A sentença era esperava. Mas provoca profunda preocupação em Dunga e na cúpula da CBF. A Comissão Disciplinar da Fifa confirmou a decisão do Tribunal Disciplinar da Conmebol. Graças à confusão que provocou e pela expulsão contra a Colômbia, na Copa América, Neymar não poderá jogar os dois primeiros jogos da Eliminatória Sul-Americanas para a Copa da Rússia. A sentença deixa claro a estupidez que foi a CBF não recorrer durante a Copa América. Neymar havia pego quatro partidas. Havia a possibilidade de que, pelo menos uma fosse perdoada. Mas a CBF preferiu não recorrer. A TV Globo revelou, após a eliminação diante do Paraguai, que a ideia foi de Dunga. Ele não desejava que Neymar seguisse com a delegação. A sua presença atrapalharia a concentração do grupo. E o jogador do Barcelona teria demonstrado desequilíbrio emocional. Estaria estafado, precisaria de descanso. Houve um erro primário de avaliação. O Brasil enfrentaria o Paraguai pelas quartas-de-final. Se passasse, garantiria mais dois jogos. Um da semifinal e outro da final ou disputa de terceiro lugar. Neymar estaria livre para as Eliminatórias. Só que o time sem seu principal jogador acabou naufragando diante dos paraguaios. Restaram os dois jogos de punição para Neymar cumprir. A princípio, por ignorância, a CBF acreditava que as punições valeriam para a próxima Copa América. Mas houve um erro de avaliação. As suspensões deveriam ser cumpridas nas Eliminatórias. Seria muito mais fácil liberar o jogador brasileiro no torneio sul-americano. Caberia ao equatoriano Guillermo Saltos definir diminuiria ou não a pena. A desculpa da CBF é que ela teria informações extraoficiais que não perdoaria o brasileiro.
Além de ter chutado a bola em Armero quando o jogo estava acabado, ter tentado dar uma cabeçada em Murilo, o que pesou contra Neymar foi o que fez com o árbitro chileno Enrique Osses. Na súmula, o juiz deixa claro o que aconteceu. O jogador o teria puxado pela camisa e dito a singela frase. "Quer aparecer às minhas custas, filho da p..." Convencer Guillermo Saltos seria muito mais fácil do que a CBF convencer a Comissão Disciplinar da Fifa. Lá, a súmula do juiz é o único documento levado em consideração. E ela não deixa dúvidas da atitude absurda de Neymar. Ainda há uma mínima chance, na Corte Arbitral do Esporte, em Lausane. Mas diante de casos similares, a tendência é mesmo que a pena seja confirmada. O medo da cúpula da CBF e de Dunga é saber quais serão os adversários que Neymar não poderá enfrentar. Uma partida deverá no Brasil. E outra fora. Esta será a sistemática até o final das Eliminatórias. O sorteio acontecerá no próximo dia 25, no Palácio Konstantin, em São Petersburgo, na Rússia. Serão dez países disputando quatro vagas para o Mundial. E uma quinta seleção terá a chance de disputar a repescagem. O medo justificável de Dunga se confirmou na Copa América. Além dos adversários tradicionais Argentina e Uruguai, há outros que brigarão pelas vagas. O Chile, Paraguai e a Colômbia. Fora o crescimento de Peru, Equador e até Venezuela. A Bolívia tem a torturante altitude de 3.700 metros de La Paz. A geração brasileira de jogadores se mostrou fraca tecnicamente. E imatura psicologicamente. Além de uma dependência inacreditável de Neymar. Dois jogos sem ele serão um desafio perigoso para o time da CBF. Se por exemplo, a Seleção começar as Eliminatórias com dois resultados ruins, por exemplo, uma derrota e um empate. Há o medo de uma bola de neve incontrolável para um time sem personalidade, tenso. Fora a rejeição de grande parte da população. Não há mais a reverência, a empolgação com a Seleção de anos atrás. Principalmente nos grandes centros. O vexame na Copa do Mundo não foi esquecido. A ele se soma essa pífia campanha na Copa América. A Conmebol está sendo pressionada pelas tevês para que os países indiquem apenas uma sede para seus jogos. O Brasil seria a única exceção podendo indicar dois estados. Esta escolha de Marco Polo del Nero terá de ser criteriosa.
A ausência de Neymar trará ainda mais pressão sobre Dunga. O treinador conseguiu chegar à Copa América vencendo todos os amistosos. Mas foi só as partidas começarem a valer três pontos e o time encolheu, tremeu, ficou abalado. Agora o medo é o que acontecerá nas Eliminatórias. O incrível na CBF é que nada acontecerá com Neymar. Mesmo depois de seu ataque histérico contra os colombianos e contra o árbitro Enrique Osses, ele continuará a ser o capitão do Brasil. Dunga e Marco Polo continuarão agindo como se nada tivesse acontecido. Se a pena não for revertida, Miranda deverá seguir com a braçadeira. Mas ansioso para entregá-la à estrela do Barcelona. A preocupação de Neymr com a situação que ele provocou é tocante. São festas e mais festas nas suas férias. Nem uma demonstração de tristeza, muito menos vontade de se desculpar pelas bobagens que fez no Chile.
O diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, confidenciou a jornalistas. Dunga não pode ser considerado o único culpado pela entidade não ter entrado com recurso tentando livrar Neymar dos quatro jogos. O atacante do Barcelona teria pedido para ir embora. Não quis seguir com a delegação no Chile. Desejava aproveitar suas férias. Dunga aceitou até para mostrar à opinião pública que seu time não dependia do jogador. Erro absurdo que a CBF agora tenta, desesperadamente, reverter. Mas no Rio todos sabem. São quase nulas as chances de Neymar. Nos dois primeiros jogos da Seleção, deverá estar fora. Que maneira de começar as Eliminatórias "mais difíceis" da história. Mas se o capitão ficar mesmo fora, que descanse, aproveite. A Europa para nas datas-Fifa. Que vá para suas festas enquanto o Brasil entra em campo. Farreie. Para não ficar estressado de novo quando vestir a camisa amarela. Afinal, ele é "apenas" o capitão da Seleção Brasileira. Maior talento desta geração nascido neste país. Não tem nada demais ficar de fora das Eliminatórias...
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Jul 2015 07:52:42
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