segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O aniversário dos sonhos de Felipão. Histórico 4 a 1 do seu Grêmio diante do Internacional. O treinador fez hoje tudo o que deveria ter feito contra a Alemanha. Aprendeu. E foi muito feliz...

O aniversário dos sonhos de Felipão. Histórico 4 a 1 do seu Grêmio diante do Internacional. O treinador fez hoje tudo o que deveria ter feito contra a Alemanha. Aprendeu. E foi muito feliz...




Foi o aniversário dos sonhos de Luiz Felipe Scolari. Ele precisa de alegria ao completas 66 anos. E ela veio digna de quem precisava de acalanto. O treinador dos 7 a 1 contra a Alemanha necessitava viver momentos de plenitude para compensar tanta tristeza, tanta humilhação. Lógico que não foi a mesma coisa, uma revanche ou algo que o valha. Mas desde aquele 8 de julho no Mineirão, o velho técnico não sentia tanta emoção. Em vez de vergonha, sentiu felicidade. Ele foi o responsável pela goleada impressionante do Grêmio diante do grande rival, o Internacional. 4 a 1 do jeito que Felipão adora. Com empurra empurra, provocações, três volantes. Colocar o clube que lhe deu guarida depois da Copa no G4, tirando justamente o inimigo colorado. Ter a felicidade de fazer quatro gols pela primeira vez no Campeonato Brasileiro. A vitória quebrou o jejum de dois anos e três meses do lado azul do Rio Grande do Sul sem vitória sobre o vermelho. Foi muita alegria para um técnico só. Mas se o lado emocional foi fundamental na goleada gremista, também há o lado silencioso. E que deve ser levado em consideração. Felipão fez com seu time tudo o que deveria ter feito com a Seleção. Diante de um time mais talentoso, com mais talentos individuais como era a Alemanha, o treinador mostrou que aprendeu depois de ser desprezado pela CBF. A primeira providência foi, apesar de jogar em casa, colocar seu time com três volantes. O que poderia parecer covardia na verdade era visão tática. A derrota por 7 a 1 é uma tatuagem no seu peito que não sairá jamais. Felipão deixou sua empolgação no Mineirão. Ramiro, Wallace e Felipe Bastos tinham missão definida. Travar o cerebral D"Alessandro e Alex. Não dar espaço para a dupla respirar. Com isso isolava também Nilmar, que voltou do Exterior muito mais lento do que saiu. Luan também tinha de se desdobrar marcando, recompondo e atacando. Do meio para a frente, para ficar com todo o fôlego, Dudu. E Barcos era incumbido de ficar à frente, segurando dois zagueiros. Felipão prendia Pará e Zé Roberto para não ser surpreendido nos contragolpes. Abel Braga por seu lado esperava que seus jogadores deixassem o ritmo da partida lento. Calmo. Irritante. Aposta era que a pressão dos torcedores gremistas acabasse por obrigar Felipão a errar. E organizou seu time para buscar contragolpes. Tentar aproveitar uma bola levantada em escanteio ou falta. Ou ainda uma arrancada de D"Alessandro. Mas não foi o que aconteceu. O Grêmio adiantou seu meio de campo, marcando a saída colorada. Aos 27 minutos, Abel Braga sentiu o gosto amargo do primeiro gol. Dudu roubou a bola no meio de campo. A tocou para Barcos e recebeu de volta na frente. Ele deu um drible humilhante em Aránguis e tocou para Luan, livre. O jogador que é perseguido pela torcida gremistas empurrou, com convicção, para as redes. Grêmio 1 a 0.

