domingo, 16 de agosto de 2015

Jogo empolgante, com direito a duas viradas, o Palmeiras goleia o Flamengo. 4 a 2. Se recupera das três derrotas seguidas. Ganha confiança. Valeu o coração. Mas há muito o que ser corrigido...

Jogo empolgante, com direito a duas viradas, o Palmeiras goleia o Flamengo. 4 a 2. Se recupera das três derrotas seguidas. Ganha confiança. Valeu o coração. Mas há muito o que ser corrigido...




Há duas visões da empolgante goleada do Palmeiras, com direito à dupla virada. A primeira. A reação de um time que precisava de meio de campo. A excelente entrada de Cleiton Xavier e as investidas de Zé Roberto pela intermediária carioca mudaram o destino do jogo. E deram uma vitória sensacional aos paulistas. Digna de despertar a confiança para um time caro, que vinha de três derrotas consecutivas. E que tem a obrigação de conseguir, pelo menos uma vaga à Libertadores. A outra análise cabível e que não anula a primeira. O Flamengo foi tremendamente prejudicado no jogo de hoje em São Paulo. Primeiro pelo árbitro Igor Júnior Benevutto. Ele teve a coragem de não marcar um pênalti claro de Andrei Girotto em Pará. Logo aos três minutos de partida, quando estava 0 a 0. Indecente. "Eu espero que o Flamengo faça alguma coisa contra a CBF, contra a comissão de arbitragem, não sei. Mas tem que fazer alguma coisa. É uma situação que não pode acontecer", desabafava Guerrero, diante do pênalti não marcado em Pará. O outro inimigo flamenguista é o seu setor defensivo. Faltam volantes e principalmente zagueiros. Qualquer bola trabalhada pelo adversário causa pânico. E as levantadas são quase certeza de gols. Não é por acaso que tomou cinco gols nas últimas cinco partidas. Assim, Guerrero e Sheik não têm como fazer milagres. O time de maior torcida do país terá de se contentar em ficar no meio da tabela, de novo, em 2015. Isso se sua fraquíssima defesa não piorar ainda mais as coisas. Tomou 28 gols em 19 jogos. Só a zaga do Vasco, lanterna, consegue ser pior, com seus 31 gols. "Foi um dos jogos mais fáceis que fizemos fora de casa. Dominamos o jogo. Mas acabamos tomando uma virada. E gols em seguida. Éramos para ter vencido essa partida", analisava Márcio Araújo. "A gente fala, fala e não adianta", desabafava, irritado Pará. "Precisávamos vencer. Era a hora de mudar o rumo das coisas. Conseguimos ganhar de um grande adversário. Com o apoio da torcida. Mostramos que merecemos a confiança do nosso torcedor. Eu estou muito feliz pelo que fiz em campo", dizia, empolgado, Alecsandro. Ele trocou a Gávea pelo Palestra Itália. E foi decisivo nos dois últimos gols palmeirenses que sacramentaram a vitória contra seu ex-clube. Marcelo Oliveira precisava mudar o Palmeira. Nas três derrotas seguidas contra Atlético Paranaense, Cruzeiro e Coritiba, ficou claro. A ausência de Gabriel fez uma diferença absurda. Típica de time em formação. Seu principal marcador, e esteio da equipe, sofreu grave contusão. Em uma falha do planejamento do comprador Alexandre Mattos, não há peça de reposição. Não com o mesmo potencial. Além disso, o treinador e o executivo de futebol palmeirenses sabem. Valdivia termina seu relacionamento tempestuoso de cinco longos anos amanhã. Mattos, o responsável pela saída, não conseguiu contratar um meia talentoso à altura. E Cleiton Xavier parecia dominado pela doença do sono, depois de cinco anos no ucraniano Metalist. A missão de Marcelo Oliveira em 2015 é classificar o Palmeiras à Libertadores de 2016, quando novos e poderosos reforços são prometidos. Para enlouquecer ainda mais a torcida que não para de lotar na nova arena, como hoje. Conca segue sendo o alvo principal. O Flamengo de Cristóvão Borges seguia fazendo sua campanha no limite de seu elenco. Bom do meio para a frente. E péssimo do meio para trás. Sheik e Emerson tentam compensar do enorme desequilibro no time. A equipe foi formada com o objetivo principal e, não assumido, de não ser rebaixado. Lutar como puder na Copa do Brasil. E manter Bandeira de Mello favorito à reeleição. E seguir saneando a ultrajante dívida flamenguista.

