domingo, 9 de novembro de 2014

Os 34 constrangedores de Shogun em Uberlândia. O ex-campeão do Pride, do UFC não merece ser tão exposto. Ele tem a obrigação de preservar sua reputação e repensar a carreira...

Os 34 constrangedores de Shogun em Uberlândia. O ex-campeão do Pride, do UFC não merece ser tão exposto. Ele tem a obrigação de preservar sua reputação e repensar a carreira...




Foram 34 segundos constrangedores. Lento, sem noção de distância, o fabuloso lutador virou alvo fácil para um espancamento. Assim que entrou o primeiro soco no contragolpe, o limitado Ovince St. Preux não parou mais de bater. Até que o legendário Mauricio Rua Shogun, desabasse. Sofresse o seu nocaute mais rápido e mais triste. Diante de frustrados torcedores em Uberlândia. Shogun já havia decepcionado os fãs de MMA do Rio Grande do Norte este ano. Quando desabou diante de um direto de Dan Henderson. Outro nocaute que deixou muita gente perplexa. Nas dez últimas lutas, Shogun perdeu seis. E cada vez de forma mais humilhante. Se não tivesse um passado brilhante já teria sido demitido do UFC há muito tempo. Depois da derrota de ontem, ele ainda tem sete lutas no contrato. Só que ele já convenceu a cúpula do evento e os torcedores que seu melhor momento já passou. Perto de completar 33 anos este mês, o ex-campeão do Pride e do próprio UFC virou outro lutador. Os reflexos, a explosão muscular, a agilidade surpreendente, a resistência e a velocidade se foram. Virou um lutador comum, previsível. Nem mesmo o brilho nos olhos, o orgulho, a alegria de estar no octógono desapareceram. Nos bastidores da luta sua decadência desde que perdeu o cinturão para Jon Jones tinha explicação. A falta de preparo físico. Seu irmão mais velho e ídolo, Murilo Ninja começou a ser questionado. Não estaria coordenando com eficiência os treinamentos do irmão. Shogun se cansava rapidamente nos combates. Murilo rompeu com o irmão. Mas nem assim, os resultados vieram. Passaram por Shogun vários técnicos. Sérgio Cunha, André Dida, Glaube Feitosa, histórico lutador do K-1. Jacob Harman, Ken e Mike Jackson no wrestling, Freddie Roach no boxe. Mas nada adiantava. Os resultados não vieram. As decepções se sucediam. O sueco Alexander Gustafsson foi a única perdoável. Duas para o quarentão Dan Henderson. Uma guilhotina constrangedora para o falastrão Chael Sonnen. Até que veio Onvice, norte-americano com origens haitianas.

A derrota aos 34 segundos foi embaraçosa também para o UFC. Shogun acabara de ser nomeado capitão do TUF Brasil ao lado de Anderson Silva. Seria uma tentativa de limpar a triste imagem deixada por Vanderlei Silva e Chael Sonnen. Os dois não lutaram ao final da temporada por ambos estarem dopados. Sem ter a certeza como Anderson voltará depois da chocante quebra da perna esquerda, Dana White havia decidido. Os dois lutadores brasileiros não se enfrentariam ao final do TUF. Estaria quebrada uma tradição. Mas havia a certeza de audiência, interesse pelos ensinamentos da histórica dupla de lutadores. A derrota avassaladora de Shogun fez até o TUF Brasil perder o interesse. A decadência de Shogun é muito chocante para quem o acompanha desde as memoráveis vitórias no Pride, passando com sucesso ao UFC. Quinton Jackson, Antônio Rogério Nogueira, Alistair Overeem, Ricardo Arona, Mark Coleman, Kevin Randleman, Chuck Liddell, Lyoto Machida, Forrest Griffin e outros ficaram pelo caminho. Ele deveria enfrentar ontem um lutador mais difícil do que Ovince. O nigeriano naturalizado inglês Jimmy Manuwa quebrou o pé no treinamento. E foi substituído às pressas. Shogun afirmava que a luta seria uma retomada. A volta às vitórias. A retomada até a busca do cinturão dos meio-pesados.

Depois dos 34 segundos, nem os seus fãs mais apaixonados de Curitiba acreditam. A palavra aposentadoria dominava Uberlândia e também os comentários de UFC por todo o planeta. Mauricio não irá jogar dinheiro fora. Ele já tem contrato assinado por sete lutas e ainda para comandar o TUF Brasil. Cabe a Dana White avaliar se ainda vale a pena manter os compromissos. A fase de Shogun é a pior de toda sua carreira. Toda a geração brasileira que atingiu seu auge no Pride, como Wanderlei Silva, Minotauro, Minotouro, Ricardo Arona, Minotouro passou. Os que ainda lutam caminham para o fim de carreira. Infelizmente Mauricio deve pensar nessa possibilidade. Para não ser aposentado. Sua carreira maravilhosa no MMA não merece ser manchada. O campeão do Pride e do próprio UFC não pode ser exposto. Os 34 segundos em que esteve no octógono lutando ontem em Uberlândia foram inesquecíveis. O combate poderia durar até cinco rounds. Shogun mal conseguiu passar de meio minuto. Ele tomou dois chutes do canhoto americano. Foi responder com um direto. Errou, sofreu o contragolpe. Caiu para não levantar mais. O silêncio em Uberlândia se espalhou pelo mundo. Uma lenda caída, sentada, tomando uma saraivada de socos. Sem se defender, inerte. Mario Yamashaki até esperou o quanto pôde. Mas teve de parar o espancamento. Shogun não tinha forças para reagir. Triste demais. Ovince é um lutador medíocre. Vinha de derrota para o também medíocre Ryan Bader. Estava visivelmente emocionado só pela chance de estar no mesmo octógono que Shogun. Mas infelizmente hoje tem mais potencial físico, atlético para vencer uma lenda brasileira do MMA. Mauricio Shogun que pense muito no futuro, na carreira, na legião de fãs espalhados pelo mundo. Avalie de verdade o que pode fazer como atleta. Deixe a vaidade de lado. Por que se ele não pensar, o UFC vai avaliar por ele...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Nov 2014 09:43:47

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