domingo, 23 de novembro de 2014

Henrique, o filho fora do casamento, humanizou Rogério Ceni. Os ídolos de futebol não são entidades divinas. Mas homens normais. Sujeitos a erros e acertos na sua vida pessoal...

Henrique, o filho fora do casamento, humanizou Rogério Ceni. Os ídolos de futebol não são entidades divinas. Mas homens normais. Sujeitos a erros e acertos na sua vida pessoal...




Bastaram seis linhas. E um segredo de pelo menos três anos desmoronou. A 19 dias do final de sua carreira, caso o São Paulo chegue à final da Sul-Americana. O mundo soube que Rogério Ceni tem um filho, Henrique, nascido em uma relação extraconjugal. A revelação da colunista social Sonia Racy mudou a rotina modorrenta do sábado. Foi dada de uma maneira tímida, como se a jornalista estivesse com medo do que iria divulgar. Também não era para menos, atingia o maior ídolo da história do São Paulo. Exemplo de integridade, dedicação, profissionalismo, amor a um clube. "Não são apenas as longas viagens e as concentrações que tomam as horas do goleiro Rogério Ceni. Em São Paulo, ele tem dedicado todo o tempo aos filhos Clara, Beatriz e Henrique. O menino fruto de um relacionamento extraconjugal, deve entrar em campo com o pai, em algum jogo, antes de ele encerrar a carreira." A reação de Rogério Ceni foi imediata. E digna. Ele assumiu publicamente o filho. No seu site pessoal, não deixou dúvidas. Em um comunicado, falava pela primeira vez em Henrique. Seu filho fora do casamento. "Há cerca de dois anos tive a terceira grande felicidade de minha vida, nascia Henrique, meu terceiro filho.
Desde o momento em que soube que seria Pai, até o ultimo dia de minha vida, dei e darei a ele todo carinho e acima de tudo o amor que todo Pai orgulhoso tem pelos seus filhos, o mesmo amor que sinto e dedico as minhas princesas Beatriz e Clara. O que pode soar como surpresa para quase todos é uma realidade para mim e para as pessoas próximas envolvidas. E é por todas elas e, em especial as crianças, que gostaria de pedir a compreensão e a sensibilidade de todos nesse momento." Rogério evitou um desgaste desnecessário. Resolveu a questão. Caminhou na via inversa, por exemplo, de Pelé. O maior jogador de futebol de todos os tempos só reconheceu a filha Sandra por ordem da justiça. Depois de um processo desgastante de cinco anos. Mesmo depois do exame de DNA não deixar dúvidas, ele não quis o menor contato com Sandra. Quando ela morreu de câncer, aos 42 anos, ele apenas enviou uma coroa de flores, que foi rejeitada pela família.

Pelé só encontrou Octávio e Gabriel uma vez na vida. Em um aeroporto. A foto acima mostra um avô dando a mão de maneira formal aos netos. Mantendo toda a distância possível. Os garotos pediram autógrafo como se fosse um ídolo desconhecido que não tivesse o mesmo sangue dos dois. O pai dos garotos entrou com um processo na justiça. Pelé ficou obrigado a pagar uma pensão aos meninos. Cada um deles recebe R$ 4.746,00. A situação é pública e constrangedora. Ainda mais porque o patrimônio do ex-jogador de 74 anos ultrapassa os R$ 80 milhões.

