domingo, 9 de novembro de 2014

O limitado Palmeiras desprezou os reservas do Atlético Mineiro. Resultado: derrota por 2 a 0 no Pacaembu. Volta a namorar o rebaixamento. E ainda não terá Valdivia contra o São Paulo...

O limitado Palmeiras desprezou os reservas do Atlético Mineiro. Resultado: derrota por 2 a 0 no Pacaembu. Volta a namorar o rebaixamento. E ainda não terá Valdivia contra o São Paulo...




Paulo Nobre, Wlademir Pescarmona e seus correligionários passaram o sábado de manhã e à tarde fazendo "corpo a corpo" com os sócios do Palmeiras. Em comum, ambos prometiam um grande time para 2015. Com potencial para ser campeão da Copa do Brasil ou conseguir o Brasileiro. Garantiam que pelo menos quatro jogadores selecionáveis serão contratados. Mas Nobre e Pescarmona precisam saber que o clube precisa se manter na Série A. Há a chance o presidente contratar quatro selecionáveis para a Segunda Divisão. O Palmeiras chegou à sua 16ª derrota em 33 jogos. Só o Criciúma e o Vitória perderam tanto assim. Diante dos reservas do Atlético Mineiro, o time de Dorival Júnior empacou e foi derrotado por 2 a 0, gols do zagueiro Tiago e do meia-atacante Dodô. Foi a despedida da pior maneira possível do Pacaembu. Vexame. O clube continuou com 39 pontos, em 13º no Brasileiro. Mas a apenas cinco pontos da zona do rebaixamento. Para se livrar definitivamente dela, precisa de seis pontos nos cinco jogos que restam. Está longe de ser uma posição confortável. Restam São Paulo no Morumbi, Sport no Palestra, Coritiba no Couto Pereira, Internacional no Beira-Rio e Atlético Parananense no Palestra. "Fomos muito abaixo do que a gente vinha jogando. Perdemos um jogo que sabíamos que não poderíamos perder. Faltou tudo. Não jogamos da maneira que treinamos. Agora temos de pensar que ainda a situação não está boa", reconhecia Valdivia. O maior talento palmeirense avisava ainda. Havia se despedido da Seleção Chilena porque pensava que iria para os Emirados Árabes. A história é outra agora no Palmeiras. Ele aceitou a convocação para atuar contra Venezuela e Uruguai. Não deve atuar no clássico contra o São Paulo. O que só piora ainda mais as coisas...

A partida de hoje não era para ser desperdiçada. Levir Culpi tratou de poupar seus jogadores que vão decidir a Copa do Brasil. Victor era apenas o único titular em campo. Os dez demais eram reservas ou nem isso. Esta decisão do treinador atleticano já havia vazado desde após a vitória contra o Flamengo. Só que em vez de animar os palmeirenses teve um efeito colateral inesperado. A acomodação. Os palmeirenses esqueceram sua limitações e entraram com salto alto. Algo absurdo que Dorival Júnior não conseguiu reverter. Ele gritava, cobrava. Mas faltava pegada, intensidade, vontade. Era tudo o que os rivais mais tinham. Os atleticanos não fizeram nada demais. Levir Culpi montou sua equipe no 4-5-1. Ele buscou preencher o meio de campo. Travar as jogadas palmeirenses no setor de criação. Valdivia, o mais habilidoso em campo, caía na armadilha das duas linhas de marcação. Sem violência, os mineiros impediam que produzisse algo de útil. Além de falta de combatividade, o Palmeiras insistia em tentar atacar pelo meio. Esquecia as laterais. E facilitou demais o trabalho do Atlético. Victor praticamente não teve trabalho no primeiro tempo. Para que não voltasse para o vestiário com a roupa limpa, ele se esticou para espalmar uma cabeçada de Henrique. No mais, foi um mero espectador da partida. Só que antes disso, o Palmeiras havia tomado seu primeiro gol. Aos 38 minutos, Dodô cobrou falta para a área. A defesa estava muito mal posicionada. O zagueiro Tiago cabeçou como quis, no chão. Indefensável para Fernando Prass. Atlético Mineiro 1 a 0. A torcida já estava decepcionada com a falta de empenho do time. Perdendo o jogo, os torcedores gritavam até mais. O medo do rebaixamento continua forte. Os palmeirenses preferiam engolir a raiva. E faziam de tudo. Cantavam o hino, dançavam, incentivavam. Se seguravam para não vaiar. Dorival Júnior tem sua grande parcela de culpa. Ele é o treinador, o comandante do grupo. É inexplicável a apatia, o desleixo dos jogadores do Palmeiras. Entraram em campo em ritmo de amistoso entre solteiros e casados. Inadmissível postura já que o time não está garantido na Série A em 2014. Além disso, o Palmeiras teve uma semana inteira para treinar. O ambiente era o melhor possível. O time se superou em Salvador e venceu o Bahia no domingo passado. Não havia lógica alguma pelo péssimo futebol mostrado no Pacaembu. Ainda mais diante de desentrosados reservas atleticanos. No segundo tempo, a derrota se confirmou. Dorival Júnior cometia um outro erro. Trocava o veloz Mazinho pelo lento Diogo. Substituição que só ajudava a firme defesa rival. Acertou pelo menos no câmbio dos argentinos. Allione foi figura decorativa. Mouche entrou no seu lugar. O Palmeiras mudava seu 4-2-3-1 para um escancarado 4-3-3. Dorival cobrou vibração, raça, outra postura.

Só que Levir voltou com sua equipe ainda melhor postada. Ele conhece bem o Palmeiras. Foi o treinador do primeiro rebaixamento para a Segunda Divisão em 2002. Tinha a certeza de que o nervosismo dominaria o rival. E ele caprichou na marcação na sua intermediária. Deixava, porém, mais jogadores para arquitetar os contragolpes. Os palmeirenses se irritavam com forte marcação. E começaram a levantar a bola para a área ou chutar de longe. O que só facilitava o trabalho do excelente Victor. Tudo piorou em um descuido no meio do campo. A ótima revelação Dodô tabelou com Botelho. Recebeu de frente para toda a defesa palmeirense. Deu um drible de futebol de salão. Passou o pé em cima da bola, gingou e tirou os zagueiros da jogada. Na saída de Fernando Prass, tocou com tranquilidade incrível para as redes. 2 a 0, Atlético aos 19 minutos. A partida estava decidida. O Palmeiras continuou desesperado atacando. Mas sem a menor consciência. E os mineiros diminuindo o ritmo do jogo. Deixando o tempo passar. Conseguiram uma vitória importante. Foram três pontos a mais que colocam o clube na terceira colocação do Brasileiro. O que deixa a esperança aberta. Se o time perder a decisão da Copa do Brasil, a vaga para a Libertadores poderá vir no Campeonato Nacional. Já o Palmeiras perdeu de maneira justa. Um time fraco não tem o direito de desprezar ninguém. Nem os reservas de outra equipe. Foram três pontos importantíssimos jogados fora por falta de seriedade. Os jogadores precisam ser cobrados. Assim como Dorival Júnior. Que treinador é esse que permite a um time tão ameaçado essa postura vergonhosa? Paulo Nobre e Pescarmona que não se esqueçam. A ameaça da Segunda Divisão está viva...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 08 Nov 2014 21:38:02

Nenhum comentário:

Postar um comentário