quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Se não fosse por Marcelo Oliveira, Gabriel Jesus teria ido embora do Palmeiras. Ao contrário de Oswaldinho, ele apostou no menino e esqueceu os medalhões... Enquanto isso, a torcida do Cruzeiro implora pela demissão de Vanderlei Luxemburgo...

Se não fosse por Marcelo Oliveira, Gabriel Jesus teria ido embora do Palmeiras. Ao contrário de Oswaldinho, ele apostou no menino e esqueceu os medalhões... Enquanto isso, a torcida do Cruzeiro implora pela demissão de Vanderlei Luxemburgo...




Assim que o Palmeiras fez 3 a 0, Gilvan Tavares foi aconselhado a ir embora do Mineirão. E foi o que fez. O presidente do Cruzeiro estava sendo xingado e ameaçado no seu camarote. Torcedores do atual bicampeão brasileiro estavam inconformados com o dirigente que desmanchou uma equipe excelente. A tirou da mão de Marcelo Oliveira. E a entregou para ninguém menos do que Vanderlei Luxemburgo, técnico que vem de sete demissões. O time cruzeirense afunda no Brasileiro. Está a um ponto da zona do rebaixamento. Sobreviver ao confronto com o Palmeiras e seguir para as quartas da Copa do Brasil. Este seria o remédio para espantar a crise. Gilvan avisou o treinador. Ouviu que tudo seria diferente. Só que o presidente percebeu, aos 33 minutos, o quanto as promessas do treinador Luxemburgo se tornaram vazias. Ao final da partida, com a eliminação da Copa do Brasil, por 3 a 2, a torcida cruzeirense mostro que o encanto com seu decadente técnico acabou. E um potente coro dominou o Mineirão. "Adeus, Luxa. Adeus, Luxa. Adeus, Luxa." Para variar, o treinador seguiu o mesmo script que já virou rotina. Assume time que diretoria quer um dar um choque. Acerta salários, dá entrevista coletiva, promete que colocará a equipe no eixo. Afasta algum atleta conhecido. Anima o grupo. Depois ele mesmo desanima. Começa com trocas táticas incoerentes. Opções erradas de titulares. A reação logo acaba. Passa a ser pressionado até que é demitido. Este próximo passo está perto de ser dado. Porque, também como sempre, Luxemburgo não pedirá demissão. Sem nada a ver com isso, o Palmeiras se deleitou no Mineirão. Principalmente graças à visão de Marcelo Oliveira. Ele percebeu que contra os lentos Bruno Rodrigo e Paulo André, a melhor aposta seria Gabriel Jesus. Com o jovem habilidoso e rápido jogador, seria fácil aproveitar o presente oferecido por Luxemburgo.

E assim foi. O treinador cruzeirense preparou seu time para o ainda inseguro Lucas Barrios, o trombador Leandro Pereira e o rápido, mas péssimo finalizador, Dudu. Mas entrou o garoto de apenas 18 anos entrou e transformou toda a partida. Deu um gol para o paraguaio, sofreu falta que valeu a justa expulsão de Bruno Rodrigo. E marcou dois gols. Um deles, sensacional. Foi o principal personagem na vitória por 3 a 2, e pela classificação às quartas de final. "Todos me elogiaram, deram parabéns, mas não dá para ficar satisfeito. É um começo e um jogo. Pelo jeito que eu subi, pretendo fazer mais jogos assim. O celular está vibrando para caramba. Deve ser minha mãe, meus familiares, amigos..." dizia Gabriel Jesus no Mineirão. A frase "pelo jeito que eu subi" resume muito bem as dificuldades que enfrentou. Vale a pena reproduzir parte do texto que saiu em fevereiro deste ano no blog. "Gabriel Jesus. Ele surgiu no Anhanguera, clube amador. Na Copa São Paulo sub-15, marcou 29 gols. Cobiçado por vários clubes, o Palmeiras se antecipou. E fechou contrato em julho de 2013, aos 16 anos, até dezembro de 2015. A promessa ganhava R$ 2,5 mil. Continuou se impondo. Marcou 37 gols em 22 partidas no Campeonato Paulista de Juniores. Sua multa rescisória se tornou baixa: R$ 3 milhões. Era um risco assinar com outro clube. O São Paulo era o principal interessado. Conselheiros garantiram que foi ofertado ao garoto uma casa no valorizado condomínio de Alphaville, em Barueri. Bastaria ele não renovar seu vínculo com o Palmeiras. Paulo Nobre ouviu essa história e resolveu oferecer um contrato de quatro anos ao jovem atacante.

