segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Este Valdivia guerreiro, dedicado, talentoso, e que decidiu o jogo contra o Bahia, é fundamental ao Palmeiras. Não o acomodado, de anos e anos. Se continuar a lutar, como fez na Fonte Nova, terá seu contrato renovado para 2015 e 2016...

Este Valdivia guerreiro, dedicado, talentoso, e que decidiu o jogo contra o Bahia, é fundamental ao Palmeiras. Não o acomodado, de anos e anos. Se continuar a lutar, como fez na Fonte Nova, terá seu contrato renovado para 2015 e 2016...




Valdivia finalmente está justificando os R$ 475 mil que recebe por mês desde 2010. Pelo clube bancar metade do salário do seu fisioterapeuta particular, o cubano José Amador. Com o camisa 10 em campo, o Palmeiras está conseguindo uma recuperação empolgante. Faltando seis partidas para o Brasileiro acabar, o clube que já chegou a ser último colocado, precisa apenas de seis pontos para se salvar. O caminho para a salvação ficou mais aberto hoje depois da vitória importantíssima contra o Bahia, em Salvador, por 1 a 0. O chileno foi o grande responsável pela vitória. Era o melhor jogador tecnicamente disparado na Fonte Nova. Mas o mais corajoso. Encarou Lucas Fonseca, zagueiro muito mais forte, e violento do que ele. E ainda provocou desestabilizou todo o time baiano. Soube como catimbar, ir ao limite do permitido em um jogo de futebol. Discutiu, provocou, fez faltas, conversou como se fosse o melhor amigo de infância com o árbitro Leandro Vuaden, catimbou. Só que Valdivia foi também o atleta mais vibrante. Em meio aos pontapés, ameaças, palavrões, o meia não se omitiu. Nem teve medo. Comprou a briga e incentivou seus companheiros. Primeiro os acalmou quando o Palmeiras foi encurralado nos primeiros 20 minutos do primeiro tempo. Dorival Júnior não esperava a pressão na saída de bola e a tomada de iniciativa do Bahia, a mando de Gilson Kleina. O agora treinador do time nordestino sabia que o precisava era sair na frente no placar. Marcar o primeiro gol seria a certeza de desestabilizar o Palmeiras que foi seu por dois anos. Ele tinha o lado psicológico a seu favor. Os salários atrasados foram pagos e os atletas ficaram sabendo que haverá um prêmio se o Bahia não for rebaixado. O time de Kleina só faltou comer grama, tanta era a vontade de vencer. Só que a limitação técnica é um obstáculo grande demais. Nos primeiros 20 minutos, cinco chutes a gol. E uma bola no travessão de Kieza. Dorival Júnior não esperava o Bahia assim tão à frente. O pegou de surpresa. Foi um choque ver os laterais adversários atuando como pontas. Sua defesa não conseguir respirar. O chileno catimbava, brigava pela bola, cobrava os companheiros. Dorival fez sua parte. Recuou Wesley para ajudar na cobertura pela direita. Renato ajudou no lado esquerda. E Marcelo Oliveira travou Lincoln que articulava as principais jogadas baianas. O Palmeiras se reequilibrou e encontrou espaço para os contragolpes. Gilso Kleina sabia que algo de positivo, com neurônios do lado paulista, seria dos pés do chileno. Uelliton e Rafael Miranda tinham decorado que não poderiam deixar o meia livre. Mas Valdivia estava jogando com muita vontade. Se deslocando por todo o campo. Muito bem preparado fisicamente. E referência para quando seus companheiros tinham a bola nos pés. E foi visão diferenciada que decidiu a partida. Mazinho lhe tocou a bola na entrada da área e correu. O chileno não pensou duas vezes em devolvê-la, aprofundada, entre a violenta e fraca defesa do Bahia. Mazinho bateu cruzado, indefensável para Marcelo Lomba, Palmeiras 1 a 0, aos 35 minutos.

Toda a dinâmica de jogo mudou. Os baianos perderam a concentração. O medo de mais uma derrota e a proximidade da Segunda Divisão paralisou o time. Assim como a reorganização tática de Dorival Júnior. O Palmeiras estava muito melhor postado. Defendia em duas linhas, com o time junto, agrupado. Vibrando em chutar a bola para a lateral. Valdivia era quem destoava. O toque de talento em meio à enorme correria. E também a provocação, a catimba em cada lance. O chileno conseguiu desestruturar psicologicamente o time da casa. Os jogadores do Bahia contavam até 20 para não socá-lo. Foram discussões e ameaças durante boa parte do jogo. Quanto mais Valdivia era ameaçado, mais ele jogava. E brigava por cada bola com raiva, com vontade fora do normal. Foi caçado em campo. E ria, percebia que estava conseguindo ter uma função importantíssima no jogo. A partida era entre duas equipes ameaçadas pela Segunda Divisão. Kleina não podia perder três pontos em casa. E tratou de abrir seu time. Só que o Palmeiras estava muito bem posicionado, firme. Fernando Prass exalava confiança que a zaga montada por Tóbio e Nathan aproveitava ir mais confiante nas divididas. Havia luta, briga pela bola, mas sem stress. O time sabia que estava fazendo. Inclusive as faltas. O Palmeiras fez mais do que o dobro de falta dos baianos. Depois que conseguiu a vantagem, apelou várias vezes para os pontapés, leves, mas constantes. Em meio à luta para tentar manter o 1 a 0, houve uma falha imperdoável da arbitragem. Nathan, caindo, prendeu a bola com o braço. Não foi involuntário. Ele virou o pescoço, procurou onde estava a bola. Foi um erro de Vuaden que ajudou a decidir a partida. Mas não tanto quanto o comportamento de Valdivia.

As atuações recentes, o empenho do chileno tiveram repercussão na cúpula palmeirense. O presidente Paulo Nobre já adiantou que se reeleito renovará o contrato do meia. E Valdivia não deverá ganhar menos ou se submeter ao contrato de produtividade. O bilionário dirigente garante que montará um time forte para 2015. E quer como uma das estrelas, o camisa 10 chileno. Bem ao contrário do seu adversário Wlademir Pescarmona. Ele já se desentendeu com o meia e não defende sua permanência no clube. Mas seu principal apoiador é Luiz Gonzaga Beluzzo, que recontratou o jogador. E ele quer sim que o meia fique. Pescarmona, para não perder o apoio de Belluzzo, sabe que terá de ceder. E manter o atleta que já até o ofendeu na administração Tirone. Mas Valdivia sabe que Nobre é favorito à reeleição. E não está nem um pouco preocupado. Sabe que se conseguir continuar sendo o principal responsável pela reação do Palmeiras, terá um novo contrato à disposição. Não como o ex-presidente Belluzzo fez. O chileno ganhou um contrato de cinco anos. Só que se o atual presidente for reeleito, oferecerá dois anos a mais no Palmeiras. O quanto durar seu novo mandato. Valdivia está muito disposto a ficar. O jogador que atuou hoje na Fonte Nova merece continuar. É importantíssimo ao grupo. Não o Valdivia acomodado, mimado, manhoso. Grande parte dos quatro anos foi um desperdício gerado pela acomodação. Ganhou por mérito um chinelômetro. O meia chileno quer ficar no Palestra Itália. Por isso está dando a alma nos últimos jogos do Brasileiro. E quando ele deseja jogar, faz a diferença. Este jogador dedicado, empenhado, corajoso, guerreiro e talentoso é fundamental ao Palmeiras...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 02 Nov 2014 23:58:23

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