quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Final da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Atlético. Deveria ser a demonstração do domínio de Minas no futebol nacional. Não será. Por causa do amadorismo de Alexandre Kalil e Gilvan Tavares. Apavorados em perder o título para o rival...

Final da Copa do Brasil, entre Cruzeiro e Atlético. Deveria ser a demonstração do domínio de Minas no futebol nacional. Não será. Por causa do amadorismo de Alexandre Kalil e Gilvan Tavares. Apavorados em perder o título para o rival...




O que deveria ser orgulho, rivalidade pura, virou mesquinharia. Atlético e Cruzeiro são a prova da superioridade do futebol de Minas Gerais no Brasil. O último campeão tupiniquim da Libertadores da América enfrenta o time que venceu o atual e o anterior campeonatos nacionais. Derrotaram o poderio econômico paulista, o melhor mercado carioca, deixaram para trás os tradicionais gaúchos. Decidem pela primeira vez na sua história um título nacional. A Copa do Brasil de 2014 ficará marcada para sempre. Poderá significar a conquista da Tríplice Coroa para o Cruzeiro. Ou a Libertadores, com o prazer de evitar a fantástica conquista do maior rival para o Atlético. Os dois clubes que perderão os milhões do BMG como patrocinador master em 2015, deveriam estar capitalizando a força dessa decisão. Organizando ações conjuntas. Buscando outros investidores dispostos a colocar seu dinheiro em clubes vencedores. E que têm o domínio do futebol brasileiro. Unindo forças para ficarem ainda mais fortes para as próximas temporadas. Para brigar juntos por melhores quinhões na divisão da transmissão do futebol, por exemplo. Afinal, juntos, possuem mais de 13,2 milhões de torcedores em todo o país, de acordo com última pesquisa do Ibope. São números importantíssimos. Afinal têm Everton Ribeiro, Diego Tardelli, Ricardo Goulart, Victor, Fábio, Carlos, Marcelo Moreno, Leandro Donizete. Jogadores importantes, cobiçados. São comandados por Levir Culpi e Marcelo Oliveira. Dois excelentes treinadores no auge de suas carreiras. Deixar a rivalidade sadia por parte dos torcedores. Sem agressão. Se a torcida do Cruzeiro espalhou milho na entrada do Independência, agora tomou o troco, com atleticanos jogando muita purpurina nas cercanias do Mineirão. Tudo na base da provação, ironia, brincadeira. Sem violência, tudo perfeito. Mas quem deveria ter uma visão diferenciada, que capitalizaria esse momento único, especial, maravilhoso do futebol mineiro coloca tudo a perder. Alexandre Kalil e Gilvan Tavares têm tanto medo de perder essa final que a contaminaram. O clima de raiva, ódio, exploração do torcedor, tribunais, polícia, Ministério Público, Procon se deve a estes dois homens. Os presidentes. Há divergência sobre quem começou. Mas o outro seguiu no caminho até pior. Em uma reunião antes de começar a decisão no Independência, Gilvan jurou que Kalil propôs e ele aceitou torcidas únicas para os dois jogos. Triste este país onde a violência vence e as autoridades não conseguem dividir o estádio, reservando metade para cada lado.

O presidente cruzeirense teria aceitado. Mas ficou revoltado quando na reunião definitiva para este acerto, com a polícia, Kalil voltou atrás. E disse que o Atlético queria seus 10% no Mineirão. Revoltado e sem ter o que fazer, Gilvan pediu seus 10% no Independência. O princípio da proporcionalidade iria atrapalhar. Um estádio é muito maior do que o outro. Só que tudo ficou muito pior. O Cruzeiro deveria ter direito a 2.331 ingressos, 10%. Só que não havia condições de juntar essas essas pessoas em um setor só do Independência, de acordo com a PM. Apenas 1.871 entradas foram oferecidas, 8% do estádio. A direção cruzeirense se recusou a ficar com esses ingressos. E ainda avisou que teria troco. E ele veio. Tão baixo quanto o nível dessa briga diretiva. O Mineirão tem capacidade para 60 mil torcedores. 10% disso são seis mil. O Cruzeiro disponibilizaria 4,5%, 2.736 ingressos. Mas foram liberados para a partida decisiva de hoje, apenas 1.854 ingressos. Pouco mais de 2,5%. O pedido foi da PM mineira. Porque a direção cruzeirense colocou de maneira "esperta", os atleticanos em um setor cercado por sua torcida. Ou seja, os policiais tiveram de isolar a área. E o espaço ficou muito menor. Gilvan queria ser ainda mais cruel. Fez o diabo para cobrar R$ 1.000,00 dos rivais. Entrou na justiça, segurou até a última hora a venda das entradas. Só que perdeu. E teve de se contentar com R$ 500,00. Para os cruzeirenses, entradas entre R$ 100,00 e R$ 800,00. Exploração do amor do torcedor, exatamente como aconteceu no Independência, por parte da direção atleticana. Kalil e Tavares tiveram duas grandes derrotas pessoais este ano. Tentaram seguir uma velha prática: misturar futebol com política. O presidente atleticano está no final de mandato. Ele era muito ligado ao candidato à presidência Eduardo Campos. Foi ele quem o convenceu a sair como candidato a deputado federal. Mas com a morte de Campos, Kalil decidiu não mais concorrer ao Congresso Nacional. Não teria o mesmo apoio do PSB. Gilvan sofreu um baque ainda maior. Decidiu ser candidato a deputado estadual pelo Partido Verde. Nem a campanha vitoriosa cruzeirense conseguiu elegê-lo. Teve apenas 38,4 mil votos, cerca de 0,37% dos 10,3 milhões de votos válidos em Minas Gerais. Foi uma imensa decepção. Não pôde seguir o caminho, por exemplo, de Zezé Perrela, ex-presidente cruzeirense e hoje senador da República. Os dois presidentes ficaram mais amargos depois de verem fracassar seus projetos eleitorais. E se afastaram ainda mais. Atualmente mal se suportam.

Neste dia 26 de novembro de 2014, histórico para o futebol mineiro, Atlético e Cruzeiro perdem uma oportunidade de ouro de juntar forças. Fazer uma decisão incrível com o Mineirão dividido entre as torcidas. Com preços muito mais acessíveis. Exigindo que a Globo mostrasse a decisão para o país todo, principalmente São Paulo, o maior mercado. São dois milhões de mineiros que vivem na capital paulista e estão impedidos de ver a partida na tevê aberta. Quantas vezes Minas Gerais não foi obrigada a ver confrontos de times paulistas ou cariocas? Mas movidos pelo ódio e medo de ver o rival campeão, os dois dirigentes não percebem. Colocam tudo a perder. Deixam muito menor a inédita decisão da Copa do Brasil. Esse é o preço falta de visão, da rivalidade mais mesquinha. Possa o Cruzeiro reverter a desvantagem de 2 a 0. Ou o Atlético mantê-la ou até vencer o jogo. Na verdade, os dois clubes já perderam. Não perceberam a força incrível que teriam juntos. Graças à visão ultrapassada e raivosa de apenas dois homens: Alexandre Kalil e Gilvan de Pinho Tavares. Apavorados em ver o rival sair campeão hoje à noite... (O blog homenageia o campeão desse confronto histórico. Dará cinco camisas oficiais aos torcedores da equipe vencedora. O regulamento está no post específico. E só lá os comentários podem ser postados. A promoção termina às 22 horas, quando os times entrarem no gramado mal cuidado do Mineirão...)





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Nov 2014 11:49:59

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