terça-feira, 6 de outubro de 2015

Após a vexatória saída de Ataíde, Aidar imita Dilma. Isolado, quer desviar o foco da imprensa. E anunciar substituto de Osório, que vai para o México. Negocia com o uruguaio Aguirre. Sócios e conselheiros querem seu impeachment...

Após a vexatória saída de Ataíde, Aidar imita Dilma. Isolado, quer desviar o foco da imprensa. E anunciar substituto de Osório, que vai para o México. Negocia com o uruguaio Aguirre. Sócios e conselheiros querem seu impeachment...




É um dos maiores vexames da história do São Paulo Futebol Clube. Depois do soco que levou do ex-vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, que o obrigou a demitir um dos seus poucos aliados fiéis, Aidar está tentando agir como a presidente Dilma. Ele está isolado e enfraquecido politicamente. Toda os vices deverão colocar seus cargos à disposição. Dizem que será para que ele fique à vontade para fazer a reforma que desejar. Mas alguns não querem ficar. Desgastados com as confusões desde que Aidar assumiu a presidência do clube. A absurda contratação de Iago Maidana e a comissão de R$ 18 milhões paga na negociação da Under Armour são os motivos. Nasce no clube o movimento de conselheiros pedindo a saída imediata do presidente. Esperto, Aidar sabe que precisa desviar o foco. Se proteger de qualquer tentativa de impeachment. Ele decidiu usar a confirmada saída de Osório a seu favor. Apresentar um treinador o mais rápido possível. Sabe que se for um nome de impacto, a imprensa e a torcida podem morder a isca. Por isso não pode ser Milton Cruz. O eterno auxiliar não tem carisma para isso. E se ele pedir, será liberado imediatamente para o México. Osório entregou seu pedido de demissão no início da tarde. E não há multa rescisória. Levará, por enquanto, seu auxiliar técnico Luis Pompilio e o preparador físico Jorge Rios. Milton Cruz segue sendo uma possibilidade.


O escolhido de Aidar para ficar no lugar do colombiano é o uruguaio Diego Aguirre. Ele foi meia do São Paulo na década de 90. Como treinador seu maior feito aconteceu em 2011, quando conseguiu ser vice da Libertadores, com o Peñarol. Conhece muito bem o futebol brasileiro. Campeão gaúcho com o Internacional este ano. Acabou demitido depois da eliminação na semifinal da Libertadores para o Tigres. No Internacional, o treinador recebia US$ 110 mil dólares cerca de R$ 388 mil. Rogério Ceni, Alexandre Pato, Luís Fabiano e Michel Bastos ganham mais do que isso. Em Porto Alegre, a competência de Diego Aguirre é contestada. Ele se mostra adepto do rodízio, como Osório. Os jogadores gaúchos reclamaram muito no início. Mas os bons resultados os acalmaram. Só que seu Internacional nunca teve consistência defensiva. Nem intensidade no ataque. Dependia muito de jogadas individuais. Não empolgou e muito menos deixou saudades. Mas o fato de ser uruguaio e desempregado agrada demais Aidar. O dirigente quer seguir sua linha de contratar um treinador estrangeiro, "diferente dos que estão por aí há mais de 20 anos". E também não quer gastar muito. Se aceitar receber o mesmo que Osório, R$ 250 mil, tudo será acertado. Até dezembro de 2016. Os primeiros contatos já foram feitos. E nada impede Aguirre de assumir o cargo.

