sábado, 3 de outubro de 2015

Até mesmo a diretoria do São Paulo espera pelo adeus de Osório, hoje à noite. Assim como a Federação Mexicana. A desventura do 'Lorde' no Morumbi parece ter chegado ao fim...

Até mesmo a diretoria do São Paulo espera pelo adeus de Osório, hoje à noite. Assim como a Federação Mexicana. A desventura do 'Lorde' no Morumbi parece ter chegado ao fim...




Restarão oito jogos no Brasileiro. E quatro, se o São Paulo chegar à final da Copa do Brasil. 12 partidas. Carlos Miguel Aidar e Ataíde Gil Guerreiro decidiram. Se Juan Carlos Osório anunciar sua saída após a partida de hoje, no Morumbi, contra o Atlético Paranaense, querem efetivar Milton Cruz. E pensar no que fazer, com calma, nesta dúzia de jogos na escolha de novo treinador. Os dois responsáveis pelo futebol do clube seguem na mesma linha. Não irão assumir de jeito algum terem sido os culpados pela provável saída do técnico, após apenas cinco meses. Eles anunciaram com pompa e circunstância que o treinador ficaria até o final de 2016. Na apresentação, Aidar e Guerreiro se elogiaram, garantindo que o São Paulo mostraria o quanto é um clube de vanguarda. E mostraria inovações táticas para o futebol brasileiro. Como havia feito, por exemplo, com o húngaro Béla Guttmann, em 1957. O desenho tático da Seleção na conquista de sua primeira Copa do Mundo foi de Guttmann. Vicente Feola, seu auxiliar no São Paulo, apenas o adaptou na Suécia. Inclusive com Zagallo ajudando a fechar o meio de campo. Tornando o 4-2-4, em 4-3-3, revolucionário na época. Foi assim que o São Paulo ganhou o título paulista um ano antes. Mas ao que tudo indica, Osório não deixará marca alguma no futebol do país. Não haverá tempo.

A empolgação do colombiano logo foi embora. Desmanche, atraso de salários e direitos de imagem, clube dividido entre Aidar e Osório. Rejeição de conselheiros aos seus métodos. E mais. Ele ficou ofendido ao saber que, ao contrário da maioria dos treinadores dos clubes grandes brasileiros, seu contrato não tem multa. Ele percebeu que era a maneira da diretoria mostrar o quanto não confiava estar dando o passo certo ao buscá-lo na Colômbia. E mais, soube que seu salário é a metade do de Tite no Corinthians. E que recebe R$ 150 mil a menos que Marcelo Oliveira. Aidar detestou a franqueza de Osório. Várias vezes mandou e recado. Até que se cansou e o procurou. Conversaram e pediu para ele parar de falar dos dirigentes. O presidente ficou extremamente incomodado quando soube que o técnico admitiu não confiar na diretoria. Ele foi enganado. Não sabia das dificuldades financeiras, da necessidade de vender atletas. E também percebeu nas derrotas que não havia respaldo. Assumiu, que se tivesse três ou quatro delas seguidas, estaria na rua. O técnico também ficou incomodado com a estranha contratação de Iago Maidana, que já virou até caso de polícia. Dois sócios processaram a diretoria, exigindo esclarecimento sobre a transação. Ataíde Gil Guerreiro tentou aproximar o presidente do treinador. Mas houve rejeição de ambas as partes. Foi quando surgiu o interesse da Seleção Mexicana. Algo inesperado. E que leva em consideração seu trabalho no Atletico Nacional da Colômbia. Não o que fez na sua rápida passagem pelo México. É como se Marco Polo del Nero decidisse contratar Gareca como técnico da Seleção Brasileira. Impossível não lembrar do fracasso do argentino no Palmeiras. O trabalho de Osório no Puebla foi constrangedor. Apenas 11 partidas. Com sete derrotas, dois empates e apenas duas vitórias. O que causou sua demissão foi a sequência de cinco derrotas. Sua passagem foi em 2011. Os dirigentes mexicanos acompanharam de perto seu bom trabalho no Atlético Nacional. Além disso, seu perfil, que justifica o apelido de Lorde, foi um ponto fundamental. Miguel Herrera conquistou a Copa Ouro. Mas irritado, agrediu o comentarista da TV Azteca, Christian Martinoli. Deu um soco no pescoço de Martinoli por causa das críticas que fez ao seu trabalho. A agressão aconteceu no aeroporto norte-americano da Filadélfia. O vexame poderia ter sido melhor se o o jornalista chamasse as autoridades. Herrera poderia ter sido preso. Não foi. Mas perdeu o emprego. O brasileiro, Ricardo Ferretti, treinador do Tigres, assumiu interinamente a Seleção Mexicana. Avisou que não desejava seguir. Vários nomes foram analisados como o do argentino Marcelo Bielsa. Mas Osório contava com o apoio da maioria dos presidentes dos clubes. Lá eles influenciam na escolha do treinador. De acordo com jornalistas da rede Univisión, que está em São Paulo, das 18 equipes que disputam o campeonato nacional, 16 optaram por Osório. "Bielsa foi o primeiro candidato que a federação buscou, mas não houve acordo. Depois, foi Osorio, que tem um passado no México, alguns dirigentes já o conhecem, jogadores falam muito bem do trabalho dele. A informação que temos é que o contrato está quase pronto, já acertaram salários, a comissão técnica. Já conversaram sobre tudo, e Osorio poderia deixar o clube e acertar com a seleção", disse Érick López.

Osório fez o que Aidar e Ataíde não queriam. Confirmou publicamente as negociações com o México. Primeiro a sondagem. E nesta semana o convite. O treinador havia repetido que deseja comandar trabalhar em uma Copa do Mundo. Tem 54 anos e deseja se aposentar com 60. Não poderia ser mais explícito. Jornalistas mexicanos avisavam que o único entrave no contrato estaria na sua duração. O colombiano quer a garantia que ficará até 2018. A Federação Mexicana um compromisso mais curto, para analisar seu desempenho nas Eliminatórias. Tudo indica que o impasse acabou. Conselheiros nesta manhã de sábado tinham a certeza da saída de Osório. O incansável Ataíde Gil Guerreiro ainda tenta reverter o quadro. Relembrar ao treinador que ele empenhou sua palavra. E até indicou quatro jogadores para a reformulação do time em 2016.

Só que o clima é de despedida. A assessoria de imprensa do São Paulo não quer que Osório fale com jornalistas até a noite. Depois da partida contra o Atlético Paranaense, o colombiano confirmará se continuará ou não no Morumbi. Há o questionamento de pessoas próximas a Ataíde e Aidar. Querem saber porque eles não cogitam trabalhar com Muricy Ramalho. O treinador que se afastou para operar a diverticulite está recuperado. Mas a princípio, há a rejeição de Aidar. Muricy segue sendo visto como homem muito ligado a Juvenal. É uma possibilidade fácil. Basta convidá-lo e ele pode antecipar sua volta ao futebol. O treinador tem jurado que só trabalharia de novo em 2016. Na verdade, Aidar e Ataíde estão prestes a tomar um golpe inesperado. Acreditavam piamente que teriam Osório até o final do próximo ano. Comemoravam ter investido em alguém competente, barato e sem multa rescisória. E que agradeceria de joelhos cada dia que estivesse no Morumbi. Estão percebendo que esta percepção está longe da realidade. Osório se mostra pronto para partir. Pronto para limpar sua imagem na primeira passagem no México. Muito mais do que isso. Ele está cansado da sua desventura no Morumbi...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Oct 2015 13:00:18

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