segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Osório segue magoado. Não sabe se vai para o México. Enquanto isso, conselheiros se antecipam e formam frente contra Vanderlei Luxemburgo. Aidar está avisado. Se quiser problemas, leve o 'professor' para o São Paulo...

Osório segue magoado. Não sabe se vai para o México. Enquanto isso, conselheiros se antecipam e formam frente contra Vanderlei Luxemburgo. Aidar está avisado. Se quiser problemas, leve o 'professor' para o São Paulo...




Os bastidores do futebol são comandados por pessoas que se portam como jogadores de xadrez. Precisam estar sempre antevendo a jogada do adversário. No Morumbi, os aliados de Juvenal Juvêncio estão acompanhando muito interessados a falta de rumo do futebol. Principalmente a real possibilidade de Juan Carlos Osório deixar o clube. Ele continua revoltado com o desmanche que o São Paulo fez, tirando oito jogadores que estava utilizando. O Lorde compreendeu que é sua carreira que está exposta com os vexames. Afinal, não veio ao Brasil para morrer aqui. E sim usar os holofotes para vôos maiores, como o futebol europeu. Só que já percebeu vários motivos que fazem os treinadores estrangeiros fracassarem por aqui. Muito mais do que o calendário absurdo, a intolerância, a incompreensão com novos métodos, como o rodízio, há algo venenoso, peçonhento: o fogo amigo. Dirigentes do clube que criticam, pressionam, trabalham contra. Não bastasse a ruidosa oposição de Juvenal, há os aliados de Carlos Miguel que não toleram o colombiano. Principalmente a sua "frouxidão" com Paulo Henrique Ganso, Michel Bastos e Centurion, por exemplo. O meia o deixou de cumprimentar, o volante que joga de ponta direita o xingou e o atacante argentino criticou os poucos minutos que o treinador o coloca em campo. O rodízio de jogadores, sistema que pode significar modernidade na Europa, no Morumbi significa incoerência, falta de convicção na escolha da equipe. Os diferentes sistemas táticos durante as partidas também. E é lógico, os resultados muito fracos. São 16 partidas com o treinador: 6 vitórias, três empates e sete derrotas. O clube tem pela frente três jogos contra adversários teoricamente fracos. O Ceará pela Copa do Brasil na quarta-feira. No sábado, a Ponte Preta, no Morumbi. Na quarta, Joinville em Santa Catarina. Os dirigentes esperam três vitórias obrigatórias. Se não vierem, a pressão contra o técnico irá aumentar e muito.

O noticiário internacional garante que os mexicanos deram um mês de prazo para Osório decidir se quer deixar o São Paulo. Na madrugada de ontem, o técnico trocou mensagens com jornalistas amigos. E revelou toda sua mágoa pela falta de apoio no Morumbi. E principalmente pelas criticas que recebeu por e-mail de um membro da diretoria. Osório confirmou que está sendo sondado pela Seleção Mexicana. E teria um mês para decidir se aceita ou não cargo. A proposta chegou no seu momento mais delicado. Com os jogadores irritados por sua maneira de trabalhar, seu bendito revezamento. E pela solidariedade da torcida estar se esvaindo. O irônico de tudo isso é que nasce um movimento no Conselho Deliberativo do clube. Pessoas influentes, poderosas, com amizade com o presidente do CD, Carlos Augusto Barros e Silva, já estão se articulando. Não para salvar ou demitir Osório. O que elas querem? Que o clube não abra as portas para Vanderlei Luxemburgo. Essas pessoas já estão antevendo o que poderá acontecer. Osório não continua no São Paulo. Demitido pelos fracos resultados, pela pressão ou pedindo para ir embora treinar a Seleção Mexicana. Vanderlei Luxemburgo faz uma campanha vergonhosa com o Cruzeiro, atual bicampeão do Brasil. O treinador dirigiu a equipe 19 vezes. Poderia conseguir 57 pontos. Obteve 22. A diretoria e a torcida estão revoltadas com o pífio desempenho. As desculpas, sempre acusando os jogadores pelas derrotas. Uma eliminação da Copa do Brasil para o Palmeiras, quarta-feira, no Mineirão, pode ser o ponto final. Apenas um fracasso a mais para o treinador que foi demitido dos últimos sete clubes. O Cruzeiro seria apenas o oitavo.

Juvenal Juvêncio fez um juramento público. Vanderlei Luxemburgo nunca seria treinador do São Paulo enquanto o dirigente fosse presidente. E ele cumpriu o que falou. Nos oito anos que fez o que quis no Morumbi, Luxemburgo foi nome vetado. "Ele não tem o nosso perfil. A comunidade do clube não gosta dele. Sei que ele gostaria de treinar o São Paulo. Só que comigo o Vanderlei não trabalhou e nunca trabalhará", disse o ex-presidente em 2013, quando demitiu Ney Franco. Os membros mais tradicionais da diretoria, não só os conselheiros, mas até membros da Mesa Diretora do Conselho Deliberativo, não suportam Vanderlei. Os vários problemas que ele teve na CPI. Como a admitida falsidade ideológica, acusações de sonegação de impostos. Fora situações recentes. Como dívida em cassino nos Estados Unidos. Seu instituto de futebol falido. Site de vinho. Noitadas de pôquer. A mania de querer ser manager, vendendo e comprando jogadores. Tudo isso fez com que conselheiros se unissem. E estão decididos. Carlos Miguel Aidar terá problemas políticos se contratar Luxemburgo.

O vice Ataíde Gil Guerreiro tenta acalmar a todos. Garantindo que segurará Osório. E que não precisam se preocupar com Luxemburgo. Ele mesmo não gosta de Vanderlei. "Ele é um grande técnico, mas não se enquadra naquilo que quero para o São Paulo. Quero um técnico moderno, que tenha condições de fazer uma reestruturação completa no São Paulo", disse Ataíde em maio, na TV Bandeirantes. O grande problema é o ego de Carlos Miguel Aidar. Se fracassar o projeto do treinador estrangeiro, de Osório, o dirigente ainda pensa em Vanderlei. Se o técnico não titubeasse ao largar o Flamengo no início do ano, assumiria o São Paulo. Luxemburgo tinha certeza que ganharia espaço e teria todo o departamento de futebol da Gávea sob seu controle. A diretoria percebeu o que queria e o despachou sem dó. No Cruzeiro, ele não está nada seguro. A comparação com o excelente trabalho de Marcelo Oliveira é cruel. Gilvan Tavares é o único na diretoria que acredita na sua promessa de montagem de time para 2016. Conselheiros e dirigentes já se cansaram de mais um dos seus "projetos". Perceberam o quando ele está envelhecido, assim como seus conceitos de futebol. Não é nem sombra do técnico campeão brasileiro com o clube em 2003.

A situação está caminhando para o que não deu certo no início do ano se concretize. Caso Osório parta, Luxemburgo poderia sim chegar ao São Paulo. É tudo o que grande parte do Conselho Deliberativo do São Paulo não quer. Se Aidar fingir não ouvir o levante contra Vanderlei, terá muito trabalho para se reeleger. Aliás, seu mandato ficará ainda mais complicado. Avisado Aidar já está. Se Osório deixar o clube... E presidente quiser problemas, contrate Luxemburgo. Assuma que o "professor" é a "nova cara" do São Paulo Futebol Clube...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 24 Aug 2015 17:14:11

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