Novo vexame com capacidade para derrubar Dunga. O Brasil poderia até empatar, mas perdeu para o Peru por 1 a 0. E foi eliminado de forma vergonhosa da Copa América. Ainda na primeira fase. Desde 1987, a Seleção não passava por tamanho constrangimento. O gol foi irregular. Ruidíaz marcou com um toque de braço. Mas o Brasil de Dunga pouco criou, apesar de apostar em uma escalação mais ofensiva. O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, avisou ao coordenador Gilmar Rinaldi que a Seleção teria de fazer uma grande campanha nos Estados Unidos. Se o treinador quisesse sobreviver no cargo. Foi muito pior do que todos poderiam imaginar. Mais um grande motivo de vergonha. Depois de dois anos de fracassos, a hora é de buscar outra filosofia. Tite é o treinador brasileiro mais vencedor. Cuca pode ser a alternativa. Mas a melhor de todas seria ter coragem e entregar o futebol pentacampeão do mundo aos melhores técnicos do planeta. E eles são europeus. Guardiola, Ancelotti, Klopp... Infelizmente essa postura radical está fora de cogitação por parte da CBF. Na coletiva após o jogo, Dunga deixou muito claro que não vai pedir demissão. Preferiu jogar a culpa no gol ilegal do Peru. Lógico que sequer falou nas pouquíssimas chances que seu time criou. Para tentar salvar seu cargo se lembrou da Alemanha, que trabalhou muito tempo para recuperar seu prestígio. E disse de maneira direta que não teme perder o cargo. "Só uma coisa que eu tenho medo, a morte. O resto não. É um trabalho. Depois da Copa teve uma reformulação, a Alemanha demorou 14 anos para se reformular, temos apenas dois anos e o Brasil quer mudança rápida. O torcedor precisa ter paciência. "Ninguém gosta de perder, ainda mais o brasileiro. É um momento difícil que estamos passando, Foi imponderável. Não tem o que falar. Não deu pra entender o bandeirinha, os quatro árbitros. "Talvez não tenha acontecido na nossa história o Brasil ter sido eliminado por um gol de mão." Dunga tentava se mostrar sereno na coletiva. Por apostar que Gilmar Rinaldi fará de tudo para seguir com ele até a disputa da Olimpíada. O técnico acredita que está lidando com pessoas sem neurônios e que uma eventual conquista de medalha de ouro disfarçará seu péssimo trabalho com a Seleção. Ele está completamente enganado. Os resultados vexatórios provocam mais do que vergonha no torcedor. Fortalecem a rejeição da Globo em relação ao treinador. O motivo é o prejuízo financeiro que está tendo com a Seleção, que mantém o monopólio. A eliminação da Copa América de 2015 custou ao Brasil não disputar a Copa das Confederações na Rússia no próximo ano. A queda agora diante do Peru faz com que a emissora vire as costas à Copa América Centenária ainda na primeira fase. Isso é terrível para os anunciantes que dividem R$ 1,5 bilhão patrocinando o futebol da Globo. E a Seleção é o carro-chefe. O tom de raiva na transmissão de Galvão Bueno não é à toa. A campanha para derrubar Dunga já começou durante o jogo de ontem.
O Brasil ficou em terceiro lugar do grupo B. Foi a segunda vez na história que o país foi eliminado da primeira fase da Copa América. A única vez havia acontecido na Copa América da Argentina, em 1987, depois de 29 anos. Há 31 anos, a Seleção não perdia para o Peru. O time de Dunga ficou atrás e não conseguiu marcar gols nos equatorianos e nos peruanos. E conseguiu tomar um gol dos haitianos. No ano passado, Dunga comandava o Brasil que foi eliminado na Copa América do ano passado, nas quartas de final, contra os paraguaios. É o segundo fracasso seguido, consecutivo. O combinado era que Dunga comandaria a Seleção Olímpica nos Jogos do Rio. Neymar ficou até de fora da Copa América Centenária para participar. Mas depois da eliminação de hoje, não há a menor certeza de nada. Nem se o coordenador Gilmar Rinaldi continuará. A pressão para uma revolução será imensa. O momento é delicadíssimo. O Brasil ocupa a sexta colocação nas Eliminatórias da América do Sul. Só quatro vagas são garantidas para o continente. O quinto colocado disputa uma repescagem. Pela primeira vez, o medo domina a CBF. Não há convicção alguma que esta geração de jogadores mimados, coadjuvantes, com um capitão egocêntrico, consiga levar a Seleção à Rússia, em 2018. Contra o Peru, Dunga fez três alterações. Fez voltar Miranda como titular da zaga. Trocou Gabriel por Jonas. E, surpreendeu, colocou Lucas Lima na vaga de Casemiro, suspenso. Com isso, Renato Augusto jogou como volante ao lado de Elias. O Brasil saía do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1. Time mais ofensivo. O Peru de Guerreiro e Gareca levou para a Copa América um time novo, reformulado. Mas, ainda assim, com potencial muito inferior tecnicamente ao Brasileiro. O esquema era absolutamente defensivo. 4-5-1. A intenção era travar o meio de campo de Dunga. E explorar os contragolpes.
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 12 Jun 2016 23:58:52
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