segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Exclusivo. Tite tem acordo com o Corinthians. Desta vez, se a Seleção chamar, será liberado. Não será obrigado a ficar até o final do contrato, em 2017. Nem haverá multa, briga ou escândalo como em 2012...

Exclusivo. Tite tem acordo com o Corinthians. Desta vez, se a Seleção chamar, será liberado. Não será obrigado a ficar até o final do contrato, em 2017. Nem haverá multa, briga ou escândalo como em 2012...




Seguidas lesões nos joelhos o fizeram abandonar a carreira. Era um meia inteligente, mais tático do que técnico. E desde 1990, com 28 anos, começou sua carreira como treinador. São 25 anos de carreira. A carreira segue em uma crescente. Ganhou o título da Segunda Divisão Gaúcha, com o Veranópolis. Depois, dois Gaúchos, uma Copa do Brasil com o Grêmio. Vieram outro Gaúcho e a Sul-Americana com o Internacional. Aí vieram as conquistas pelo Corinthians alegrar sua vida. Brasileiro, Libertadores, Campeonato Mundial. Recopa e Campeonato Paulista. A conquista de mais um Brasileiro está mais do que encaminhada no Parque São Jorge. Um treinador com este currículo seria candidato natural a comandar o selecionado de seu país. Principalmente se for comparado com o de Dunga, por exemplo. Ele tem oito anos como treinador. Já começou por cima, comandando o Brasil. Ganhou a Copa América, Copa das Confederações. Caiu com o fracasso da Seleção na Copa da África. Ficou cuidando do pai doente até sua morte. Voltou a trabalhar no Internacional. Ganhou o Gaúcho. Foi demitido durante o Brasileiro. E como prêmio, voltou à Seleção. Já fracassou na Copa América. É mais uma "vítima assumida" de quem comanda o Brasil desde 2011. Mano e Felipão tiveram essa doença contagiosa. A dependência de Neymar. Tite é absolutamente obcecado para assumir a Seleção. No ano passado, quando havia saído do Corinthians, não quis voltar a trabalhar. Ele sabia que Scolari desejava comandar um país que não fosse o Brasil no Mundial da Rússia. Então tratou de se submeter a uma reciclagem pela Europa. Aproveitou seu ano sabático. Comentou final da Champions para a ESPN/Brasil. Deu várias entrevistas. Seu assessor de imprensa escolheu os veículos. E o técnico contava com a certeza que o lugar de Felipão seria seu depois da Copa do Mundo. Vieram o 7 a 1 diante da Alemanha e o fracassado quarto lugar. Marin e Marco Polo despejaram Felipão sem querer nem ler o relatório que havia escrito sobre o Mundial. Precisavam de um escudo. Marco Polo lembrou do convite que teve para comer pizza feito por Gilmar Rinaldi, no litoral paulista. E decidiu dar o cargo de coordenador técnico a ele. E escolheram o melhor escudo para o dirigente na Seleção. A escolha foi por Dunga, amigo de Gilmar e com muita experiência como jogador e já marcado por uma Copa. Não seria um novato. Além do mais, pesou o fato de Tite ter uma relação íntima com Andrés Sanchez, homem que prometeu destruir a CBF e Marco Polo del Nero.

