quarta-feira, 29 de junho de 2016

O São Paulo fez a contratação mais cara de 2016. Não comprou um jogador. Gastou R$ 22 milhões para ter a esperança de ser tetracampeão da amada Libertadores. Maicon...

O São Paulo fez a contratação mais cara de 2016. Não comprou um jogador. Gastou R$ 22 milhões para ter a esperança de ser tetracampeão da amada Libertadores. Maicon...




"Se é para o bem de todos e a felicidade da nação tricolor, diga ao povo que fico." "Chupa, estrogonofe!" Foram os 22 segundos mais festejados dos últimos anos pelos são-paulinos. Há a certeza pelos conselheiros: foi a contratação mais comemorada da história do clube. A maior aposta da vida do indeciso presidente Carlos Augusto Barros e Silva. R$ 22 milhões e mais 50% dos direitos de Lucão e 50% de Inácio. Só essa oferta contentou o clube mais mercantilista do planeta, o Porto. A especialidade assumida do clube português é comprar barato e vender caro. Viu seu potencial quando defendia o pequeno Nacional da Ilha da Madeira. E decidiu comprar o vigoroso zagueiro brasileiro do Cruzeiro, quando ele tinha 20 anos, por R$ 3 milhões. Sete anos depois, o revende com espantoso lucro. E o São Paulo contratou definitivamente Maicon. Zagueiro que fará 28 anos em setembro. Chance zero de repassá-lo com lucro ou pelo menos na mesma quantia. Mal negócio assumido. E absolutamente necessário. Daqui uma semana, o clube estará no Morumbi lotado disputando a primeira partida da semifinal da Libertadores, contra o Atlético Nacional. E no dia 13 de julho, decide se chega ou não à final, em Medellin. "Se o São Paulo é eliminado, sem o Maicon, o Leco seria linchado", brinca um poderoso conselheiro do Morumbi. "Ele se amarrou quando trouxe o jogador emprestado, sem o gatilho de esticar o contrato, como o Calleri. E sem o preço fixado. Uma loucura! E agora teve de dar tudo o que o Porto exigiu. Fora o contrato longo com o jogador." Esse conselheiro acompanhou toda a agonia de Leco.

Em fevereiro, o presidente do São Paulo estava desesperado atrás de um zagueiro importante. Edgardo Bauza foi claro. Lucão não conseguiu suportar a pressão, não era o jogador que os dirigentes sonhavam. Nervoso, falhava demais. Breno tinha problemas médicos. Os anos que ficou preso, onde treinava sem supervisão acabaram prejudicando seu joelho direito. Estava claro que precisava ser operado novamente. Luiz Eduardo não tinha a confiança de ninguém. Lyanco muito novo. Lugano mostrava que o tempo havia passado também para o uruguaio. Perdeu vigor físico, velocidade. Trouxe um grande líder, mas um jogador lento demais e que precisa de grande proteção dos volantes para ter um desempenho razoável. O que é pouco para a Libertadores. Rodrigo Caio era a exceção. O único zagueiro confiável. Empresários sabiam dessa necessidade. E tinham na mão Maicon. Jogador talhado para a Libertadores. Ele cresceu muito no Porto. Desenvolveu sua personalidade de líder. Aos 27 anos, mostrava força, vigor, poder de antecipação, ótimo cabeceio, vibração. Um achado. O Atlético Mineiro também o queria para a competição sul-americana. Maicon caiu em desgraça em Portugal por haver falhado contra o pequeno Arouca. Perdeu uma bola boba que resultou em gol. E logo em seguida pediu substituição, alegando estar contundido. A imprensa, os torcedores e a diretoria duvidaram de sua contusão. Seria uma desculpa infantil por seu erro. A esposa de Maicon detonou o departamento médico do clube nas redes sociais. E a situação ficou insustentável para o capitão da equipe. A direção do Porto fez o que sabe melhor do que qualquer diretoria. Fez leilão. O emprestou ao São Paulo. Mas foi além. Viu uma oportunidade de ouro com a Copa América Centenário. As semifinais da Libertadores ficaram prorrogadas para julho. Emprestaria Maicon até o dia 30 de junho. Leco foi inábil e, dizem os conselheiros da oposição, não acreditou no próprio time. Não se deu ao trabalho de brigar de verdade por um gatilho de mais 30 dias de empréstimo. Se conseguisse julho, o atleta atuaria na semifinal e, em uma eventual, final. O Porto cobraria alto. Mas Leco preferiu não se dar ao trabalho.

