domingo, 12 de junho de 2016

Pela primeira vez, o Palmeiras tem o gosto de vencer o Corinthians na sua remodelada casa. Três pontos importantíssimos contra o maior rival. Já é o segundo colocado do Brasileiro...

Pela primeira vez, o Palmeiras tem o gosto de vencer o Corinthians na sua remodelada casa. Três pontos importantíssimos contra o maior rival. Já é o segundo colocado do Brasileiro...




O Palmeiras se impôs ao Corinthians. Usou sua arena e seus quase 40 mil torcedores. Com muita raça e estratégia, o time de Cuca venceu a equipe de Tite, a grande rival de sua história. 1 a 0, gol de Cleiton Xavier. O resultado no clássico fez os palmeirenses chegarem à terceira vitória consecutiva, chegarem à segunda colocação do Brasileiro e ainda interrompe a ascensão corintiana. Depois de quatro triunfos, o gosto amargo da derrota mais incômoda. Foi o maior público da história da nova arena. Mais gente até do que na final da Copa do Brasil no ano passado. 39.935 torcedores para uma renda de R$ 2.763.659,36. Ou seja, a festa verde foi completa. Foi a primeira vez desde que sua arena foi remodelada. O clássico marcou a despedida de Felipe, vendido para o Porto. Antes de ir embora para Portugal, o jogador se envolveu no lance mais polêmico da partida. Aos 49 minutos do segundo tempo. A bola foi levantada para a área. Fernando Prass saltou para a bola, o zagueiro corintiano também. A impressão que ficou é que o zagueiro ganhou do goleiro. Sem falta. A bola sobrou para Bruno Henrique empurrar para as redes. Só que o árbitro Raphael Claus marcou infração de Felipe. Anulou o lance que poderia sacramentar o empate. "Quem agride a bola é o Prass, eles disputam a bola. É com o Thiago Martins (que o Prass disputa), o Felipe está do lado. Estou falando porque vi a imagem antes de vir para cá (à sala de coletiva). Eu lastimo quando a arbitragem tem uma influência decisiva no placar", acusava Tite. "Quando segurei a bola, bateram nas minhas costas e no meu braço. Vi no vídeo que foi o Felipe. O lance foi bem anulado", garantia Fernando Prass. O lance foi realmente duvidoso. Mas Raphael Claus teve uma visão privilegiada da jogada. E seguiu firme, garantindo que não houve nada de errado. E que Felipe cometeu falta. "Entrei para ganhar mais o meio-campo e ter chegada. Deu certo. Cuca foi muito feliz, e eu também. É muito importante fazer esse gol, feliz de estar retribuindo o carinho da torcida. O gol veio coroar tudo isso", comemorava Cleiton Xavier, que entrou no lugar de Roger Guedes e decidiu a partida. Cuca teve muita participação nesta desejada vitória. Ele sabia como faria bem ao Palmeiras vencer o grande rival, tirá-lo da liderança. Dar confiança a seus jogadores. E também derrotar o favorito a substituir Dunga na Seleção, sonho que também acalenta. Para essa sonhada vitória, Cuca sabia que precisaria tirar do Corinthians o que o time de Tite mais gosta: a posse de bola. Organizou seu time para ter o domínio do jogo. Ser melhor onde o inimigo se considera especialista, a troca de passes. Envolver o adversário com tabelas, inversões, pressão absoluta na saída de bola. Daí a presença dos versáteis Tchê Tchê e Zé Roberto serem fundamentais. Eram homens a mais na batalha das intermediárias. Tite decidiu não alterar a maneira que seu time estava dando resultado. A nova estratégia, o 4-2-3-1. Se o time vinha de quatro vitórias, não haveria motivo para reestruturar a equipe. Apostar em Guilherme como o coordenador das ações ofensivas. Ter a coragem de mandar Fagner explorar a maturidade de Zé Roberto. E Uendel, a vocação ofensiva demais de Tchê Tchê. Usar a velocidade nos contragolpes por trás dos volantes rivais. Mas as coisas no primeiro tempo não saíram como os treinadores haviam previsto. O que prevaleceu foi a briga. A disputa por cada centímetro de campo. Os palmeirenses tinham mais disposição porque tinham um estádio só seus. Com a estupidez da torcida única, os donos da casa eram empurrados para a frente. Buscavam de qualquer maneira se impor. Esse clima de guerra não se refletiu em lances de gols. Foram escassos, raros. Jogador fundamental no Palmeiras, Gabriel Jesus, mostrou o quanto ainda é imaturo. Depois da divulgação que não conseguiu ainda marcar sequer um gol nos 16 clássicos que disputou na carreira, ele se mostrou precipitado. Teve três chances claras durante a partida. Mas se precipitou. Usou mais a vontade do que o talento. E as desperdiçou.

Do outro lado, Guilherme não foi tão bem. Muito marcado no meio de campo. Mas onde ele realmente rende, dentro da grande área, quase mudou a história do jogo, aos dez minutos do segundo tempo. Quando Felipe ganhou disputa de bola pelo alto de Edu Dracena, a jogou para o meia, livre diante de Fernando Prass. O chute saiu cruzado. A bola, caprichosa, bateu na trave e voltou às mãos do goleiro. Foi a maior chance corintiana na partida. A segunda etapa foi muito mais emocionante. E Cuca acertou em cheio na modificação. Trocou o voluntarioso Roger Guedes por Cleiton Xavier. O Palmeiras ganhou neurônios importantíssimos. Suas jogadas ofensivas teriam mais lógica, menos correria. Só que nem deu tempo para avaliar. Logo aos dois minutos, o meia faria 1 a 0. Com o time pressionando o Corinthians no seu campo, um tiro de meta foi parar nos pés de Dudu. Ele deixou Moisés livre para invadir a área pela esquerda e chutar forte. Walter fez grande defesa. Mas a bola procurou a cabeça de Cleiton Xavier. Gol do Palmeiras.

O lance eletrizou a partida. Tite adiantou sua equipe. Queria ao menos o empate. O jogo ficou aberto, disputado, com chances para os dois lados. Um verdadeiro clássico. O Corinthians tinha mais qualidade na saída de bola com Maycon no lugar de Cristian. Danilo foi para a ponta direita. Guilherme deixou o jogo. E Giovanni Augusto passou a jogar centralizado. André entrou na vaga do omisso Luciano. Cuca trocou Dudu por Rafael Marques para segurar a bola. Enfim, duelo tático muito interessante. O jogo seguiu emocionante. Até os 49 minutos. Quando houve o lance mais polêmico da partida. Pelas câmeras fica a impressão que não houve falta. E que Felipe teria ganho na disputa pelo alto de Fernando Prass. Mas Raphael Klauss decidiu que sim. Provocando a revolta corintiana. Cuca fugiu da polêmica. Preferiu revelar que apelou para 1993. No dia 12 de junho daquele ano, o Palmeiras acabava com o jejum de 17 anos sem conquistas. E em cima do Corinthians. “Batemos na tecla de que o Palmeiras está fazendo aniversário do título de 93, e mostramos a intensidade que o time teve naquele segundo jogo contra o Corinthians, aquele raça. Colocamos os lances daquele jogo na preleção para entenderem o que é o Palmeiras, e acho que vestiram a camisa de 93. Deram essa alegria para milhões de palmeirenses, que estavam precisando de um jogo consistente em um clássico como foi o de hoje." Injusta ou não, a festa foi verde...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Jun 2016 18:02:22

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