terça-feira, 4 de novembro de 2014

Jean Chera. O 'Messi do Mato Grosso', o 'novo Neymar', o meia que seria o camisa 10 da Copa de 2014, acumula dispensas e decepções. Aos 19 anos, foi parar na Segunda Divisão da Grécia...

Jean Chera. O 'Messi do Mato Grosso', o 'novo Neymar', o meia que seria o camisa 10 da Copa de 2014, acumula dispensas e decepções. Aos 19 anos, foi parar na Segunda Divisão da Grécia...




"Você tem duas escolhas: virar a página, ou ficar lendo e relendo a mesma história!" 10 pessoas curtiram o pensamento no Facebook. São 113 curtidas na fã page. "Só porque você vê, isso não significa que você pode pará-lo. Veja-me em "Mirrors" no @NikeFootball App": http://gonike.me/NF_Mirrors #Hypervenom "Just because you see it doesn"t mean you can stop it. Watch me in "Mirrors" on the @NikeFootball App": http://gonike.me/NF_Mirrors #Hypervenom 72.161 pessoas curtiram. Já são 48.829.115 curtidas na fã page. Um agradece aos céus estar ganhando espaço no Paniliakos Futebol Clube. Time da Segunda Divisão da Grécia que fica na pequena cidade de Pyrgos, com 40 mil habitantes. Atua no Pyrgos Stadim, com capacidade para 6.700 pessoas. Quase nunca está cheio por causa do time fraco. Salários não confirmados de 5 mil dólares, cerca de R$ 12 mil. 19 anos. Outro é titular absoluto do Barcelona. Está na lista dos melhores jogadores do mundo, que disputará bola de Ouro da Fifa. Atua no Camp Nou, com capacidade para 98.787 pessoas. Lotado constantemente por causa da equipe repleta de estrelas. Salários não confirmados de R$ 4,5 milhões mensais.22 anos. As diferenças entre Jean Chera e Neymar hoje são gritantes. Os destinos são completamente diferentes. Mas um dia já foram os mesmos. Eram companheiros no Santos. E os dirigentes tinham a certeza absoluta que um seria o sucessor do outro. Não só na camisa titular do clube. Mas na Seleção Brasileira. E seriam astros em seus clubes na Europa. As previsões não se confirmaram em relação a Chera. Pelo contrário. Sua carreira é de uma decadência assustadora para a pouca idade. Santos, Flamengo, Atlético-PR, Cruzeiro, Gênoa, Oeste de Itápolis, CS Universitatea Craiova, da Romênia. Todos esses clubes têm em comum a dispensa do jogador. Na equipe romena foi mandado embora após apenas dez dias de treinamentos. Ele chegou agora à Segunda Divisão grega. Jean Chera nunca teve contusão séria alguma. O grande problema na sua carreira, de acordo com dirigentes santistas, foi seu pai e seu empresário, Celso Chera. Ele se empolgou com o talento do filho entre 10 e 12 anos. O menino chegou a ser conhecido como Messi do Mato Grosso. Canhoto, habilidoso, mais rápido e inteligente com a bola nos pés que os meninos de sua idade.

Logo o eficiente serviço de olheiros do Santos Futebol Clube funcionou. E anunciou com entusiasmo a contratação do "meia titular da Copa de 2014". Os vídeos de Jean quando moleque eram mesmo impressionantes. Os boatos de tanto talento logo chegaram aos ouvidos de representantes de grandes clubes europeus no país. Chelsea, Manchester United, Real Madrid. Todos mandaram relatórios para a Europa que o time de Pelé e Robinho tinha outra nova esperança. Quando Wagner Ribeiro, empresário de Neymar e Robinho, tentou se aproximar de Jean Chera teve de recuar. Encontrou o pai do garoto, Celso, disposto a "tocar sozinho" a carreira do filho. A partir desse instante foi um inferno. Ele passou a exigir remuneração especial para o garoto já de 14 anos. Se não iria levá-lo para atuar na Europa. O pai passou não só a acompanhar cada treinamento. Como a dar palpites. Treinadores alegavam que Jean deixava de correr, marcar ao ver Celso. Exigia a bola nos pés por ser o craque do time. Foi um veneno. Aos poucos foi perdendo a competitividade, essencial para um meia no futebol moderno. Até Messi volta para marcar no Barcelona. Mas a jovem promessa, não. Houve um episódio simbólico. Jean e Celso procuraram o então presidente Marcelo Teixeira. Disseram ter proposta da Espanha e só não iriam embora se não "trabalhassem" mais com o treinador Alberto Vieira. O menino tinha 13 anos. O técnico foi mandado embora. A história se espalhou e prejudicou demais Jean no clube. Seu ambiente foi ficando cada vez pior na Vila Belmiro. A alegação do clã Chera era inveja dos outros meninos, inconformados com o tratamento especial que Jean recebia. Quanto mais Neymar e Ganso faziam sucesso, mais Jean dava entrevistas. Televisões o seguiam na escola, na concentração. Tinham a certeza que estavam filmando o nascimento de um grande talento internacional. O departamento de marketing da Umbro chegou até a fazer uma chuteira personalizada, com o sobrenome Chera estampado no calçado.