O primeiro gol no Grenal tem um peso psicológico enorme. Ainda mais com tudo que estava em jogo. O Inter tentou atacar, buscar o ataque. Mas os volantes gremistas atuavam muito bem. Por onde tentassem correr, D"Alessandro e Alex tinham péssima companhia. Mas houve uma bola parada de arrepiar. Alan Patrick, figura decorativa no jogo, cobrou na barreira. Alan Costa ajeitou de cabeça e Nilmar deu uma sensacional bicicleta. A bola passou perto do gol do assustado Marcelo Grohe. Com o Inter adiantado, Alex acertou chute forte que o goleiro gremista salvou. O Inter buscava o empate, mas se arriscava muito. Não tinha outra saída. Matreiro, no intervalo, Felipão deu um baile em Abel. O técnico sabia que Abel imaginava que voltaria com o Grêmio recuado, buscando apenas os contragolpes. Fez exatamente o contrário. E os colorados tinham a certeza de que enfrentariam um adversário recuado. Foram orientados para atuar mais à frente. Só que deixaram muito espaço nas intermediárias. O Grêmio não demorou para se aproveitar. Luan tabelou com Dudu e descobriu Ramiro entrando de surpresa no meio dos atônitos Alan Costa e Hernando. 2 a 0, Grêmio aos três minutos. Foi um choque enorme para Abel. Ele tinha de fazer alguma coisa. E fez. Enquanto a torcida pedia Valdivia, ele colocou Rafael Moura no lugar de Alan Patrick. E logo no primeiro lance, o imprevisível atacante acertou chute perfeito de fora da área. 2 a 1 aos 15 minutos. Havia ainda 30 minutos de jogo. O Internacional se abriu ainda mais. Abel queria seu time mais à frente. Tirou Alex e colocou Valdivia. Felipão percebeu que poderia ousar. Trocou Ramiro por Giuliano. Tinha mais um jogador com intimidade com o ataque, pronto para atuar nas costas dos volantes do Inter. E aos 28 minutos, a mexida perfeita. Tirou o esforçado Luan. Colocou o abusado Alan Ruiz.

O argentino estava iluminado. Dois minutos depois, houve uma falta perto da área do Inter sofrida pelo próprio Alan Ruiz. Zé Roberto cobrou, Rhodolfo desviou de cabeça e a procura fez questão de procurar Alan Ruiz. Ele apenas empurrou para as redes: 3 a 1. O gol marcado aos 30 minutos incendiou a partida. Os jogadores do Internacional sabiam tudo o que estava perdendo. Só que perderiam de vez o controle. Dudu fez excelente jogada e deixou Giuliano livre. O meia tocou para Alan Ruiz. O argentino deu um corte e bateu forte, indefensável, da entrada da área. 4 a 1, Internacional.

Ele optou por comemorar perto do banco de reservas colorados. Acendeu o pavio. E quase houve uma briga generalizada. O árbitro Luiz Flávio de Oliveira foi firme. Em vez de estragar o jogo e expulsar vários jogadores, apenas deu cartões amarelos. Felipão deu sua contribuição para serenar os ânimos. Tirou o argentino artilheiro da partida. A humilhação colorada já estava sacramentada. O Grêmio empurrou o rival duas colocações abaixo e assumiu uma vaga no G4. Felipão sorria satisfeito como há muito tempo não fazia. A emoção foi tanta que classificou a vitória como o ponto mais importante de sua longa carreira. Até mesmo do que ser campeão do mundo em 2002 com a Seleção. "Foi o ápice, a coroação de uma carreira, que eu nunca achei que ia acontecer, vencer um Gre-Nal pelo Grêmio, o time do meu coração, no meu aniversário, e ainda por 4 a 1. Eu devolvo ao Grêmio a possibilidade de eles acreditarem no trabalho que está sendo feito." Exagero puro de quem sofreu e fez uma Nação sofrer depois da inesquecível derrota para a Alemanha. Mas como não existe nenhuma punição no Brasil perpétua, Felipão aproveitou o seu aniversário. No lugar onde é mais feliz no futebol. Na arena do seu Grêmio, comemorando uma goleada diante do Internacional...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 09 Nov 2014 20:43:48

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