quarta-feira, 22 de julho de 2015

Corinthians gasta o salário de Ronaldinho Gaúcho no Fluminense. Mas com jogadores emprestados para atuar em outros clubes. Vitor Júnior receberá R$ 600 mil até o final do ano para jogar na Tailândia. Lição de profissionalismo...

Corinthians gasta o salário de Ronaldinho Gaúcho no Fluminense. Mas com jogadores emprestados para atuar em outros clubes. Vitor Júnior receberá R$ 600 mil até o final do ano para jogar na Tailândia. Lição de profissionalismo...




Um dos motivos do rompimento entre Mario Gobbi e Andrés Sanchez foi uma prática inacreditável. E que não combina com a administração moderna de qualquer clube de futebol. Emprestar jogador e o clube seguir pagando parte dos salários. Foi a maneira mais fácil que Gobbi encontrou para evitar constrangimentos. Atletas encostados, treinando separados dos outros. E recebendo a cada 30 dias, mesmo sendo, na prática, inútil para o Corinthians. No ano passado foi constrangedor. Eram exatos R$ 1.520,00 a cada mês. R$ 520 mil para Sheik jogar no Botafogo. R$ 400 mil para Pato defender o São Paulo. R$ 180 mil a Júlio Cesar no Náutico. Douglas, R$ 150 mil, Grêmio. Elton, R$ 100 mil, Flamengo. Ramirez, R$ 80 mil. E R$ 90 mil para Renan ser o goleiro do Bragantino.

Conselheiros estavam revoltados no Parque São Jorge. Alguns queriam até a renúncia de Gobbi pela atitude. Mas Andrés não permitiu. Seria um abalo muito grande na situação, ala política dominada pelo deputado federal do PT e responsável pela eleição de Gobbi. Quando Roberto de Andrade assumiu, a situação financeira corintiana já era caótica. Graças a um péssimo acordo como o BNDES e a Odebrecht, todo o dinheiro da arrecadação da nova arena é desviada para o pagamento do estádio. O clube precisa sobreviver com o dinheiro de patrocinadores, dos sócios-torcedores, dos sócios.

Por não poder pagar, o clube perdeu Guerrero para o Flamengo. Não houve a renovação. Sheik ganhava demais, também foi liberado para a Gávea. Elias teve de ser firme com os dirigentes. Eles queriam que o volante retornasse ao Flamengo. Ralf também já entendeu que deverá seguir seu rumo. Danilo não renovará contrato. Ficará até dezembro e depois, nova vida. Livre e sem render um centavo ao Parque São Jorge. O clube chegou a dever mais de oito meses de direito de imagem a Guerrero. Três, quatro, cinco meses com o restante do time. Dependia do salário. Quanto maior, mais o atleta poderia ficar esperando receber. Até o salário de Tite atrasou, mas fiel à diretoria, ele se calou. Mas o surpreendente neste cenário é a confirmação que a velha estratégia de Gobbi. O clube segue emprestando jogadores. E pagando seus salários. Exatamente situação de desesperava Andrés Sanchez. O meia Vitor Júnior foi contratado em 2012. A negociação parecia ser um presente dos deuses. O empresário de Mano Menezes, Carlos Leite, comprou os direitos federativos do jogador. E mesmo diante do interesse do Palmeiras, resolveu repassar o jogador gratuitamente ao Parque São Jorge.

Mas foi "gratuitamente" até a página dois. O empresário exigiu e o Corinthians assinou contrato de quatro anos com o jogador. Carlos Leite assegurou ao seu jogador nada menos do que R$ 5,7 milhões em salários. Afinal, acertou por R$ 120 mil a cada 30 dias. Mostrou fraquíssimo futebol com a camisa corintiana. Acabou emprestado para quatro clubes. Mas não deu certo. Botafogo, no Inter, no Coritiba e Figueirense. Seu desempenho deixou a desejar. No Corinthians só atuou oito vezes. Desde o início do ano estava sem jogar. Sem aceitar romper simplesmente o contrato. Roberto de Andrade deve ter se lembrado de Gobbi. E acaba de cedê-lo ao Navy, time tailândes. Até o final do ano. Quem pagará os R$ 120 mil mensais? O Corinthians. São mais R$ 600 mil do orçamento.

"É um mercado que muitos brasileiros ainda sequer conhecem, mas que está crescendo bastante. Todos nós sabemos da evolução do futebol asiático, a estrutura dos clubes, e o projeto do Navy me atraiu bastante. É um desafio novo na minha carreira, com objetivos concretos. Estou confiante e animado para obter sucesso nessa nova fase profissional", postou o jogador, feliz com a camisa 10 que vestiu em Bangcoc. Pato continua embolsando seus R$ 400 mil mensais para jogar pelo São Paulo. Mas há outros André Vinícius, Brayan Riascos, Gustavo Tocantins, Moisés, Pedro Henrique e Zé Paulo estão no Bragantino. Bancados pelo Parque Jorge. Na parceria com o Flamengo de Guarulhos, outros 39 atletas. São mais de 50 jogadores que o Corinthians segue emprestando e bancando com seus salários. No total, seriam cerca de R$ 800 mil mensais. Salário que Ronaldinho Gaúcho ganhará no Fluminense. O caso de Vitor Júnior chama mais a atenção quando se depara com o nome de Carlos Leite. O empresário de Mano Menezes tem relação íntima com a diretoria. Já emprestou dinheiro na administração Andrés Sanchez. Situação bizarra. Foi com seu dinheiro que o Corinthians contratou Eduardo Ramos e Saci em 2008. Que, por acaso, eram empresariados por ele. Seis anos depois, a mesma história. O clube só pagou o 13º no ano passado porque o mesmo agente emprestou R$ 2 milhões. Leite é o empresário de Cássio, Fágner, Gil e Renato Augusto.
Ou seja, não há diferença na maneira de "administrar" entre Roberto Andrade e Mario Gobbi. Diante do entrave de jogador que não rende e tem contrato longo, o atalho é emprestá-lo. E seguir pagando seu salário. Não há outras ideias, negociação. Pedir descontos e pagar tudo de uma vez. Nada disso. É só despachar os atletas para outras equipes e seguir pagando seus salários na íntegra. E atrasando quem está defendendo o Corinthians. O futebol brasileiro segue sendo assustadoramente amador. E os dirigentes não fazem questão alguma de se modernizar. Esta foram as primeiras frases que o meia ouviu ao chegar no Navy. "Yindī t̂xnrạb, Vitor Júnior. Ngein k̄hxng khuṇ xyū̀ nı ṭhnākhār." Tradução livre do tailandês.. "Bem-vindo, Vitor Júnior. Seu dinheiro já está no banco." E quem pagou foi o Corinthians...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 22 Jul 2015 13:58:08

Nenhum comentário:

Postar um comentário