Se a publicidade estava ótima, em campo, acontecia exatamente o contrário. Encontrava cada vez mais dificuldade em ser titular. As discussões de seu pai com os treinadores viraram uma constante. Tudo piorou quando chegou a hora do primeiro contrato profissional. Coincidiu com sua perda definitiva de posição. Virara reserva do sub-17. O clã acreditou que se tratava de uma jogada articulada. Para que o salário oferecido pelo Santos fosse aceito. R$ 75 mil no primeiro ano, R$ 100 mil no segundo e R$ 130 mil, no terceiro. E mais luvas de R$ 1 milhão. Era essa a pedida de Celso. A diretoria santista achou um absurdo. Queria manter os R$ 25 mil que ele recebia. Afinal, era reserva. E ir aumentando gradativamente nos dois anos seguintes. Além de querer participação nos direitos do jogador. O pai/empresário pegou seu filho e foi para a Itália. Com apenas 16 anos. Ele tinha uma proposta do Genoa da Itália. Jean chegou como uma grande revelação. Com a fama de enorme talento. Mistura de Neymar e Messi. A decepção foi imensa. Logo os italianos se arrependeram por feito um contrato de três anos. Sem combatividade, lento, era facilmente anulado nos treinamentos. O deixaram encostado. Não concentrava. Não conseguiu nem ser reserva. O passaporte comunitário, prometido pelo pai, nunca chegou às mãos dos italianos. O que só piorava e muito as coisa. Celso entrou em ação e acertou a liberação. Tinha certeza que seu filho brilharia no Brasil. O ofereceu para o Palmeiras e Corinthians. O empresário Ricardo Mendes desabafou na época. "O moleque é vítima de um pai louco, que briga com todos. O Palmeiras descartou o menino na mesa de reunião por causa do pai. Pergunte ao Frizzo se é mentira. O Andrés Sanchez disse que não contrataria o Jean porque não suportava o Celso. O Jean é tranquilo. O pai que estraga." Celso o levou ao Flamengo. Outra vez não conseguiu se firmar no time sub-17. Nem na reserva foi aceito. Foi para a equipe B. E logo dispensado. O pai chegou à conclusão que precisava do apoio de um empresário importante: Juan Figer. O uruguaio tentou colocá-lo no São Paulo. Não conseguiu. O Atlético Paranaense aceitou. Mas logo o dispensou. Figer fez uma última tentativa com o Cruzeiro. Desejava que o time mineiro o colocasse na vitrine, na Taça São Paulo. Muito mal nos treinamentos, Chera foi dispensado e nem viajou para a capital paulista.
Chegou até o Oeste de Itápolis já sem Figer. E seu pai. Não conseguiu atuar em nenhuma partida profissional. Resolveu se aventurar na Europa. Em um mercado menor, a Romênia. No CS Universitatea Craiova. Ficou treinando apenas dez dias e foi mandado embora por falta de competitividade. Chegou à Segunda Divisão grega, o Paniliakos. "E o tempo que roubado foi não poderá se comparar a tudo aquilo que o Senhor tem preparado para ti!", postou na sua página no Facebook. Está muito animado. Empolgado com uma nova chance. Depois de seis dispensas, cada uma mais vexatória do que a outra após ter saído do Santos. Aos 19 anos, a carreira de Jean Chera mostra que nem sempre o amor paterno deve se misturar à carreira de um jogador. Enquanto o filho está na Grécia, Celso voltou para a pequena cidade de Vera, que fica a 463 quilômetros de Cuiabá. Saudoso, sem entender o que deu errado nesses sete anos. Sem perceber o quanto atrapalhou, travou o futuro do "Messi do Mato Grosso". Pelo menos, na hora que a saudade aperta, sobraram os dvds...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 04 Nov 2014 12:13:18

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