sexta-feira, 3 de julho de 2015

Globo, como sempre, despreza o fã de futebol. Não vai mostrar final da Copa América. Prefere treino de F1, Luciano Huck e novela. Messi, Chile? Os pobres que se virem. E eles estão se virando...

Globo, como sempre, despreza o fã de futebol. Não vai mostrar final da Copa América. Prefere treino de F1, Luciano Huck e novela. Messi, Chile? Os pobres que se virem. E eles estão se virando...




O Brasil está mergulhado na recessão. Empresas automobilísticas não param de dar férias coletivas. Indústrias de toda espécie aumentam o índice de demissão. Sem imaginação ou projeto efetivo, o governo aumenta impostos. E mexe nos direitos dos trabalhadores. Aposentadoria, seguro-desemprego. Mesmo maquiada, a inflação cresce, o poder de compra cai vertiginosamente. Os governos estaduais e municipais também se mostram sem rumo diante da crise financeira. "Eu diria que talvez a gente esteja sentindo uma ressaca, que é aquela força que puxa na volta das águas. Essa ressaca afetou a confiança no começo do ano. Mas tem a vantagem de que a ressaca passa. Temos que nos preparar, não podemos deixar o barco bater nas pedras, temos que fazer adaptações", diz o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Quem não tem um amigo, um parente desempregado? Diante desse quadro tenebroso, o futebol continua dia a dia a perder seu poder de atração. Não há um só jogador, ídolo, no país capaz de levar torcedores rivais no estádio só para observá-lo. Ter o prazer de vê-lo estar em campo. Como acontecia com Rivelino, Pelé, Garrincha, Ronaldinho Gaúcho, Romário, Raí, Ronaldo e tantos outros. O último partiu há dois anos. Neymar.

As médias de público nos estádios despencaram nas últimas décadas. Para disfarçar, clubes fazem promoções de ingressos. Se agarram aos sócios-torcedores, uma ótima ideia. Mesmo assim, nas novas arenas, os preços estupidamente caros afastam os amante do futebol dos lugares centrais. A imagem de desolação, das cadeiras vazias, passa para quem está assistindo pela tevê a mensagem subliminar: perda de tempo assistir esse jogo. A audiência do futebol nos últimos dez anos caiu 28% na tevê aberta. Em 2010, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) fez uma pesquisa muito importante. E abrangente. A televisão é o meio de comunicação de maior abrangência. Segundo o levantamento, ela é assistida por 96,6% da população brasileira. Os canais de televisão aberta são assistidos por 83,5% dos entrevistados. Outros 10,4% assistem, além da TV aberta, canais de TV por assinatura.

No total, os canais abertos são assistidos por 93,9% dos entrevistados. Somente 2,7% afirmaram que assistem apenas canais de TV por assinatura. Segundo a pesquisa, os telejornais são considerados a programação televisiva mais relevante para 64,6% dos entrevistados. A segunda programação considerada mais importante são as novelas (16,4%). Os programas esportivos aparecem em terceiro lugar, com 7,2% da preferência. A única forma de ver TV para 54,5% dos domicílios com televisores no Brasil é por meio de um aparelho ultrapassado, que não é mais fabricado. São 34,5 milhões de domicílios no Brasil apenas com TVs de tubo, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, o Brasil é um país mais pobre do que parece nas grandes metrópoles brasileiras, como São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador... Diante desse cenário chega a ser absurdo o que acontecerá neste sábado. Mais uma vez a TV Globo despreza os fieis que ainda fazem questão de assistir futebol. Com ótimo trânsito com as principais empresas de marketing esportivo e detentoras das organização das principais competições na América do Sul, como a Traffic e a Torneos y Competencias, a emissora domina o futebol no continente.

Se associou à Fox e tem a Libertadores e Sul-Americana. E negociou diretamente para ter o direito de mostrar a Copa América. Mesmo com essa crise absurda do futebol, a Globo usa o critério simplista dos anos 70 da Ditadura Militar. Só falta colocar na tela o slogan "Brasil, Ame-o ou Deixe-o". Porque quando a insegura e fraca Seleção de Dunga foi eliminada da Copa América, a competição deixou de existir. Segunda-feira, o Chile suou sangue para vencer o Peru. Na terça, a Argentina massacrou o Paraguai, que eliminou o Brasil. O time de Messi conseguiu o singelo placar de 6 a 1. E amanhã, sábado, às 17 horas, Chile e Argentina decidirão o torneio. Os chilenos nunca venceram a competição. Desde 1916 vem a obsessão. Foram quatro vices. Os argentinos a conquistaram pela última vez em 1993, no Equador. Mais do que isso, a bicampeã mundial nunca teve o prazer de ser campeã de competição profissional nenhuma tendo Messi como seu camisa 10.

Ou seja, atrativos não faltam para animar a modorrenta tarde de sábado. Só que o brasileiro que não tem tevê a cabo não verá esta final. Porque a Globo prefere mostrar os treinos classificatórios da decadente Fórmula 1. Depois, Luciano Huck. E novela das seis. Como ficam também a Ambev, Itaú, Johnson & Johnson, Magazine Luiza, Vivo, Volkswagen? Patrocinadoras que gastaram mais de R$ 1,3 bilhão para mostrar futebol na emissora? Caladas. Por que bancaram os estaduais, Campeonato Brasileiro, Libertadores, Copa Sul-Americana, Copa do Brasil, jogos decisivos da Champions. E partidas envolvendo a Seleção Brasileira. Sem o time da CBF, a Globo não precisa mostrar nem final da Copa do Mundo. É assim que a dona do futebol neste país segue afastando os torcedores. Sem respeito algum. Principalmente os pobres, sem canal a cabo. Sem hipocrisia, a saída, para muitos é a Internet. E ver de maneira pirata, ilegal, criminosa a final Copa América. Uma pesquisa realizada pela ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura) e pelo Seta (Sindicato das Empresas Operadoras de TV por Assinatura e de Serviço de Acesso Condicionado) revelou números impressionantes sobre a pirataria na TV paga no Brasil. As imagens roubadas chegam a mais de quatro milhões e duzentos mil brasileiros. A "Gatonet" já é terceira "operadora" no Brasil. Só perde para Net (6,1 milhões) e da Sky (5,1 milhões). Mesmo sendo crime, com até dois anos de cadeia, a adesão à pirataria só cresce no país. O cenário é caótico. E só deve piorar. Não é por acaso que, depois de anos e anos, a Coca Cola decidiu não mais patrocinar o futebol na Globo. Será que a Coca Cola não entende de mercado?




Fonte: Esportes R7
Categoria: formula-1
Autor: cosmermoli
Publicado em: 03 Jul 2015 09:33:00

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