Afinal, a lógica indicava que o clube não chegaria tão longe. E acertou o empréstimo até junho. A fase de grupos do São Paulo foi sofrida demais. O Strongest teve a grande chance de se classificar jogando nos 3.600 metros de La Paz. Bastaria vencer. Mas o time de Bauza se superou, atuou com alma, gana, vibração. Maicon foi um dos responsáveis pela superação. Além espantar os velozes atacantes bolivianos, quando Denis foi expulso, vestiu a camisa de goleiro e conseguiu se impor. Incrível. Se já era ídolo, virou muito mais. Já havia deixado no banco "Deus Lugano" há muito tempo. Ficou com toda a idolatria que deveria ser do uruguaio. E não se intimidou. Jogou cada vez melhor. Parecia ter nascido no Morumbi. Leco começava a se coçar. Sabia que se o São Paulo chegasse à semifinal, não teria como não contratar o zagueiro. Ainda mais para o ambicioso dirigente que exerce seu mandato já pensando em reeleição. Seus amigos sabem: ele esperou dez anos para ser presidente. Foi traído por Juvenal Juvêncio, que apoiou Carlos Miguel Aidar, que teve de renunciar depois de inúmeras acusações. E o atual presidente fará de tudo para ficar sete anos e meio no poder. A prova disso é a contratação de Maicon.
Com a sanguínea classificação do São Paulo para a semifinal da Libertadores, Leco comemorou. Mas teve o aviso direto de Bauza. Era preciso manter Maicon. Só assim o clube poderia sonhar com o tetracampeonato da Libertadores. Com o passar do tempo, o jogador virou o mais importante do elenco. Por sua postura firme, séria. Um líder em todos os sentidos. A direção do Porto se divertia com a situação. Avisou que os dirigentes do Fernerbahçe queriam Maicon e Kelvin. E o jornal a Bola vazou a proposta: 5,5 milhões de euros. E mais 4,5 milhões de euros se os jogadores se firmarem como titular. Os portugueses responderam que exigiam 8 milhões de euros só por Maicon. Há quem duvide da veracidade da concorrência dos turcos. Os dirigentes do Porto são hábeis para negociar. A verdade é que Leco mandou seu homem de confiança, o gerente Gustavo Vieira, na noite de sexta-feira para fechar a contratação. A oferta que deveria ser máxima, 5 milhões de euros, R$ 18 milhões. O Porto recusou. Sabia do desespero do São Paulo e insistia em 8 milhões de euros, R$ 28,9 milhões. Só baixaria o preço se Lyanco, maior promessa da base, fosse colocado na transação. O clube brasileiro recuou. Até que Leco autorizou a última proposta. 6 milhões de euros, R$ 22 milhões, divididos em três vezes. Serão dois milhões de euros por ano. E mais 50% de Lucão e Inácio. E a promessa de que, no futuro, quando o clube brasileiro decidisse negociar Lyanco, o Porto seria avisado. Negócio fechado. Ao chegar no São Paulo, Maicon esperava voltar para a Europa. Mas acabou sendo convencido que poderá ser o grande ídolo do Morumbi. O departamento de marketing promete fazer campanhas especiais com ele. O clube usará sua força política para mostrar que ele pode ser um dos zagueiros da Seleção Brasileira. Além disso, deverá ser o maior salário do São Paulo. Os valores, ainda não confirmados, chegariam a R$ 600 mil mensais.

Seu contrato terá quatro anos. A independência financeira, garantida. Deverá ser o capitão do time. Tudo isso o fez mudar de ideia. E aceitar ficar no Brasil. Maicon é o segundo jogador mais caro da história do clube. Só perde para Paulo Henrique Ganso, que custou R$ 24 milhões por 32% de seus direitos. A contratação foi a maior aposta do inseguro Leco. E a grande esperança do São Paulo. Na luta pelo sonhado tetra da amada Libertadores da América...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 29 Jun 2016 11:31:32

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