quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Romário não se contenta com o histórico pedido de desculpas de Veja. A revista reconheceu que o extrato do depósito de R$ 7,5 milhões, na Suíça, é falso. O senador vai processar jornalistas e Veja. Quer R$ 75 milhões...

Romário não se contenta com o histórico pedido de desculpas de Veja. A revista reconheceu que o extrato do depósito de R$ 7,5 milhões, na Suíça, é falso. O senador vai processar jornalistas e Veja. Quer R$ 75 milhões...




Em seu perfil no Instagram e em sua página na internet, o senador Romário de Souza Faria publicou a informação de que recebeu do banco suíço BSI um documento enviado por aquela instituição financeira às autoridades daquele país. "Nós estabelecemos como certo que este extrato bancário é falso e que o Sr. Romário de Souza Faria não é o titular desta conta em nosso banco na Suíça." O extrato em questão foi publicado há duas semanas por VEJA como prova de que Romário era titular de uma conta bancária na Suíça com saldo equivalente a 7,5 milhões de reais. O comunicado do BSI não deixa dúvida sobre as adulterações no documento e pede às autoridades que investiguem a autoria da falsificação. Por ter publicado um documento falso como sendo verdadeiro, VEJA pede desculpas ao senador Romário e aos seus leitores. Esse pedido de desculpas não veio antes porque até a tarde desta quarta-feira ainda pairavam perguntas sem respostas sobre a real natureza do extrato, de cuja genuinidade VEJA não tinha razões para suspeitar. A nota do BSI dissipou todas as questões a respeito do extrato. Ele é falso. A investigação desse episódio, no entanto, continuará sendo feita por VEJA. Estamos revisando passo a passo o processo que, sem nenhuma má fé, resultou na publicação do extrato falso nas páginas da revista, evento singular que nos entristece e está merecendo toda atenção e cuidado para que nunca mais se repita."

Essa a desculpa pública de Veja. Histórica, marcante e uma lição de bom jornalismo. A parte mais importante da alma de qualquer veículo de comunicação é a sua credibilidade. E a de revista foi afetada profundamente. Na pressa em dar o furo, a revista de maior circulação nacional errou feio. Publicou uma matéria que poderia manchar para sempre a carreira do agora senador. Acabar com sua candidatura ao governo do Rio de Janeiro. Nela mostrava um extrato de 2,1 milhões de francos suíços, cerca de R$ 7,5 milhões. O dinheiro estaria depositado no BSI, com sede em Genebra. Essa quantia não estaria na declaração de imposto de renda de Romário. Seria dinheiro sonegado, desviado. A notícia caiu como uma bomba em Brasília. Romário, a princípio negou. Mas ele tinha a obrigação de fazer mais. Infelizmente neste país, há uma inversão de valores. Quem é acusado precisa provar sua inocência. Não quem acusa mostrar que sua afirmação é irrefutável. Romário fez muito bem. Foi até a Suíça, à sede do BSI. E ironizou a Veja. "Galera, bom dia!
Chateado!
Acabei de descobrir aqui em Genebra, na Suíça, que não sou dono dos R$ 7,5 milhões.
Aguardem mais informações…
Agora, aqueles que devem, podem começar a contar as moedinhas, porque a conta vai chegar de todas as formas.
Eu não finjo ser decente, não faço de conta ser sério e pareço ser correto. Eu sou!"

Mesmo assim, a revista não se dobrou. Na semana passada, de forma menos veemente, deixava claro que só a viagem, um self e a sua declaração era muito pouco. Romário avisou que "valeria a pena esperar". E ontem ficou claro o motivo. Divulgou a nota oficial do banco garantindo a falsificação do extrato. O BSI ainda deu queixa na Suíça pelo documento falsificado levando seu nome.

Não bastasse isso, o Ministério Público comprovou a falsidade da acusação. Encurralada, a publicação da editora Abril não tinha outra saída. A não ser admitir a falha de informação. A "barriga" no jargão jornalístico. Tudo é gravíssimo porque Romário é candidato à prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Além disso, presidirá a CPI da CBF. Inimigos querendo acabar com a reputação do ex-jogador não faltam. A Veja alega que o extrato chegou pelas mãos da Polícia Federal. O que serviria como escudo para que não houvesse a checagem da veracidade do documento. Daí, a publicação.