A renovação não foi fácil. Os empresários do menino sabiam que havia outros interessados. Primeiro mudaram seu nome. De Gabriel Fernando, passou a Gabriel Jesus, mais marcante. E trataram de avisar à diretoria palmeirense. Queriam uma parcela maior dos direitos de Gabriel para ele ficar. Sem saída, Nobre cedeu. Renovou o vínculo até 2019. Mas o Palmeiras ficou com apenas 30% dos direitos do jogador. O clube tinha 80%. Era isso ou o jogador não renovaria. Seus salários saltaram para R$ 15 mil até o final do ano. Em 2016, pularão para R$ 25 mil. R$ 35 mil em 2017. R$ 45 mil em 2018. R$ 60 mil em 2019. Sua multa rescisória saltou de R$ 3 milhões para R$ 30 milhões." Há seis meses, Oswaldo de Oliveira fechava os olhos para o menino. Os próprios companheiros de treino não entendiam. Gabriel Jesus impressionava por suas arrancadas, dribles, mas o inseguro Oswaldo preferia jogadores rodados, recém contratados por Alexandre Mattos. Os empresários do garoto, Fabio Caran e Cristiano Simões, não se conformavam em ver Maikon Leite, Rafael Marques, Cristaldo e Leandro Pereira no ataque. Quando Alecsandro e Lucas Barrios foram contratados, chegaram à conclusão que era melhor negociá-lo. Mas um homem evitou o desperdício. Marcelo Oliveira chamou Gabriel Jesus para uma longa conversa. O técnico trabalhou por anos na base do Atlético Mineiro. E sabe valorizar jovens talentos. Apesar de não estar no DNA do Palmeiras apostar nos seus garotos, o treinador deixou claro que, com ele, iria jogar. Desde que continuasse treinando tão bem, com tanta dedicação. Pouco importariam o dinheiro gasto por Paulo Nobre para buscar outros atacantes rodados.

Os empresários perceberam que o cenário realmente estava mudando. Marcelo Oliveira era bem diferente de Oswaldo de Oliveira. Esqueceram os contatos com empresários europeus. Decidiram acreditar no treinador e atender a vontade do menino. "Eu quero vencer no Palmeiras antes de ir jogar fora", disse o atacante. O que aconteceu ontem no Mineirão não surpreendeu conselheiros e pessoas ligadas à base do Palmeiras. O futebol do atacante sempre mostrou talento diferenciado. Havia a eterna incerteza se o time principal daria espaço a Gabriel Jesus. Foi até engraçada a maneira que Gabriel revelou descobrir que jogaria ontem. "Fiquei sabendo que ia jogar, estou até desnorteado...na segunda, quando a gente treinou, né? Não, na terça, ontem. Então ele (Marcelo Oliveira) me passou tranquilidade, falou para eu demonstrar meu futebol, marcando, juntando, com compromisso, mas para jogar com a bola. Pude mostrar meu futebol. E é só o começo", prometia. Esse é o futebol brasileiro, a vida, a sorte. Se não chegasse um treinador que acreditasse em jovens garotos, ele agora poderia estar fazendo as malas. E embarcando para a Udinese, Málaga, Eintracht Frankfurt. Qualquer time pequeno europeu, buscar seu futuro. Mas ficou e a perspectiva de sua carreira mudou. Melhor para o Palmeiras e para o próprio garoto de 18 anos. Gabriel Jesus precisa agradecer a coragem de Marcelo Oliveira. O técnico bicampeão do país que Gilvan mandou embora. Para ficar com Vanderlei Luxemburgo. Pena que o presidente tenha ido embora antes do Mineirão. Se não, ouviria o que a torcida pensa do "seu" treinador. A mesma torcida desvalorizada por Isaias Tinoco. Não por acaso, dirigente parceiro de Luxemburgo...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Aug 2015 12:27:03

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