quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Nada de Tríplice Coroa no Mineirão. A personalidade do Atlético Mineiro se impôs. Não tomou conhecimento do Cruzeiro, com sua torcida no Mineirão. E é campeão da Copa do Brasil...

Nada de Tríplice Coroa no Mineirão. A personalidade do Atlético Mineiro se impôs. Não tomou conhecimento do Cruzeiro, com sua torcida no Mineirão. E é campeão da Copa do Brasil...




O Atlético Mineiro ganhou o duelo mais importante da história contra o Cruzeiro, nos 93 anos que esses clubes se enfrentam. Jogando com muita coragem, o time de Levir Culpi desafiou o elenco que ganhou duas vezes seguidas o Campeonato Brasileiro. Enfrentou de cabeça erguida os torcedores rivais e o Mineirão. Tirou o doce da boca do maior rival. Nada de Tríplice Coroa. Ou o quinto título da Copa do Brasil. Não, esse não. Esse foi do Clube Atlético Mineiro pela primeira vez. Diego Tardelli marcou o gol que fez justiça à essa decisão. "Para mim, a sensação é melhor do que a da Libertadores. Ganhar do Cruzeiro na final é gotoso, aqui é nosso salão de festas. Aqui quem manda no Mineirão é a gente", provocou o artilheiro. O grande arquiteto da vitória atleticana tem nome e sobrenome. Levir Culpi. Ele contrariou a lógica. Apesar da vitória por 2 a 0 no Independência, o treinador não caiu na tentação. Não só não colocou seu time atrás. Como marcou os cruzeirenses com toda a personalidade na frente. Na saída de bola. Na raiz do problema. A grande preocupação assumida de Levir era com Everton Ribeiro. E mandou Leandro Donizete o perseguir. Com direito a antecipações inteligentes, divididas ferozes e até algumas entradas desleais, principalmente no tornozelo do meia. O motor do time cruzeirense estava travado. Aliás, foi decepcionante demais a atuação do Cruzeiro. Fora todo o desgaste físico, compreensível. Era o grande duelo mano a mano da história dos dois clubes. Eles nunca decidiram um título nacional. Marcelo Oliveira estava tão preocupado em não perder sua terceira final de Copa do Brasil, que fez tudo para perder. Ele esperava os atleticanos mais fechados. Acreditava que no toque de bola seu time iria se impor. Aos poucos conseguiria tirar a diferença de gols. Mas sem se expor. Era nítido que o Cruzeiro temia o potencial ofensivo da equipe de Levir. Mas a postura atrevida do Atlético mudou todo o panorama do jogo. Desequilibrou psicologicamente o rival. Não havia espaço para a saída de bola com qualidade. Levir cortou a carótida azul. Sem Everton Ribeiro, os nervos dos cruzeirenses atrapalhavam passes fáceis. Não havia jogadas pelas laterais. Ceará, que atuou no lugar de Mayke, foi muito mal. Na verdade, também atuou no sacrifício. Egídio atacou muito muito menos do que poderia. O Atlético estava muito melhor distribuído e pronto para a final do que o Cruzeiro. Marcelo fez uma substituição para matar os laterais cobrados por Marcos Rocha na pequena área, e que deram tanto trabalho na partida no Independência. Colocou Nilton e deixou Lucas Lima fora. Defensivamente foi melhor. Mas justamente a saída de bola ficou comprometida, o meio de campo mais pesado. Foi um grande erro. Até porque Ricardo Goulart fazia uma péssima partida. Logo aos 12 minutos, Marcos Rocha quase marca o primeiro gol. Tomou a bola no meio de campo de Nilton no meio de campo, passou para Luan e recebeu na frente. Fábio fez excelente defesa. No rebote, Tardelli chutou para fora. O lance já calou a torcida do Cruzeiro. Pontuava o quanto estava travado, inseguro o rival.