Romário conseguiu provar sua inocência. Mas avisa que vai levar adiante sua determinação em processar os autores da matéria. E a revista. Exige dez vezes o que a publicação alegou que tinha na Suíça. Ou seja, R$ 75 milhões. Ele entendeu perfeitamente o que a falsa denúncia poderia ter feito com sua credibilidade como político. E não perdoou ninguém. O discurso que fez ontem também foi marcante, constrangedor para a revista. "Há duas semanas, os jornalistas Leslei Leitão e Thiago Prado – da revista Veja – me procuraram alegando ter em mãos o extrato de uma conta minha no Banco BSI, na Suíça, com o saldo de 7 milhões e meio de reais. Fui enfático ao responder. Disse que não tinha a conta mencionada e nenhuma relação com aquele banco, consequentemente, o extrato não poderia existir. Mas eles insistiram na veracidade do documento. Eu, então, ironizei: se o dinheiro for meu, eu vou buscar. Mesmo diante da minha negativa, os jornalistas não tiveram a prudência de investigar e apurar com afinco a veracidade do documento. Eles resolveram publicar uma matéria mentirosa e difamatória, baseados unicamente num documento falso, sem nenhuma comprovação, intitulada: “O Mar não está para peixe!” A publicação rapidamente se espalhou, foi reproduzida por inúmeros jornais no Brasil e no mundo. Recebi milhares de questionamentos – não pela origem do dinheiro, porque graças a Deus, tenho uma condição financeira confortável fruto do meu trabalho fora da política – mas pelo fato da quantia não ter sido declarada à Receita Federal. Diante da grande repercussão e do meu compromisso público com milhões de brasileiros, peguei um avião e viajei até a Suíça pra passar a limpo a história, obviamente, pagando todas as despesas do meu bolso. Naquele país, constitui dois advogados em Genebra, onde cheguei acompanhado por minha ex-mulher Isabella, hoje amiga, que é fluente em francês e pode auxiliar com o idioma. Nessa reunião os representantes do BSI confirmaram que o extrato é falso e que eu não tenho nenhum vínculo com a instituição financeira, muito menos uma conta. Imediatamente comuniquei a todos, por minhas redes sociais, a veracidade dos fatos. Hoje recebi do banco suíço BSI a confirmação definitiva de que o extrato da suposta conta bancária – com o saldo de R$ 7 milhões e meio de reais – em meu nome, é falso. Com essa constatação de grave delito penal, o banco também me comunicou que fez uma queixa penal no Ministério Público de Genebra para que eles possam apurar o crime. Paralelo a isso, o Ministério Público Federal do Brasil também emitiu uma certidão comprovando que não há no órgão nenhuma apuração dessa suposta conta bancária mantida por mim na Suíça. Desmentindo, mais uma vez, a revista Veja.
Diante destes fatos, volto aqui a questionar os métodos de reportagem da revista. O jornalismo, quando exercido com responsabilidade e profissionalismo, é um dos mais importantes pilares da nossa democracia. Mas não podemos aceitar que crimes sejam cometidos, disfarçados de jornalismo. Eu sou uma pessoa pública e graças a Deus tenho os recursos para me defender. Mas muita gente não tem. Esse tipo de irresponsabilidade não pode passar em branco. Estou processando a revista Veja e os jornalistas que escreveram a matéria, cobrando uma indenização por danos morais no valor de dez vezes o que eles disseram que eu tinha na Suíça. Serei sempre a favor da liberdade de expressão, mas, neste caso, se trata de um fato criminoso, e por isso, eles terão que esclarecer à justiça brasileira e suíça quem falsificou esse extrato. Ser vítima de injustiça é muito ruim, mas, por outro lado, isso serviu para mostrar a falta de ética da Veja, uma revista sem credibilidade, que já sofreu diversos processos e, mesmo assim, não deixa de fazer publicações sem provas. O que ficou bem claro, pela repercussão do assunto, é que as pessoas não consomem mais mentiras sem reagir. Não posso dizer que fiquei totalmente surpreso com esse ataque, porque eu sabia que isso iria começar. Assumi recentemente a presidência da CPI do Futebol e, ao mesmo tempo, as pesquisas de opinião mostram meu nome à frente na disputa pela prefeitura do Rio de Janeiro. A partir do momento em que se mexe com interesses de pessoas poderosas e corruptas, passamos a sofrer intimidação e difamação, uma prática comum dessa galera.

No entanto, se acharam que a matéria me intimidaria, se enganaram completamente. Não fujo de briga e sempre cresci nas guerras. Vamos moralizar o futebol brasileiro, com a ajuda de todo mundo que quer ver transparência e honestidade na condução do esporte preferido do nosso país.

Pra terminar, Sr. Presidente, queria dizer que fizemos ontem a segunda reunião da CPI do Futebol, onde aprovamos alguns requerimentos importantes nesse começo de trabalho. Também tivemos uma reunião com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, com o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, para solicitar que a CPI do Futebol tenha acesso às informações que serão recebidas da justiça norte-americana, nos processos que correm contra brasileiros e empresas brasileiras naquele país. Estamos avançando a passos largos. Este foi o primeiro gol da CPI.

Aos que estão me vigiando, peço que continuem o trabalho. Porque estou servidor público e devo satisfação aos cariocas e brasileiros. Como bem disse Thomas Jefferson: “O preço da liberdade é a eterna vigilância”. E eu prezo muito pela minha.
Diferente do que disse a revista Veja, o mar sempre esteve, está e continuará para peixe.

Era isso o que tinha a dizer. Muito obrigado.

Veja errou.

E terá de arcar com as consequências.

Como acontece no mundo democrático...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Aug 2015 01:48:54

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