sábado, 8 de agosto de 2015

Começou a contagem regressiva para Vágner Love. Ou dispara a marcar gols ou será vendido. O Corinthians não seguirá pagando o caro, e decepcionante, jogador. Gota d'água para a saída de Guerrero. Herança de Gobbi...

Começou a contagem regressiva para Vágner Love. Ou dispara a marcar gols ou será vendido. O Corinthians não seguirá pagando o caro, e decepcionante, jogador. Gota d'água para a saída de Guerrero. Herança de Gobbi...




Tite jamais irá reclamar publicamente. Porém tem a plena consciência de tudo o que se passou. Sabe que a chegada de Vágner Love inviabilizou a permanência de Guerrero no Corinthians. O responsável foi o ex-presidente Mario Gobbi que se indispôs com os empresários do peruano. E, quando eles decidiram que iriam tratar da renovação quando Roberto de Andrade assumisse, ele deu o troco. Sabendo das dificuldades financeiras do Corinthians com o Itaquerão, Gobbi fechou com Love. Um jogador caríssimo para os padrões atuais corintianos. Contrato de R$ 500 mil mensais por 19 meses. Com a sua contratação, que não foi pedida pelo então treinador Mano e nem por Tite, o dirigente selou o destino de Guerrero. Ao assumir, Tite sabia que Love deveria ser seu titular. Lamentou demais não ter o poder de definição e até o porte físico de Guerrero. O jogador tem 1m86 enquanto Love mal alcança 1m70. Não só pelo alto, mas nas divididas em que há o choque com os zagueiros, o Corinthians perdeu muito. Mas seria pior. Logo o técnico percebeu que o jogador estava mal fisicamente. E também tecnicamente. O afastou. Deixou nas mãos dos preparadores físicos, fisiologista. E Cleber Xavier, seu auxiliar, tentou e ainda tenta recuperar a confiança do atacante nas finalizações.

Só que já se passaram seis meses. E a reação do jogador é pífia. Ele não estará no banco de reservas contra o São Paulo amanhã à toa. Não consegue recuperar a competitividade dos tempos do Palmeiras e Flamengo. Não tem força para as arrancadas. E falta convicção nos arremates. "Há jogadores que são assim mesmo. Demoram para conseguir suportar o nível de exigência do futebol brasileiro. O Love já nos fez quebrar a cabeça para que voltasse a jogar bem. Ele vinha do CSKA, um time forte, mas com métodos de treinamento bem diferentes do nosso. "Agora, seis anos depois, e que chegou da China, com certeza está muito pior. O Vágner é um ótimo menino. Obediente, vibrante. Sua dificuldade no Corinthians é física e técnica. Só quem foi jogador para saber. Treinar sem cobrança, gera mesmo uma acomodação. Até sem querer. Atleta não é máquina. Se reprogramar é bem difícil. Trabalhamos muito com o Love para que ele voltasse a ser o jogador que conhecíamos." A revelação é de Jorginho. Ele era o treinador palmeirense quando Love voltou em 2009. Vágner foi muito reservado nas poucas coletivas que deu no Corinthians. Mas na ESPN foi no ponto central de sua dificuldade. "No Brasil o treino é batalha e jogo é guerra. Na Rússia e na China não é assim. Não há competitividade. Há muito respeito entre os reservas e titulares. Por isso é tão difícil voltar. E digo mais. Os jogadores da Seleção que foram para esses centros menos desenvolvidos podem ganhar mais dinheiro. Só que seu ritmo em relação aos outros que estão na Europa e Brasil é bem diferente. Poderão sim perder espaço." É exatamente o que acontece com Love no Corinthians. Tite e Cleber Xavier tiveram inúmeras conversas com ele. Jogadores também. Vagner é muito querido no elenco. Tem um comportamento humilde, brincalhão. Só que nos últimos dias sucumbiu. Seu rendimento tem sido fraco. Tanto nos treinos como nos jogos. A ansiedade e a falta de confiança o dominam. Ele já completou 31 anos. Perdeu força, velocidade.

O que se torna um problema grave. Love ganha R$ 500 mil mensais. Só perde para Alexandre Pato, R$ 800 mil (R$ 400 mil pagos pelo São Paulo). Para Elias R$ 550 mil. O presidente Roberto de Andrade e André Sanchez, presidente de fato do Corinthians, não querem mante um atleta tão caro na reserva. Ou Vagner Love reage até o final do ano. Ou o Corinthians tentará negociá-lo no final do ano. Empresários especializados com o mundo árabe já estão sabendo. O jogador é muito esperto. Já entendeu o que está acontecendo. E quer reagir. Não pretende voltar a um mercado menor. Quer ficar perto da família. E não se mostra nada descontente com seu contrato com o Corinthians. Embora ressentidas com a saída de Guerrero, as organizadas procuraram dar todo o apoio ao atacante. Mas vão perdendo também a paciência. O jogador nunca se tornou o ídolo que Gobbi garantiu que seria. Não há identificação de parte a parte. Nem dos torcedores e muito menos dele com a camisa branca e preta. Ele não consegue reagir. O jogador só fez cinco gols de fevereiro até agora. E embora tenha se esforçado para não demonstrar seu nervosismo, aos poucos mostra sua tensão. "Jogar no Flamengo é muito difícil. Só que no Corinthians é pior. A pressão é muito maior", admite.

Ele está tentando se preservar, se calar. Focar no treino físico, nas conclusões. Sabe que Luciano será o titular amanhã contra o São Paulo. Será reserva no Morumbi. Sabe que precisa dar uma resposta o mais rápido possível. Porque seu futuro já começa a ser traçado. Ele virou peça cara demais para este Corinthians travado financeiramente por causa do seu estádio. Não é mais nem uma questão de paciência. Virou uma questão básica de qualquer trabalhador e empresa: a relação custo/benefício. Quando acertou com Cuca a sua saída do Shandong Luneng, Love pensou primeiro em jogar no Flamengo. Só que o seu clube do coração não teve dinheiro e nem interesse em contratá-lo. A relação com o Palmeiras também acabou desde que foi agredido por torcedores na saída da agência Água Branca do Bradesco. Só por isso está no Parque São Jorge. A partir de amanhã restam 22 partidas no Brasileiro. Mas oito jogos da Copa do Brasil, se o Corinthians for à final, lógico. Ou seja, são 30 jogos para Vagner Love provar que merece continuar no Parque São Jorge. E recebendo um dos maiores salários do grupo. A contagem é regressiva. Ou ele consegue reverter de maneira absoluta sua situação no Parque São Jorge ou não seguirá em 2016. Não há dinheiro a ser dispensado com um jogar tão caro e, até agora, tão improdutivo. A vingança de Gobbi contra os empresários de Guerrero até agora só fez uma vítima. O próprio Corinthians...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Aug 2015 09:31:35

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