos joelhos. E na volta ao futebol, depois das cirurgias, teve estiramentos. Por isso, a quase certeza de que não haverá tempo para o jogo da próxima quarta-feira. E também o pessimismo para Medellin. Para o clube é um choque. Até a semana passada, o jogador era motivo de muito orgulho. Ele havia feito 31 jogos durante o ano. E não havia tido qualquer contusão muscular. Os médicos, preparadores físicos e fisiologistas estavam entusiasmados.

Seu futebol estava mais consistente. Bauza havia convencido que seu lugar é mais perto dos atacantes e do gol adversários. Tanto que havia marcado sete vezes. Com confiança renovada, acabou convocado de novo para a Seleção. Estava no grupo que Dunga levou para disputar a Copa América. A recuperação teve o prêmio. A proposta do Sevilha pelo meia. Oferta de 8 milhões de euros, cerca de R$ 28,8 milhões. O São Paulo recusou. Porque tem apenas 38% dos direitos do meia. Os 62% restantes são da DIS. Não valeria a pena ficar com cerca de R$ 10 milhões e perder seu principal jogador, respondeu o presidente Leco. Ganso, de acordo com meu colega Ricardo Perrone, teve a proposta de R$ 683 mil mensais. Ele recebe R$ 300 mil no São Paulo. É motivo de irritação do meia. Lugano, Wesley, Maicon e Alan Kardec ganham mais que o camisa 10. O empresário de Paulo Henrique sabe que o contrato do atleta termina em setembro do próximo ano. E o jogador pode ficar livre e jogar onde quiser, aos 27 anos. Por isso, o clube tenta antecipar a renovação. Mas a preocupação agora é outra. A partir da madrugada de ontem, Bauza lida com o pior dos cenários. Sabe que as chances são remotas que o meia esteja em campo na próxima quarta-feira. Ele precisa treinar alternativas. O técnico sabe da obrigação do time de vencer os colombianos. Há seis dias para preparar o São Paulo se não puder contar com Ganso. A primeira, francamente ofensiva. A entrada de Ítalo. O atacante aprendeu a ser versátil no Audax. Pensar em Alan Kardec, que começa a sair da péssima fase. Ou o técnico poderia ser mais cauteloso e colocar João Schmidt. O departamento médico pode ajudar. Se conseguir o que parecia impossível, liberar Kelvin ou até mesmo Wesley. Vale lembrar que Hudson também reclama de dores na coxa esquerda.

Os treinamentos importantes passarão a ser secretos até a próxima quarta-feira. Assim como as informações sobre Ganso, vagas. A tendência é mesmo que não possa atuar na quarta-feira. Na melhor das hipóteses, se sofreu um leve estiramento, ele poderia virar uma distensão. O que o poderia tirar não só das duas partidas das semifinais. Mas dos dois jogos finais, caso o São Paulo se classifique. Em todo caso, o tratamento intensivo começou na madrugada de hoje. E não vai parar até que o meia se recupere. Seja quando for. Essa é a prioridade do departamento médico. Ou seja, Bauza tem enorme e inesperado problema nas mãos. "O calendário atenta contra jogadores e contra técnicos. Você não pode trabalhar, não tem tempo para treinar. Logo você acumula lesões musculares. Somos uma das equipes que mais jogo. Não há outra parte no mundo em que se joga 85 partidas por ano", desabafou o técnico. Mas esse problema foge de sua alçada. Nem Leco pode fazer nada. O calendário é prioridade da CBF e da TV Globo. O número exagero de partidas dos clubes brasileiros é para preencher a grade de programação da emissora carioca. Por isso os falidos estaduais não são extintos, por exemplo. Bauza que trate de buscar a melhor opção sem Ganso. Ou faça o indicado por Denis. "Vamos rezar para que não seja nada." A guerra por menos jogos no Brasil está perdida. Talvez por isso, os corredores do Morumbi reverberam em eco... A frase que atormenta o São Paulo. "Estou fora"...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 30 Jun 2016 11:24:00

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