O encontro de clubes com metas tão diferentes foi empolgante. O fraco poder defensivo dos dois times proporcionaram os seis gols. Para quem estava apenas querendo se divertir, torcer, sem compromisso em um domingo de manhã, excelente programa. Mas tanto Cristóvão quanto Marcelo de Oliveira tiveram seus níveis de stress levados a um perigoso estágio. Sem conseguir marcar o adversário, flamenguistas e palmeirenses mostraram gravíssimos defeitos. A ponto de sabotar qualquer boa estratégia. Aos três minutos, um erro imperdoável do árbitro mineiro Igor Junior Benevenuto. Andrei Girotto entrou de maneira estabanada em Pará. O derrubou de maneira clara, incontestável. Mas cadê a firmeza do juiz para marcar? O Flamengo foi muito prejudicado.

Para tornar ainda mais revoltante a situação, dois minutos depois, a sua patética zaga toma o primeiro gol. Zé Roberto cobrou escanteio e Jackson fez até pose antes de cabecear para a rede. 1 a 0, Palmeiras... Mesmo com a vantagem no placar, o Palmeiras era envolvido pelos cariocas. Cristóvão detectou a falha na escalação de Marcelo Oliveira. Arouca, Andrei Girotto e Robinho eram três volantes sem poder de marcação. E não tinham nem como pensar em articular, ajudar o ataque. Porque o Flamengo tinha quatro, muitas vezes, cinco atletas no setor. O Flamengo era dono das intermediárias. Lucas estava bem vigiado pelo ótimo Jorge. E Zé Roberto estava preso por opção do treinador. Rafael Marques, Dudu e Alecsandro estavam isolados do time. Tinham de viver de chutões da defesa ou de Fernando Prass. Estratégia ridícula para um clube com tantas ambições. Fernando Prass conseguiu segurar a vantagem palmeirense graças a uma espetacular defesa, na cabeçada de Guerrero. O 1 a 0 no primeiro tempo mostrava que a partida estava completamente indefinida. O Flamengo teve nada menos do que 72% de posse de bola nos 45 minutos iniciais! No intervalo, Cristóvão ousou. Tirou o combativo volante Jonas e colocou o hábil, rápido Ederson para auxiliar Guerrero e Sheik. Transformou a partida em um inferno para o Palmeiras. Apenas 11 minutos de pressão na zaga palmeirense, mal protegida pelos volantes, e o Flamengo marcou dois gols. E acertou ainda o travessão de Fernando Prass. No empate, Emerson deixou Ederson frente a frente com os zagueiros. Ele driblou fácil Jackon e na hora do chute, a bola desvio em Vítor Hugo e enganou Prass. Cinco minutos, 1 a 1. O Flamengo continuou firme pressionando. Guerrero tocou para Pará. Ele descobriu Sheik livre. O ex-corintiano chutou com raiva. A bola explodiu no travessão. Eram nove minutos. Todos que assistiam à partida previam a virada. E ela veio. Da maneira mais infantil possível. Com inveja da zaga flamenguista, a palmeirense permitiu que Enderson cabeceasse livre o escanteio cobrado por Alan Patrick. 2 a 1... A torcida que lotava a belíssima arena começou a vaiar, a cobrar e até xingar os palmeirenses. Parecia que iria acontecer nova tragédia. Mas todos se esqueciam da fraca zaga flamenguista. Marcelo Oliveira antes fez sua obrigação. Colocou Cleiton Xavier, meia mais ofensivo e talentoso. Tirou Robinho que fez outra partida inútil. Nesta manhã, o meia que veio da Ucrânia estava acordado. Um bate rebate bobo, de frente para os zagueiros flamenguistas acabou com o empate. Arouca cabeceou para a área, Cleiton Xavier cabeceou fraco. A bola desviou em Samir e entrou 2 a 2. Logo aos 12 minutos...

O placar era injusto. O empate mexeu com os nervos flamenguistas. Assim como o fato de o Palmeiras ter um meia efetivo e Zé Roberto ter deixado a lateral para compor o meio de campo. O jogo dos paulistas começou a fluir. E a zaga carioca a falhar. Foi aí que veio a inesperada goleada. Com participação de Alecsandro, que estava para ser substituído por Cristaldo. Aos 20 minutos, gol típico e manjado de futsal. Zé Roberto tocou para o truculento irmão de Richarlyson e ele fez o pivô para Dudu. Ele entrou livre e tocou na saída do desesperado César. 3 a 2 Palmeiras. Cristóvão escancarou seu time, buscando o empate. Esqueceu quem comandava. Cinco minutos depois, tomava o 4 a 2. Cleiton Xavier colocou na área para Dudu disputar com Jorge. O lateral flamenguista conseguiu tirar de calcanhar, a bola ficou dividida entre Alecsandro e César Martins. O atacante se antecipou, deu um toque e chutou para as redes. Goleada confirmada aos 25 minutos... Depois, o ritmo caiu. O Palmeiras preservava o importantíssimo resultado. E o Flamengo não teve mais forças sequer para tentar descontar. A empolgante partida deixa lições fundamentais para o segundo turno dos dois times. Ou melhoram seu poder de marcação, ou sofrerão muito nestas 19 partidas que faltam...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 16 Aug 2015 13:05:59

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