sexta-feira, 3 de julho de 2015

Gols de Vagner Love estimulam diretoria do Corinthians. Roberto de Andrade disposto a economizar o dinheiro que compraria Téo Gutierrez. E pagar salários e direitos de imagens atrasados no Corinthians...

Gols de Vagner Love estimulam diretoria do Corinthians. Roberto de Andrade disposto a economizar o dinheiro que compraria Téo Gutierrez. E pagar salários e direitos de imagens atrasados no Corinthians...




"Rola suruba entre os jogadores. Se tiver seis homens, vamos dizer que vai ter umas oito mulheres. O cara é casado, esquece, dá mole, a mulher pega o telefone e daqui a pouco o cara vem dizer "Meu irmão, babou. Minha mulher pegou o telefone, viu uma mensagem. "Eu só levei (mulher para a concentração) uma vez e não recomendo para nenhum jogador que esteja começando. Nunca vi outras, mas a gente sabe quando tem. Isso nunca vai acabar. "Na minha folga, tenho o direito de fazer o que eu quiser, como todo mundo. Se não tenho de trabalhar no dia seguinte, posso tomar minha cervejinha." Assim era Vagner Love em 2012, descontraído, alegre, leve. Jogava no Flamengo. Já estava com a situação financeira definida depois de ter passado sete anos como ídolo na Rússia, no CSKA.

Três anos depois, ele está muito mais contido. Tenso Aos 31 anos, sabe da responsabilidade que carrega. Não só substituir Paolo Guerrero no Corinthians. Mas ser o maior salário do elenco, R$ 500 mil mensais. Tem contrato de 19 meses. Foi um "presente de Mario Gobbi". Na verdade, um fetiche do ex-presidente. Ele sempre quis ver o atacante com a camisa corintiana. Se o clube precisava pagar o estádio, má sorte do clube. Gobbi estava indo embora, mas faria sua vontade. E comprometeu R$ 9,5 milhões. Love não tinha ideia do quanto seria cobrado. Não tinha ideia que chegava ao Parque São Jorge com os dirigentes atrasando salários. Jogadores nervosos, brigando para ficar no clube. Mesmo sendo titular da Seleção, como Elias. Não. O Corinthians que o carioca de Bangu sonhava, e quase jogou, dinheiro não era problema. Era o da MSI. Verba milionária que a Polícia Federal chegou à conclusão que era de bilionários russos, que haviam deixado o país antes do final da União Soviética. E estava asilados na Inglaterra. Eu estava na famosa e mal sucedida coletiva de Vagner Love. O ano era 2005. Ele decidiu falar no Shopping West Plaza, grudado ao Palmeiras, onde surgiu para o futebol. Cometeu o pecado de ser sincero. O atacante do CSKA havia deixado tudo certo com Kia Joorabchian, gestor da MSI no Brasil. Só que aproveitadores tentaram lucrar na coletiva. E já confeccionaram a camisa do Corinthians com o nome do jogador.

Quando Vagner Love voltou para a Rússia, tentando a liberação, sua recepção foi digna de filme noir. "O presidente do CSKA o chamou. Ele acreditava que era para rescindir o contrato. Mal entrou na sala, Vagner percebeu que não era nada disso. Em cima da mesa do presidente havia uma metralhadora. E pelo menos quatro seguranças mal encarados estavam armados. Foi só o Love entrar na sala e o dirigente foi logo perguntando algo em tom ameaçador. O tradutor que chegou para acompanhar o jogador traduzi. "Ele está perguntando se você quer mesmo ir embora do CSKA." "Love percebeu que todos o estavam olhando fixamente na sala. Principalmente o presidente. Foi então que deu sua resposta. "Diz para ele que é mentira. Lógico que eu quero ficar." Quem me revelou essa situação foi uma pessoa muito próxima de Love. E um dos organizadores da coletiva. Kia Joorabchian ficou histérico de raiva. E sepultou a ideia de comprar o jogador. Love chegou ao Parque São Jorge dez anos depois. Mas muito mal fisicamente. Sem explosão muscular, foi de pouca utilidade para Tite. Tanto que teve de se afastar para se preparar. Ninguém notava sua ausência porque havia Guerrero. Mas o Corinthians não conseguiu dinheiro e o contrato com o peruano não foi renovado. Tite chamou Vagner Love para uma conversa. E falou claramente que sua chance havia chegado. Até os preparadores físicos e fisiologistas corintianos ficaram surpresos. A dedicação do atacante foi além do esperado. Seu arranque, fundamental no estilo de jogo, melhorou graças a piques e mais piques.

Treinou até mais do que o ideal finalizações. Mas estava obcecado em dar a resposta a quem duvidava dele. E vieram os gols. Com o de ontem contra a Ponte, já são cinco. Marcou nos últimos três jogos seguidos. Foi só Tite o elogiar para a diretoria. Dizer que era sim possível apostar no atacante. Era tudo o que o presidente Roberto de Andrade queria ouvir. E fez questão de, após a partida de ontem, avisar que não fará leilão pelo atacante colombiano Léo Gutierrez, que o River Plate quer vender. Pede três milhões de dólares, cerca de R$ 9,2 milhões. E à vista. O Corinthians chegou a dois milhões de dólares, cerca de R$ 6,2 milhões. Parcelados. O Sporting de Portugal se interessou no jogador. A verdade é que Roberto de Andrade se animou. Os gols, a fase e a vontade de Vagner Love o motivaram. O dirigente está mesmo disposto a desistir do jogador. Usando Love como escudo. O dinheiro economizado poderá ser usado para pagar direitos de imagem de vários atletas, que seguem atrasados. Love está ganhando a aposta. Fugindo da desconfiança da torcida. Sem ter de apelar para a irreverência, malícia, brincadeiras. O jogador folclórico não interessa. O que o Corinthians precisa é de um artilheiro. Para isso que foi contratado. Para isso que, em plena crise, ele recebe R$ 500 mil mensais. Suas histórias de farras não interessam a ninguém no Parque São Jorge. Só seus gols. E eles estão surgindo...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Jul 2015 01:06:06

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