Mas constrangedor será a partida de Juan Carlos Osório. O treinador colombiano confirmou a Aidar que vai mesmo trabalhar na Seleção Mexicana. Queria ficar até o final do ano no Morumbi. Mas ouviu um sonoro "não". O presidente do São Paulo não se abalou. Ele nunca foi fã de carteirinha de Osório. Pelo contrário. Quem o considerava um grande técnico era Ataíde Gil Guerreiro. Aidar não aceitava sua cumplicidade exagerada com os jogadores. Preferia que se impusesse, respeitasse a hierarquia, se assumisse como o comandante do grupo. Não como um "lorde" dos trópicos. A briga entre Aidar e Ataíde na manhã de ontem, no hotel Radisson, ganha contornos inacreditáveis. Vai do gosto do freguês. A assessoria do clube e Aidar confirmam que houve uma discussão ríspida. Mas negam o soco que Ataíde teria dado no rosto do presidente. E que depois da discussão, o presidente demitiu seu vice por "falta de sintonia fina". Só que a grande maioria dos conselheiros repete a mesma história. Os dois discutiam a respeito do novo treinador do São Paulo. O substituto de Osório. Foi quando Aidar teria ofendido Ataíde. Há divergência em relação ao que disse. Mas o vice ficou revoltado. Acertou um soco no rosto do presidente. O golpe o teria levado ao chão. Ensandecido como um lutador do UFC, Ataíde tentou aplicar o ground and pound em Aidar. Ou seja, o socar o rosto do seu oponente mesmo caído. Só não teria completado o nocaute porque teria sido seguro por outros membros da diretoria. Aidar garante que o demitiu ontem. E Ataíde jura que entregou o pedido de demissão hoje. Junto com ele, deixa também o cargo o diretor de futebol Rubens Moreno, em solidariedade ao vice. As imagens do confronto podem vir a público. A sala de reunião do luxuoso hotel tem câmeras. Muitas televisões estão tentando conseguir a filmagem. Mas, a princípio, o Radisson não quer cedê-las. Mas não será surpresa se elas aparecerem nas próximas horas. Com as imagens, a desmoralização seria completa.

Seja qual for a versão verdadeira, o que importa é que Aidar perdeu não só um grande parceiro. Mas um escudo em todas as muitas confusões que aprontou desde que assumiu. O presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Augusto Barros e Silva, estuda o que fazer. Por estatuto pode até expulsar os dois do clube. Mesmo inimigo mortal de Carlos Miguel Aidar, ele não pretende tomar esta atitude. Pode dar uma advertência, que já seria desmoralizante. Há agora uma disputa entre os vices para ser o escolhido como novo homem do futebol. O que está sendo combinado é que todos deixarão seus cargos à disposição de Aidar. Ele ficará livre não só para escolher o sucessor de Osório. Oswaldo Vieira de Abreu, Julio Casares e Douglas Schwartzmann seriam os favoritos. Schwartzmann, teria avisado que não quer o cargo. Aidar ficaria livre para escolher uma nova diretoria. O caso Iago Maidana e a comissão da Under Armour podem fazer alguns vices pedirem para deixar a direção. Enquanto isso, conselheiros e sócios articulam um movimento pela destituição de Aidar. A constrangedora confusão com Ataíde só aumenta a força que quem deseja novo presidente. O impeachment parecia algo completamente impossível há três meses. Não é mais. Há 30 anos, Aidar era apontado como modelo de dirigente moderno, visionário. Capaz de criar o Clube dos 13. José Maria Marin sempre foi um aliado querido.

Três décadas depois acabou o encanto. Sua administração não tem rumo. É ultrapassada. O Morumbi ficou ultrapassado e ele não toma atitude. O São Paulo deve mais de R$ 300 milhões. E ele bola um plano "infalível" pedir R$ 1 milhão para torcedores endinheirados. Ninguém leva a sério. Há um ano e dez meses não há patrocínio master para a camisa. Salários e direitos de imagens dos jogadores atrasam como não era comum no clube. Com soco ou não, a saída de Osório expõe ainda mais a desastrosa administração de Carlos Miguel. Seu poder de governar o São Paulo é quase nulo. Assim como a admiração de quem o colocou no cargo. A oposição garante ter força para barrar todos os seus projetos. E forçar sua renúncia. Realmente, Aidar está cada vez mais parecido com Dilma. O chão está abrindo aos seus pés. Mas finge que nada está acontecendo...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 06 Oct 2015 15:40:52

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