quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Presidente Leco pressionado a investigar as denúncias contra Aidar. Com as conclusões morrendo no Morumbi. Sem escândalo, polícia ou investigação de fora do clube. Carlos Miguel e Cinira podem viajar para o Exterior tranquilos...

Presidente Leco pressionado a investigar as denúncias contra Aidar. Com as conclusões morrendo no Morumbi. Sem escândalo, polícia ou investigação de fora do clube. Carlos Miguel e Cinira podem viajar para o Exterior tranquilos...




O fantasma de Carlos Miguel Aidar continua rondando o Morumbi. De nada adiantou entregar sua carta de demissão. Se licenciar do escritório de advocacia. E agendar uma viagem para o Exterior com sua namorada Cinira Maturana. Ele foi o assunto principal na posse de Carlos Augusto Barros e Silva. A principal dúvida é se o presidente interino investigará as terríveis denúncias de Ataíde Gil Guerreiro. Investigar é uma coisa. Punir publicamente é outra. Totalmente diferente. Leco está sendo pressionado pelos principais grupos políticos. Há uma enorme divisão sobre quais atitudes tomar. Não é porque sua gestão de um ano e meio foi um fracasso, que Aidar não segue forte. Tem ainda aliados. Silenciosos, porém fiéis. Usando a desculpa de "preservar a instituição", eles insistem que as denúncias não virem caso de polícia e muito menos cheguem à CPI do Futebol. Depois do vazamento do e-mail de Ataíde a Aidar pelo blog, o medo agora é o teor da gravação que o vice teria feito com o ex-presidente. A ordem é abafar. Amainar o caso. Leco havia garantido a alguns conselheiros importantes que teria ouvido o conteúdo da gravação. E seria terrível. Hoje, porém, na sua primeira coletiva como presidente do São Paulo, disfarçou. Disse que não era bem assim. Ouviu menos de um minuto e não quis antecipar as palavras de Aidar. Começou nitidamente a tentar segurar as informações. Ele quer que a punição de Aidar seja interna. Possivelmente ele sofrerá processo de expulsão do clube. Pelo Comitê de Ética. Seria o meio termo. Para não parecer revanchismo, já que são inimigos. Mas também não parecer que Leco está acobertando atitudes indecentes de Aidar.

A tendência: só se ficar muito claro que houve prejuízo financeiro ao clube é que providências mais sérias serão tomadas. Caso apenas fique na desconfiança, na suspeita, a vida seguirá. Mais do que a comissão paga na negociação de R$ 175 milhões da Under Armour ou ao incrível caso Iago Maidana, o que poderia pegar de jeito Aidar seria a outra. A oferta de rachar a comissão da contratação de Gustavo da Portuguesa com Ataíde Gil Guerreiro. A proposta teria sido até gravada. O ex-presidente espalhou que tudo não teria passado de um teatro. Não racharia comissão alguma. Apenas foi uma maneira disfarçada para dar dinheiro ao vice. De acordo com Aidar, ele estaria passando grande dificuldade financeira. E seria muito orgulhoso para aceitar ajuda. A pergunta óbvia que fica diante dessa absurda "explicação". Ataíde não aceitaria doação, empréstimo de Aidar. Mas suborno tudo bem? É isso que o ex-dirigente quer que os conselheiros acreditem? Leco também tem como herança Doriva. O treinador que apenas Carlos Miguel Aidar e o gerente José Eduardo Chimello apostavam no clube. Ataíde e os jogadores estão impressionados. Ele é a antítese de Juan Carlos Osório. Treinador pragmático, de metodologia simples. Simplória até. Sem rodízio, com postura tradicional dos atletas. E sem muito jeito para cobrar os jogadores. Principalmente os mais consagrados. Paulo Henrique Ganso, Luís Fabiano, Pato, Rogério Ceni. O desconforto foi nítido antes, durante e depois da derrota contra o Fluminense. Aidar já teve de assumir a renúncia. Chimello perderá seu cargo para a volta do filho do falecido jogador Sócrates, Gustavo Vieira de Oliveira. Ele retomará a função de gerente de futebol. Ataíde já deu diversas entrevistas avisando que prefere treinadores rodados, vividos. Não iniciantes na carreira. É um ponto bastante desfavorável ao técnico de Aidar e Chimello. Leco vai espertamente esperar pelos resultados. O contrato com Doriva é fácil de ser rompido. Apesar de ir até o final de 2016, não há multa rescisória. Ele pode ser demitido sem ônus ao clube.

O dirigente deverá convocar nova eleição em 30 dias. Talvez no dia 27, daqui a 12 dias. É uma medida inteligente. Ele não quer dar tempo para que novas candidaturas surjam. O ex-vice de Relações Exteriores, Eduardo Alfano, pode enfrentar Leco. Alfano tem ótimo trânsito em várias alas do clube. Leco que fazer do empresário Abílio Diniz um grande aliado na disputa. O ex-presidente Juvenal Juvêncio deverá apoiá-lo. Ele enfrenta graves problemas médicos na luta contra o câncer de próstata. Pelas palavras de Leco na posse, sua filosofia é clara. O de tentar passar a imagem mais pura possível do São Paulo. E sua sujeira, lavada internamente. "Pacificação não pode significar conivência com mal feitos para acobertar atos lesivos ao São Paulo. Tudo será esclarecido por órgãos competentes, sem julgamento precipitado. Temos de enfrentar os problemas financeiros, criar condições de gestão sustentável, profissional e austera que exige o mundo. Não pode ser sinônimo de atraso, romper práticas clientelistas, compadrio e favores. Dizer não a falcatruas. Assistindo em toda parte prática em benefício próprio. Gestão mais transparente voltada a credibilidade."

Discurso estudado. Aidar pode ficar um pouco mais animado. Leco está tentado a seguir o caminho da conciliação. E disposto a resolver todas as delicadas acusações de Ataíde no Morumbi. Tentando evitar vazamento para a imprensa. Basta ter neurônios e entender a escolha de Ataíde. De novo com poder, ele é subalterno de Leco. A determinação é discrição. Chega de escândalos. E a ordem é voltar à década de 90. Quando os grandes problemas do São Paulo morriam no Morumbi. Sem envolvimento de polícia, investigações de fora do clube. Essa será a tentativa de Leco. Enquanto estiver no poder. Pelo jeito, Aidar e Cinira podem viajar tranquilos...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Oct 2015 17:34:53

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