Pessoas ligadas a Tite garantem que ele ficou muito abatido, triste, deprimido por ser rejeitado. Mas tudo muda muito rápido nesta vida. Principalmente no futebol. Tite recusou o Internacional, o Fluminense, o Santos, o Flamengo. Queria voltar para o Corinthians. Conhecia muito bem o ambiente. Sabe o quanto é poderosa a mídia paulista. E anteviu que saberia usar muito bem a nova arena. Com a torcida gritando no pescoço dos adversários, a montagem de uma equipe poderosa, com os conhecimentos que adquiriu no "ano sabático", garantiria sucesso. Títulos. E alimentariam o sonho da Seleção. Só que Adenor e Gilmar Veloz não sofrem de amnésia. Lembram muito bem de 2012. O Corinthians havia vencido a Libertadores. E estava no seu estágio final de preparação para a disputa do Mundial no Japão. Marin decidiu demitir Mano Menezes. Ardiloso, o futuro presidiário esperou acabar os compromissos da Seleção. Já havia optado pela troca com a perda da medalha de ouro na Olimpíada. Mas esperou e o mando embora. O presidente da CBF avisou que escolheria o treinador em janeiro de 2013. Tite ficou entorpecido. Acreditou piamente que era a senha. O comando da CBF apenas esperaria a decisão do Mundial de Clubes e daria o seu emprego dos sonhos. Foi quando a diretoria corintiana entrou em cena. A mando de Andrés, o então presidente Mario Gobbi e seu vice de futebol, Roberto de Andrade, deram coletivas. Avisaram que Tite não seria liberado. Só sairia do Parque São Jorge se a entidade ou o treinador pagasse a multa de R$ 5 milhões. Ele tinha contrato até o final de 2013. A reação provocou imensa mágoa em Tite. Mas ela não duraria. Porque ele não era mesmo a opção de Marin e Marco Polo. E, astutos, perceberam que não havia tempo a esperar. A imprensa pressionava para que o cargo fosse dado a Tite, campeão da Libertadores. Se ele vencesse também o Mundial, ficaria incoerente demais não o chamar. Foi daí que optaram por antecipar o nome. E Luiz Felipe Scolari foi anunciado antes da disputa no Japão. Por ironia, Tite não fez um bom trabalho em 2013. Preso ao time campeão mundial, não percebeu a decadência de alguns jogadores. O desempenho pífio lhe custou o emprego. A diretoria que não o liberou para a Seleção, o dispenso em 2014.

Ele e Gilmar Veloz entenderam como as coisas acontecem. Mesmo em um clube no qual se sente em casa. Antes de assumir de novo o Corinthians, o Internacional fez uma proposta desesperada. Muito melhor financeiramente. Mas Tite quis o Parque São Jorge. Acertaram contrato até o final do mandato de Roberto de Andrade, até de 2017. Mas há um acordo entre Tite e presidente. Se a Seleção o chamar, ele precisa apenas terminar o campeonato que estiver disputando. Para não deixar o Corinthians na mão. Mas também não será obrigado a pagar multa rescisória. Tite é muito amigo de Roberto de Andrade. Bem mais do que jamais foi de Andrés Sanchez. O presidente deixou escapar ontem na TV Gazeta. Não repetirá Mario Gobbi. Não o segurará à força no Parque São Jorge. Sabe muito bem do acordo de cavalheiro que fez com treinador. Por isso tratou logo de avisar que não o obrigará a ficar, exigindo uma compensação financeira para sair. "O problema não é nem o dinheiro. Como eu vou responder isso? É um fato que só cabe ao Tite responder. Jamais posso pedir para um treinador isso. Todo o mundo quer chegar à seleção, e eu não tenho o direito de falar: "Não vai". Ele tem que tomar essa decisão com a família dele. Nós vamos torcer para o Dunga", ironizou. Por mais que ame trabalhar no Corinthians, o desejo permanece. Quer a Seleção Brasileira. Ético fala em 2018, depois da Copa.

Mas dependendo dos fracassos de Dunga, tudo pode mudar. Principalmente com Marco Polo. A pressão da conquista de outro Brasileiro já pesa. Caso o Brasil vá mal contra a Argentina e Peru, tudo pode mudar. A derrota contra o Chile já não foi bem digerida por Marco Polo. O presidente acompanha a campanha fabulosa do Corinthians. Tite quer o capricho final para não deixar o Brasileiro escapar. E já projeta com a diretoria, com calma, o time da Libertadores. No íntimo está aliviado. Sabe que, nada será como em 2012.

O Corinthians não irá segurá-lo.

Obrigá-lo a pagar multa.

Se a Seleção bater antes do que se espera na sua porta.

Não é possível sempre o coração pesar na hora do contrato.

No final de 2013 foi dispensado sem dó.

Ninguém da diretoria se lembrou da Libertadores inédita.

Ou do Mundial.

Tite aprendeu...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Oct 2015 12:31:02

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