quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sem Corinthians e Flamengo, Globo perde o rumo. Vai transmitir São Paulo e Nacional de Medellin. A final da Copa do Brasil entre Cruzeiro e Atlético só para quem tem tevê a cabo, no estado dos paulistas...

Sem Corinthians e Flamengo, Globo perde o rumo. Vai transmitir São Paulo e Nacional de Medellin. A final da Copa do Brasil entre Cruzeiro e Atlético só para quem tem tevê a cabo, no estado dos paulistas...




Cruzeiro e Atlético Mineiro nas finais da Copa do Brasil? O confronto entre o melhor time do país contra o mais emocionante? Ou São Paulo e o colombiano Nacional de Medellin pela semifinal da Copa do Brasil? O que interessa na mais importante praça do país? O Ibope mostra que há mais de 15,5 milhões de corintianos em São Paulo. Mais de cinco milhões e novecentos mil palmeirenses e dois milhões e novecentos mil santistas. Além de mais de dois milhões de mineiros vivem no estado. O que mostrar para eles e para o restante do país? Agora que os clubes mais populares do Brasil, Corinthians e Flamengo, estão eliminados das competições? Executivos da emissora participam efetivamente da confecção das tabelas dos torneios mais importantes da América do Sul. Como a Libertadores e o Brasileiro. Assim como a Copa do Brasil e a Copa Sul-Americana. A Globo programa de maneira otimista cada jogo na quarta-feira. Usou o São Paulo como carta na manga. Caso os paulistas não chegassem à decisão da Copa do Brasil, poderiam ter o time de Muricy Ramalho na Sul-Americana. Foi o que aconteceu. A emissora programa sua grade com antecedência de um ano. E nela consta sempre um jogo às quartas e outro aos domingos. Está nos contratos dos torneios que ela mostra. A Globo, portanto, tem o direito de mostrar tanto a final da Copa do Brasil como a semifinal da Sul-Americana. Os jogos estão marcados para as mesmas datas e horário. Dias 12 e 25 de novembro. Às 22 horas. Depois da novela.

A Globo é uma empresa que visa o lucro. Quanto mais audiência tiver seus programas, mais pode cobrar dos anunciantes. E ter mais prestígio. E quanto menos gente estiver interessada em assistir, mais barata será a cota exigida. E também mostra uma política canibal em relação ao futebol. Ela compra muitas e muitas vezes para se dar ao direito de escolher mostrar o que quiser. Nos últimos anos suas escolhas são cada vez mais questionadas. A audiência do futebol na tevê aberta caiu 28% nos últimos dez anos. Não foi por acaso que a poderosa Coca Cola resolveu não mais uma das patrocinadoras do esporte na emissora carioca. Seus executivos entenderam que não valia mais a pena e, a partir de 2015, a marca não estará mais nas transmissões. Mais do que o dinheiro foi um golpe no prestígio. Um aviso. Por ano, a Coca Cola movimenta mais de 300 bilhões de dólares, cerca de R$ 763 bilhões. Seus executivos não tomam atitude alguma por impulso. Muito foi pesquisado antes de a multinacional desistir. O Magazine Luiza entrou no seu lugar. O dinheiro será o mesmo, mas a força da marca é diferente. Os patrocinadores de 2015 serão AlmapBBDO (Ambev e Volkswagen), África (Ambev, Itaú e Vivo), DM9DDB (Itaú, Johnson & Johnson e Vivo), DPZ (Vivo), Etco Ogilvy (Magazine Luiza), F/Nazca S&S (Ambev), JWT (Johnson & Johnson) e Y&R (Vivo). Cada um pagando R$ 225 milhões. O total arrecadado será de R$ 1,3 bilhão. Incluídos os torneios nacionais, sul-americanos e jogos da Seleção. Em agosto, logo após a Copa do Mundo, houve reuniões entre executivos da Globo e representantes dos clubes brasileiros. Eles ouviram claramente que o futebol na tevê aberta estava deixando de ser interessante. Poderia morrer. A qualidade dos jogos era ruim, os elencos fracos, as fórmulas dos campeonatos monótonas, previsíveis. Tudo desestimulava o telespectador. Os clubes reclamaram do horário dos jogos, às 22 horas. Mas isso a emissora não abre mão. E lembrou que as partidas aos domingos começam às 16 horas e às 17 no horário de verão. E muitas delas estão derrubando a audiência do Faustão, que vem logo a seguir. Já houve tempo que jogos chegavam facilmente a 40 pontos de audiência. Atualmente quando batem nos 20 pontos há festa. Aos domingos já houve partidas que ficaram em 12, 11 pontos. Palmeiras e Santos são equipes que derrubam audiência em São Paulo. O favorito nas transmissões é o Corinthians. Depois vem o São Paulo. Mas ambos também já mostram jogos que espantam torcedores. Principalmente nos estaduais. Na semana passada já houve um impasse. O São Paulo tem uma torcida muito maior do que a do Santos. A Globo teve de decidir entre a decisão das quartas na Sul-Americana, no Equador, contra o Emelec. Ou a semifinal da Copa do Brasil, na Vila Belmiro, diante do Cruzeiro. Optou pelo confronto brasileiro. Seguiu o que havia acontecido na semana passada, quando sua transmissão bateu nos 19,6 pontos. Números prévios de ontem apontam que o jogo de ontem teria ficado acima de 25 pontos na Vila Belmiro.

Havia dois clubes paulistas nas duas competições. Assim como o carioca Flamengo na Copa do Brasil interessava a uma grande parte do país. Além do Rio de Janeiro, o Norte e Nordeste, ainda herança da Rádio Nacional das décadas de 40 e 50. Agora, o quadro é outro. A tendência é que a Globo siga o caminho mais fácil e, para alguns, obsoleto. Vai mostrar aos paulistas os dois confrontos entre São Paulo e Nacional de Medellin. Apenas alguns flashes e gols do Mineirão. Por não compensar financeiramente, a Band desistiu de comprar os direitos da Copa do Brasil e da Sul-Americana. Assim, transmitirá filmes antigos nas quartas de decisão. Ou seja, quem morar em São Paulo, e não paga tevê a cabo, não verá a histórica decisão da Copa do Brasil entre Cruzeiro e Atlético Mineiro. Verá em todos os detalhes São Paulo e o Nacional de Medellin. Executivos de emissora carioca ficam mesmo sem rumo quando Corinthians e Flamengo não estão nas decisões. Ou como resume de forma oporturna o vice-presidente do Grêmio, Nestor Hein. Ele ouviu a declaração significativa de um executivo da emissora há pouco tempo. "O diretor mais importante (da Globo) disse o seguinte: Corinthians e Flamengo são times. O resto é merrrrrda (forçando o sotaque carioca)." Talvez por isso há tanta insegurança, quando os clubes mais populares do país não estão nas competições que transmite. O Flamengo já está fora da Libertadores de 2015. O Corinthians corre muito risco de seguir o mesmo caminho. Ajude os inseguros programadores globais. Talvez se libertem do provincianismo barato. E pensem nas partidas que mostrarão o melhor futebol, na rivalidade, na tensão da decisão em Minas Gerais. Quais jogos você gostaria de assistir? Os clássicos mais importantes da história entre Cruzeiro e Atlético? O atual melhor time e o mais emocionante do país? Ou a equipe de Muricy Ramalho diante dos colombianos valendo uma vaga na final da competição B da América do Sul? Que partidas merecem ser transmitidas ao vivo para o Brasil todo?





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Nov 2014 13:34:47

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