terça-feira, 7 de junho de 2016

Demissão de Mano Menezes, de Luxemburgo, de Abel Braga. Técnicos brasileiros fecharam não só o mercado europeu. Agora, conseguiram travar as fronteiras da periferia do futebol mundial...

Demissão de Mano Menezes, de Luxemburgo, de Abel Braga. Técnicos brasileiros fecharam não só o mercado europeu. Agora, conseguiram travar as fronteiras da periferia do futebol mundial...




"Após reunião nesta terça-feira com a presidência do clube, decidimos em consenso interromper as nossas atividades no Shandong Luneng. Depois de seis meses de trabalho, o que marcar é a inédita classificação do clube entre os oito melhores da Champions Asiática 2016, que terá suas quartas de final disputadas no segundo semestre." Essa a nota divulgada no site oficial de Mano Menezes. O treinador fez o possível para amenizar sua deprimente demissão do time chinês. Embora, aos trancos e barrancos, o time chegasse às quartas de final da Champions Asiática, o trabalho no dia a dia era péssimo. Tanto que seu time ocupa a vexatória 15ª colocação do Campeonato Chinês, absolutamente empatado com Changchun Yatai Football Club, na zona do rebaixamento. Conseguiu duas vitórias, três empates e sofreu seis derrotas. Está a um ponto do último colocado, Liaoning Whowin. A cúpula do clube não se conformou com o péssimo futebol do time e o despachou depois de seis meses de trabalho. Houve um acordo em relação à multa. Ele ganhava R$ 2 milhões mensais. Seu contrato era de dois anos. Mano exigiu que os chineses gastassem R$ 45 milhões entre compra dos direitos e compromisso de quatro anos firmado por Gil. Seu ex-clube tem no elenco Diego Tardelli, Jucilei, Aloísio e Montillo. O técnico ainda fazia questão da contratação de Elias. E também desejava Nenê do Vasco. A demissão de Mano Menezes, um dia depois da de Vanderlei Luxemburgo, da Segunda Divisão Chinesa mostra o quanto a situação é grave. O quanto os treinadores brasileiros estão ultrapassados. Seus métodos são caóticos, amadores comparados aos europeus.

Luxemburgo e Mano eram ex-treinadores da Seleção Brasileira. Estiveram no comando da seleção mais tradicional do planeta, a única pentacampeã do mundo. Fracassaram, é verdade. Mas se chegaram a ter os cargos, deveriam ser competentes, acreditavam os chineses. Mas se os empresários tivessem um pouco menos de ansiedade iriam analisar. O Brasil é um grande exportador de pés e não de cérebros. Nossos treinadores são meros alunos dos treinadores europeus. Decalcam esquemas táticos dos grandes times. Os adaptam sem grandes cobranças porque os diretores e presidentes de clubes são absolutamente ignorantes em relação à dinâmica do futebol. Apenas querem pessoas que tenham o dom da palavra, certa personalidade e carisma para desviar o foco, quando as coisas não estiverem dando certo. Servem como escudo para dirigentes incompetentes, vaidosos e que usam de forma irresponsável o dinheiro dos clubes. A CBF tem critérios vergonhosos para escolher os treinadores que comandam a Seleção. Vanderlei Luxemburgo fazia sim um ótimo trabalho nos clubes. Mas sua vida pessoal era muito complicada. A falsificação de documentos para jogar futebol, diminuindo sua idade em três anos, inclusive vestindo a camisa do Brasil é algo desabonador demais. Junto com o bom trabalho no Brasil chegou comando do time graças à amizade e noitadas de vinho com o ex-presidente Ricardo Teixeira. O genro de Teixeira sabia da falsidade ideológica, mas só quando ela se tornou pública na CPI da Nike, o demitiu. Luxemburgo nunca teve uma conquista internacional. Disputou sete Libertadores. Não conseguiu sequer chegar a uma final. Sua maior chance na carreira foi em 2005, no Real Madrid. Os ídolos do clube, Zidane, Raúl e até Ronaldo questionavam o seu método de trabalho, considerado pela imprensa local como confuso, ultrapassado. Não conseguiu resultado algum. Nem mesmo se deu ao trabalho de aprender espanhol. Queimou a imagem do treinador brasileiro na Espanha. Se ele, pentacampeão nacional, era assim tão ruim, por que apostar em outro.

