quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O River Plate renasceu. Não deu a menor chance para o mexicano Tigres. Com futebol e personalidade, os argentinos são tricampeões da Libertadores da América...

O River Plate renasceu. Não deu a menor chance para o mexicano Tigres. Com futebol e personalidade, os argentinos são tricampeões da Libertadores da América...




Chuva, pontapés, carrinhos sem bola. Jogo nervoso, tenso, equilibrado, brigado. Cada centímetro disputado. Intensidade impressionante. Torcida apaixonada cantando cada minuto debaixo do temporal. Foi muito emocionante, competitiva, pulsante a decisão da Libertadores da América 2015. No Monumental de Núñez, o River Plate manteve a escrita. Não permitiu que o Tigres fosse o primeiro mexicano a ser campeão do torneio mais importante da América do Sul. Com muita personalidade, o River Plate se impôs. Venceu por 3 a 0, sem contestação. E venceu a Libertadores pela terceira vez. Decepcionante a fragilidade emocional do time do brasileiro Tuca Ferretti. A equipe de Gallardo se impôs taticamente e no coração. O título completa o caminho de recuperação do importante time de Buenos Aires. Em 2012 estava rebaixado, disputando a Segunda Divisão. Três anos depois, foi a última colocada entre todas as 16 classificadas na fase de grupo. E mesmo assim, conquistou o título de maneira brilhante. A final gerava muita expectativa. Os dois times já haviam empatado três vezes nesta Libertadores. Duas na fase de grupos e o primeiro jogo, no México. Havia no ar, o medo de lado a lado. Os mexicanos com sua intensidade, velocidade nos contragolpes e talentos individuais. Contra o compacto e lutador River Plate muito bem montado por Gallardo. O equilíbrio prevaleceu só no primeiro tempo. Os dois treinadores trataram de colocar cada um cinco jogadores no meio de campo. Sem a bola, até seis. O que se viu durante os primeiros 44 minutos foi uma disputa ferrenha por espaço. Partida brigada, com entradas desleais de parte a parte. A chuva deixou o gramado escorregadio. Foi um festival de carrinhos e pontapés por trás. Havia um enorme medo dos dois times em tomar o primeiro gol. As chances eram raras. Até que Vangioni mostrou para que servem os dribles. Ele jogou a bola entre as pernas de Jürgen Damm. Bastou para escancarar o sistema defensivo mexicano. E de frente para a área, serviu o iluminado Lucas Ilário. Ele já havia sido fundamental na vitória do River nas semifinais, marcando na eliminação do Guarani paraguaio.

A bola de Vangione chegou na cabeça de Ilário. A cabeçada foi indefensável para o ótimo Gúzman. O gol, aos 44 minutos do primeiro tempo, mudou toda a dinâmica da partida. Os mexicanos, que contavam com o empate em 0 a 0 no primeiro tempo, ficaram em estado de choque. A lógica os obrigava a abrir o time. Só que o caríssimo francês Gignac, Rafael Sóbis e Aquino estavam muito mal. O ataque do Tigres não existia. Os argentinos perceberam o nervosismo, a péssima atuação do Tigres. Os mexicanos começaram a dar pontapés e forçar passes desnecessários. A pressa só sabotava ainda mais o estado de espírito dos jogadores de Ricardo Ferretti. A atuação era péssima. Enquanto o River Plate adiantou sua marcação na saída de bola. Era clara a intenção de aproveitar uma saída de bola mal feita. Dito e feito. Em um erro patético na saída de bola, Sánchez foi derrubado infantilmente por Aquino. Pênalti que o uruguaio Darío Ubriaco não teve dúvidas em marcar. Sánchez com muita calma deslocou Gúzman. E fez 2 a 0, aos 29 minutos. Os jogadores mexicanos desabaram espiritualmente de vez. Estavam entregues. Não havia paz ou fibra para armar sequer uma jogada. O time estava entregue. Foi só questão de tempo para o River marcar mais um. E ele veio. Em um escanteio, Funes Mori cabeceia sozinho, até fazendo pose. Aos 33 minutos, veio o 3 a 0, que os jogadores de lado a lado sabiam que a Libertadores estava resolvida. Ainda houve tempo para mais provocações e pontapés desleais. Mas o que impressionava era a sensacional festa que os torcedores faziam na arquibancada. Muitos choravam com a emoção da ressurreição. A crise financeira do River Plate nos últimos anos foi terrível. A queda para a Segunda Divisão em 2011 ainda está viva na memória dos torcedores. Na conquista de ontem vale destacar o excelente trabalho de Gualhardo. Não é por acaso que é pretendido por times europeus. O River vai para o Mundial da maneira que a diretoria queria. Vencendo em campo. Não por não ser mexicano. A equipe ainda deverá ser reforçada até o final do ano. A decepção com o Tigres foi imensa. O time se desmanchou de tanta tensão. Não jogou futebol. Pela terceira vez, os mexicanos chegaram à uma final de Libertadores. A Argentina é atual bicampeão. Venceu no ano passado com o San Lorenzo. E agora conquista a taça com o River Plate. Aliás, os jogadores e dirigentes após a vitória. lembraram a estúpida bomba que torcedores do Boca Júnior jogaram no elenco do River. O Boca tinha potencial para vencer na Bombonera, nas oitavas de final. Mas graças à sua torcida, a vaga caiu no colo do maior rival. E o River aproveitou com uma eficiência fantástica. Está aí o tricampeonato da Libertadores da América. Seus jogadores mereciam colocar a camiseta com a significativa frase. "River el más grande de América." Quem tem moral para duvidar? Corinthians, São Paulo, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Internacional não têm esse direito...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 05 Aug 2015 23:50:59

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