Outra notícia no Morumbi, fora do futebol, chocou os fãs de Kaká. O final do seu casamento de oito anos com Carol Celico. O melhor do mundo em 2007 fez questão de divulgar aos jovens detalhes da relação. Principalmente do fato de estar casando virgem, assim como sua mulher. Parecia um conto de fadas. Assim como a vida de Rogério Ceni, traçada pela retidão de caráter. Um símbolo de dedicação que parecia inacreditável, insuperável. O filho que todos desconheciam do goleiro e o final de conto de fadas do são paulino convergem para o mesmo lugar. Mostram ao mundo que ambos não são entidades divinas. Pelo contrário. Os humanizam. São e merecem ser ídolos como jogadores de futebol. Mas são de carne e osso como cada um de nós. Neste mundo midiático, da Internet, das notícias globalizadas e instantâneas, ambos vão lutar por sua privacidade. Ainda mais Rogério Ceni. A revelação de Henrique envolve assuntos delicadíssimos. Como seu casamento. As filhas gêmeas Beatriz e Clara, com quem se acostumou a subir para o gramado as carregando nos braços. Desde que eram bebês. Agora têm nove anos. A revelação de um irmão desconhecido para as meninas é uma situação que exige muita sabedoria por partes dos pais. Rogério Ceni começará a ligar com um tipo de imprensa que ele não está acostumado. A das colunistas sociais, as revistas de fofocas. Isso é inevitável. Porque é um dos jogadores mais importantes do Brasil. Ao contrário do que acontece com a imprensa esportiva, onde os 24 anos de carreira lhe ensinaram a lidar, o mundo do paparazzi e das fofocas costuma ser cruel. Até levando em conta a curiosidade alheia. Como nos Estados Unidos, revistas brasileiras compram fotos de filhos de celebridade. Quanto mais proibidas, maior o valor. As fotos de Kaká em uma viagem que fez sozinho a Fernando de Noronha foram disputadas a tapas. Tomara que a informação de Sonia Racy seja inteiramente comprovada. Que Rogério Ceni assuma o filho até então desconhecido publicamente. E o carregue nos braços em uma das suas últimas partidas que disputará na vida. Em meio a esta situação complicada, será a melhor saída. Assumir Henrique para milhões de telespectadores e milhares de torcedores. Assim mataria na raiz a busca de paparazzi por uma imagem do menino. Melhor ainda se Beatriz e Clara estiverem juntas. Seria uma demonstração de união, de família.

A partir daí, a questão envolveria apenas adultos. E não seria problema de ninguém como tudo irá se resolver. Por mais que fotógrafos também busquem a imagem da mãe de Henrique. O melhor exemplo dessa situação resolvida aconteceu com Ronaldinho Gaúcho. Ele teve o filho João com a ex-bailarina do Faustão, Vanessa Tasquetto. Assumiu o menino, não se casou com Vanessa. Mas houve um acordo e tanto a mãe como o garoto vivem bem e longe da imprensa. Neymar fez a mesma coisa com David Lucca. Ele tem ótimo relacionamento com o menino. E com Carol Dantas, mãe do garoto. Tudo de forma aberta, tranquila, civilizada. Sem espaço para escândalos. Ronaldo se submeteu a um exame de DNA. E nele ficou comprovado que Alexander era seu quarto filho. Fruto de um relacionamento com Michele Umezu, no Japão. Sem dramas, o menino passou a conviver com a família do ex-jogador desde 2010. Rogério Ceni, Kaká, Ronaldinho, Ronaldo, Pelé são ídolos. Qualquer notícia relacionada a eles desperta o interesse de milhões de fãs. Não ter direito a uma vida pessoal reservada é o preço da fama. O risco por optar por uma profissão que rende milhões, mas atrai tanto interesse nas atitudes não apenas dentro do gramado. Só que todos os jogadores são homens normais. Com direito a erros e acertos nas suas trajetórias fora do futebol. E são motivo de comentários, críticas, elogios. O que todos têm a obrigação de fazer é preservar as crianças envolvidas nesta situação. Rogério Ceni deu um passo importante nessa direção. Assumir o menino depois que a sua existência foi revelada. O ideal teria sido antes, pelas mãos do próprio jogador. Mas ele não quis. Era um direito dele. O maior ídolo da história do São Paulo é de carne e osso. Não é infalível. Nem como jogador. E muito menos como ser humano. É isso que choca, que provocou os milhares de comentários nas redes sociais. A partir de agora, com tudo tornado público, o problema é do cidadão Rogério Mücke Ceni. Ele e seus familiares que busquem a melhor solução. E que Henrique, Beatriz e Clara sejam preservados...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 23 Nov 2014 12:27:06

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