Luiz Felipe Scolari fez o mesmo favor. Fez péssimo trabalho no Chelsea e fechou as portas desta vez para a Inglaterra. Não teve resultados importantes, falava mal inglês, foi rejeitado pelos ídolos do clube. Pessoas próximas a Scolari e Luxemburgo fazem questão de tentar convencer jornalistas brasileiros que os dois foram sabotados. Lógico que perdem seu tempo. Nenhum jornalista espanhol ou inglês confirmou o boicote. Ambos tiveram desempenhos pífios. Marcantes. Está claro para os agentes que trabalham no Brasil representando clubes europeus. Não vale a pena indicar nenhum técnico daqui para a Europa. Não querem perder o emprego. Tanto que desde o fracasso de Felipão em Londres, em 2009, ninguém mais foi contratado. Ou sequer indicado. Mano Menezes havia planejado sua carreira com o empresário Carlos Leite. O agente representa Jorge Mendes, o maior empresário do mundo, "dono" da Seleção Portuguesa e homem de total confiança de Cristiano Ronaldo. O projeto era aproveitar ao máximo a Seleção Brasileira, disputar a Copa de 2014 e depois assumir um grande europeu. Ele havia chegado à CBF graças ao então seu amigo, Andrés Sanchez, diretor de seleções e parceiro de Ricardo Teixeira. Inseguro, sem rumo, Mano convocou 102 jogadores. Sua desculpa era renovar o Brasil e formar o time olímpico. Fracassou nos dois. E acabou sendo mandado embora logo após a Olimpíada. Fracassou a ideia de chegar à Copa de 2014. E, lógico, à Europa. Nem time português, Jorge Mendes e Carlos Leite conseguiram.

Mano tem sérios problemas quando seu planejamento começa a não dar certo. Foi o que aconteceu com o Flamengo. Ele chegou a pagar multa do bolso para sair. A preocupação era o rebaixamento, que poderia manchar sua carreira. Mal saiu, o time foi campeão da Copa do Brasil e os jogadores fizeram festa comemorando o título e terem se livrado de sua arrogância. Voltou ao Corinthians, nada de conquista. Assumiu o Cruzeiro, estava fazendo um bom trabalho. Comentando a ida de treinadores à periferia do futebol, como a China, deixou claro que não iria. Mas um mês depois chegou a proposta de R$ 2 milhões mensais e ele assinou correndo com o Shandong Luneng. Deixou o planejamento que fez com o presidente cruzeirense, Gilvan Tavares. E ainda recomendou seu auxiliar Deivid como substituto. Foi um caos para o Cruzeiro. Se Luxemburgo tem no currículo cinco Brasileiros, Mando tem dois. Da Segunda Divisão. Tem um título nacional. Uma Copa do Brasil. Libertadores para ele também representa fracasso. Chegou pelo menos a uma decisão, em 2007. Desde então, não chegou mais nem perto. Não bastasse a dupla de ex-treinadores da Seleção serem despachados da China, Abel Braga não foi apenas demitido do Al Jazira. Ele havia assinado contrato de dois anos e não conseguiu ficar seis meses. Depois de uma goleada por 4 a 0 para o Al Fujairah. O time estava a uma posição da zona rebaixamento, quando veio a demissão. O jornal "The Nacional", fez uma votação aberta e a volta do brasileiro ao Al Jazira foi escolhida como o "pior retorno". Seus métodos foram considerados por jornalistas como ultrapassados.

Ou seja, não bastassem os treinadores brasileiros terem fechado o mercado europeu, agora estão indo além. Fechando a periferia do mundo do futebol. A China e os Emirados Árabes. Quem diria, Felipão, o treinador dos 7 a 1, é a exceção que confirma a regra. Faz bom trabalho entre os chineses. Mas está absolutamente queimado para assumir qualquer seleção de ponta europeia, como sonhava antes de começar a Copa de 2014. Seu desejo era a Itália. Mas a Inglaterra serviria. Ou até a Rússia. Só que nenhum desses países sequer cogita o treinador. Mano Menezes, Vanderlei Luxemburgo e Abel Braga conseguiram. Seus péssimos trabalhos na China e nos Emirados Árabes deixaram claro. O Brasil é exportador de pés e não de cérebros. Nossos treinadores se mostram provincianos, ultrapassados. Arrogantes. E que dependem de padrinhos para chegar à Seleção. Quem vai negar?




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 07 Jun 2016 13:09:58

Nenhum comentário:

Postar um comentário