Mas uma reposição de bola de Fábio quase muda o cenário. O chute encontrou a zaga atleticana mal posicionada. Ricardo Goulart teve a chance de fazer o gol. Mas nervoso, afobado, pegou mal demais na bola. E ela foi para fora. Chance incrível desperdiçada. Só que o Atlético continuava muito melhor. Travando o meio de campo e saindo em velocidade incrível, em bloco. Parecia um clone do rival nas suas melhores partidas no Brasileiro. Foi se impondo, torturando aos poucos o adversário. Fazendo vibrar a sua minúscula mas corajosa torcida no Mineirão. Como em um lance inacreditável, aos 24 minutos. Dátolo cobrou falta e descobriu Diego Tardelli livre no meio da pequena área, entre Léo e Bruno Rodrigo. Ele bateu na bola de coxa e ela foi para fora. O Cruzeiro não tinha força para reagir. Willian estava mais preocupado em brigar, provocar adversários do que correr, abrir espaço pelos lados do campo. Marcelo Moreno se desesperava, porque a bola não chegava. E, fugindo de suas características, voltava para buscá-la na intermediária. Sem jogadas dos laterais, o ataque cruzeirense era um desastre. Era apenas uma questão de minutos para o Atlético concretizar a sua ousada estratégia. A gana e o preparo muito maiores para ser campeão do que o grande rival. E tinha de ser sacramentado com ele. O homem que jurou que trocaria seus títulos e gols para conquistar esta Copa do Brasil, em cima do Cruzeiro. E não precisou nada disso. Bastou Diego Tardelli escorar de cabeça levantamento de Dátolo. Gol histórico, inesquecível no Mineirão. Atlético Mineiro 1 a 0, aos 47 minutos. Não houve reação à altura. No intervalo, Marcelo Oliveira não quis correr o risco de ver o seu time goleado. Deveria ter apostado em substituições ofensivas. Mas, não. Sabia o quanto desgastado fisicamente e, principalmente, emocionalmente a sua equipe. Todos sabiam no vestiário cruzeirense que não marcariam quatro gols no rival. Não em uma péssima noite como a de ontem. Infelizmente, o Cruzeiro abriu mão da briga. Henrique, contundido saiu. Se esperava pela entrada de um atacante, um meia mais ofensivo. Só que não. Entrou Willian Faria para fechar o meio de campo. Ou seja, o Cruzeiro continuaria com a mesma distribuição tática. Levir puxou sua equipe um pouco mais para trás. Não deixaria espaço para o rival trocar a bola nas intermediárias.

A decisão já estava decidida. Os dois times sabiam muito bem disso. E o que se viu no segundo tempo foi muita luta, mas com os dois sistemas defensivos prevalecendo. O Cruzeiro, apático, era uma caricatura dos seus melhores jogos em 2014. Everton Ribeiro se cansou e abdicou de vez do jogo. O Atlético continuou pilhado, empolgado. Já se sentindo campeão. Só estava um pouco mais violento nas divididas. Marcelo Oliveira não abriu sua equipe. Trocou Willian por Dagoberto. Atacante por atacante. Era uma decepção a falta de ambição cruzeirense. Do lado atleticano, Levir ia dando mais força na pegada. Rafael Carioca, ótima surpresa no time, foi substituído por Pierre. Maicosuel já havia entrado no lugar do contundido Luan. A partida continuava disputada, quando Dátolo acertou um chute fortíssimo no travessão de Fábio. Só aos 33 minutos, Ceará saiu, trocado por Júlio Baptista. E o Cruzeiro ficou um pouco mais ofensivo. Leandro Donizete perdeu a cabeça em seguida e deu uma entrada violenta, desnecessária em Dagoberto. E foi justamente expulso por Luiz Flávio de Oliveira, que foi muito bem no jogo. Enquanto os torcedores cruzeirenses iam embora, os times já se conformavam com seus destinos. O Cruzeiro sabia que havia feito um ano ótimo. Mas não tiveram competência ou força física e psicológica para ganhar do rival nesta final. Já o Atlético se superou. voltou a ganhar um título nacional depois de 43 anos. Justo no maior confronto de 93 anos de clássicos contra o Cruzeiro. É com toda a justiça, descobriu o gosto de ser campeão da Copa do Brasil. Pela primeira vez. Diante do rival predileto, na final dos sonhos para todo atleticano...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Nov 2014 00:02:21

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