quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Por quê a CBF não vai parar o futebol brasileiro durante a Olimpíada, as Eliminatórias, a Copa América em 2016? E o calendário esportivo deste país terá seu ano mais caótico? Uma chance para adivinhar. Plim plim...

Por quê a CBF não vai parar o futebol brasileiro durante a Olimpíada, as Eliminatórias, a Copa América em 2016? E o calendário esportivo deste país terá seu ano mais caótico? Uma chance para adivinhar. Plim plim...




Com a bênção da TV Globo, a CBF atropelou qualquer indício de bom senso em 2016. A entidade comandada por Marco Polo del Nero decidiu. O futebol brasileiro não vai parar durante as Eliminatórias e Copa América dos Estados Unidos. Mais, as quatro divisões do Campeonato seguirão durante os Jogos Olímpicos. Tudo isso sem diminuir as 19 datas dos insignificantes Estaduais, Copa do Brasil, Campeonatos Brasileiros, Copa Verde, Copa Nordeste. Mais a Libertadores e Copa Sul-Americana. Fora amistosos. Tanto da Seleção principal quanto da Olímpica. Uma overdose alucinante de futebol que não leva a nada. A não ser o desgaste do esporte, dos jogadores, sacrificará clubes, Seleção Brasileira, roubará a atenção da Olimpíada. Somando nove rodadas da Copa América, seis das Olimpíadas e três das Eliminatórias, clubes nacionais ficarão desfalcados de seus atletas convocados por 18 rodadas. Isso terá influência enorme no Brasileiro. No título, no rebaixamento. O desrespeito com a Olimpíada é um capítulo à parte. Serão cinco rodadas do Brasileiro e uma da Copa do Brasil em plenos Jogos do Rio. Corinthians, Cruzeiro, Bahia, Botafogo, Flamengo e Fluminense não poderão jogar em casa. Itaquerão, Maracanã, Engenhão, Mineirão e Fonte Nova estão cedidos para o Comitê Olímpico Internacional. Uma loucura. Só que o desvario continua. Marco Polo del Nero avisa que os clubes que terão seus jogadores convocados para amistosos e partidas das Eliminatórias: não jogarão no dia que o Brasil estiver em campo. Mas poderão atuar no dia seguinte. Ou seja, não terão seus atletas da mesma maneira.

A CBF tem a Globo dando respaldo para tanto absurdo. A emissora tem o poder de calar a boca dos dirigentes. No próximo ano subirão as cotas que paga pela transmissão do Brasileiro. O salto será grande e valerá até 2018. Flamengo e Corinthians. De R$ 110 milhões/ano para R$ 170 milhões/ano. São Paulo. De R$ 80 milhões/ano para R$ 110 milhões/ano. Vasco e Palmeiras. De R$ 70 milhões/ano para R$ 100 milhões/ano. Santos. De R$ 60 milhões/ano para R$ 80 milhões/ano. Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio, Internacional, Fluminense e Botafogo. De R$ 45 milhões/ano para R$ 60 milhões/ano. Outros integrantes da Série A - De R$ 27 milhões para R$ 35 milhões/ano. Os clubes não se revoltam porque já contam com esse dinheiro no planejamento das próximas temporadas.

Na determinação que veio de cima para baixo, Marco Polo não quis seguir a sugestão de várias equipes. Principalmente a do Grêmio. O Brasileiro com turno corrido e depois mata-mata entre os oito primeiros e os oito últimos para decidir título e rebaixamento. Nem menos datas para os Estaduais. Ou paralisação do Brasileiro e Copa do Brasil durante as Olimpíadas. Nada disso. Mas a overdose foi seletiva. Fez questão de não privilegiar a Copa Sul-Minas. Vitória da Federação Carioca, do presidente Rubens Lopes e do presidente do Vasco, Eurico Miranda. Os dois dirigentes juraram que iriam barrar a tentativa de Flamengo e Fluminense boicotar o campeonato estadual do Rio em 2016. E disputar a Copa Sul-Minas. Seriam dez equipes Coritiba, Atlético, Grêmio, Internacional, Figueirense, Criciúma, Cruzeiro, Atlético Mineiro, Flamengo e Fluminense. Os encontros entre os presidentes das equipes estavam acontecendo. Mas Marco Polo fez o que queria as federações carioca, mineira, paranaense e gaúcha. Desprezou o torneio que indicava o nascimento de uma possível rebelião, o embrião da Liga de Clubes que a CBF tanto teme.

A CBF já avisou que este calendário para 2016 é definitivo. Não aceitará mudanças. O futebol no país não vai parar durante as Eliminatórias, Copa América e Olimpíada. Terá mais partidas às 11 horas do domingo e às 21 horas do sábado. "Esta equipe competente que está na CBF vem tomando várias atitudes para melhorar o futebol brasileiro. "Hoje temos mais respeito em campo, com as cruzada dos árbitros contra as reclamações. "As competições têm grandes marcas, criadas pelo nosso marketing." As palavras são, lógico, do presidente Marco Polo del Nero. Quanto melhor o presidente estiver com a Globo durante a CPI do futebol, ele vai ficar. Esse é um fator importantíssimo que não pode ser esquecido. Tantos e tantos jogos serão a estratégia da Globo para tentar agradar seus patrocinadores. Quer enfrentar a queda brusca de audiência, 22 pontos nos dez últimos anos, por mais jogos. A grade estará entupida de tanto futebol. Olimpíadas, Copa América e Eliminatórias são os principais produtos da emissora. Estaduais, Campeonato Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil, Sul-Americana. Amistosos da Seleção. Partidas e mais partidas para tentar manter Ambev, Itaú, Johnson & Johnson, Magazine Luiza, Vivo, Volkswagen.

Em plena crise, a emissora tenta um aumento no R$ 1,6 bilhão que recebeu no ano passado. Vale lembrar que, pela decepção com o Brasil na Copa e pela queda de audiência, a Coca Cola deixou de bancar o futebol na Globo. Foi substituída pelo Magazine Luíza. Ou seja, este insano calendário não é por acaso. A CBF quis agradar a Globo e os presidentes de Federações. A Globo terá mais e mais jogos para iludir os patrocinadores. Ela poderia vetar, moldar o calendário como quisesse. Os clubes se calam porque ganharão mais dinheiro da Globo. Os jogadores serão sobrecarregados. O Bom Senso se cala. E Marco Polo comemora...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Aug 2015 09:08:47

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