segunda-feira, 27 de julho de 2015

A melhor atitude do Palmeiras em 2015. Trocar o inseguro Oswaldo pelo bicampeão do Brasil, Marcelo Oliveira. Com ele, o clube volta a ter o direito de sonhar. Em acabar com o jejum de 21 anos...

A melhor atitude do Palmeiras em 2015. Trocar o inseguro Oswaldo pelo bicampeão do Brasil, Marcelo Oliveira. Com ele, o clube volta a ter o direito de sonhar. Em acabar com o jejum de 21 anos...




Sem hipocrisia, no Brasil seis meses ou 31 partidas precisam ser suficientes para um treinador se impor. Mostrar segurança, dar um desenho tático a uma equipe. Por mais que ela esteja em formação, com jogadores chegando a todo instante. Afinal, se o currículo aponta até conquista de título mundial, o mínimo que o técnico precisaria oferecer seria um esquema, uma filosofia, uma maneira de a equipe atuar. Foi tudo o que Oswaldo de Oliveira não fez no Palmeiras. Sua demissão foi mais do que justificada. Logo após a perda do título paulista contra o Santos, já havia escrito nesse espaço que seu futuro estava comprometido. A falta de convicção só aguçava de forma intensa a cobiça a Marcelo Oliveira. O presidente do Cruzeiro, Gilvan Tavares, colaborou. Dispensou o atual bicampeão brasileiro para contratar Luxemburgo. A última conquista nacional do ultrapassado Vanderlei foi em 2004, onze anos atrás. Com Marcelo Oliveira livre, a sombra ficou grande demais para Oswaldo. Seu início pífio de Brasileiro foi a senha. Com ele, o Palmeiras empatou com Atlético Mineiro reserva em casa; empatou com o lanterna Joinville fora; perdeu para o Goiás, em casa; venceu o Corinthians no Itaquerão; empatou com o Internacional em casa; e perdeu para o Figueirense, em Santa Catarina. E bastou. Veio a demissão. A partir do primeiro treino, Marcelo Oliveira foi no ponto que mais atrapalhava o time verde: a indefinição tática. Ele mostrou que ele moldaria o time à semelhança do que fez com o Cruzeiro. Os jogadores versáteis, velozes teriam vantagem na luta para serem titulares. O Palmeiras ganhou uma alma moderna, vibrante. Se tornou em pouco tempo a equipe que sabe o que quer. Com Marcelo, o time marcou 18 gols em nove partidas no Brasileiro. Os números enganam. Levam a acreditar que sua equipe é absolutamente voltada para o ataque. Não é. Ele primeiro corrigiu o principal erro de Oswaldo. Conseguiu compactar a equipe quando está sem a bola.

O preenchimento de espaço é uma obsessão do técnico. Os meias, os atacantes precisam se desdobrar no auxílio dos volantes, dos laterais. Assim como os volantes e laterais têm de chegar ao ataque assim que o time retomar a bola. A equipe de Marcelo Oliveira para render precisa estar no auge do seu preparo físico. Para manter a intensidade do jogo o máximo tempo possível. O esquema vai muito além do básico 4-2-3-1. Não é estático como grande parte dos times brasileiros. A movimentação facilita a marcação. E libera o ataque. Enquanto o Palmeiras se dispôs a impor seu ritmo ontem em São Januário, até os 15 minutos do segundo tempo, foi constrangedor. Parecia uma equipe profissional contra uma de juniores. A partir dos 4 a 0, o treinador já projetava a partida contra competitivo Atlético Paranaense. Trocou, poupou jogadores. Foi de uma frieza incomum. Pela diferença em todos os aspectos, o Palmeiras poderia chegar aos seis, sete gols. Mas e daí? Os três pontos, a goleada já estavam assegurados. O técnico recuperou dois jogadores em especial. Um já estava para sair. E outro estava mergulhando na depressão. Leandro Pereira e Dudu. "Não esperava tanto apoio. A chegada do Marcelo foi fundamental para a minha volta por cima", elogia o atacante que voltou a ser chamado de artilheiro. "Eu precisava de confiança. Alguém que entendesse as minhas características. A minha relação com o Marcelo não poderia ser melhor", elogia Dudu, o mais caro contratado e que enfrentava a pressão dos torcedores e da mídia. A campanha de Marcelo Oliveira no Brasileiro impressiona. O Palmeiras venceu o Fluminense em casa. Perdeu para o Grêmio fora. Goleou o São Paulo em casa. Venceu o Chapecoense em casa. Ganhou da Ponte fora. Venceu o Avaí em casa. Empatou com o Sport em Recife. Venceu o Santos em casa. E ontem humilhou o Vasco por 4 a 1 em São Januário. Sete vitórias, um empate e uma derrota. Com Oswaldo de Oliveira, o clube era o 15º colocado. A arrancada sob o comando de Marcelo Oliveira levou o Palmeiras já ao terceiro lugar da tabela.

O presidente Paulo Nobre está empolgadíssimo. Mais até do que muitos torcedores. Ele havia colocado como meta para Alexandre Mattos a classificação à Libertadores de 2016. Só que o sonho de título já começa a rondar a sala do dirigente. O Palmeiras não é campeão do país desde 1994. São 21 anos de jejum. O executivo de futebol e o treinador, que tanto sucesso fizeram no Cruzeiro, começam a perceber a bipolaridade palmeirense. Da profunda depressão à euforia é um caminho muito curto. Então tratam de controlar a ansiedade de Nobre. Levir Culpi já está no Atlético Mineiro desde abril de 2014. É um clube que já tem familiaridade. Foi campeão, perdeu títulos, foi elogiado, foi criticado pelos dirigentes. Sabe como conviver na Cidade do Galo. E a temperatura dos torcedores. O mesmo se aplica a Tite, no Corinthians. De campeão da Libertadores, mundial a desprezado. Tem a convicção do pode que exigir e até onde vai o apoio, a solidariedade dos dirigentes e torcida. Marcelo Oliveira está sendo apresentado à euforia palmeirense. Os torcedores, o presidente e muitos conselheiros já projetam a conquista do Brasileiro. Caberá ao treinador ser forte e mostrar que o caminho segue difícil. A sequência de adversários até o final do primeiro turno pode ser traiçoeira. Atlético Paranaense, no domingo às 11 horas, com a arena palmeirense certamente lotada. Depois, o Cruzeiro no Mineirão. O Coritiba no Couto Pereira. E o Flamengo em São Paulo.

O Palmeiras está a quatro pontos do Atlético Mineiro e a dois do Corinthians. A disputa pela liderança já domina o ambiente no clube. Marcelo e Alexandre tentam conter os ânimos. Mas o que fica transparente na atual situação do Palmeiras é a constatação. Algumas vezes um treinador precisa ser trocado. Seis meses são mais do que suficientes para mostrar sua falta de rumo tático, insegurança, fragilidade psicológica, falta de convicção, ambição. Eram pontos crônicos em Oswaldo de Oliveira. Paulo Nobre foi firme e não deixou passar a oportunidade. Um dos melhores técnicos do país estava desempregado. A troca de treinadores acabou sendo a melhor notícia no clube em 2015. Por isso, com razão, a ambição não é mais a mera quarta colocação no Brasileiro. A maneira empolgante do time com Marcelo Oliveira denuncia. Ele não venceu os dois últimos Brasileiros por acaso. Com o técnico, o Palmeiras volta a ter direito de fazer algo há já esquecido. Sonhar. E acabar com um incômodo jejum de 21 anos...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Jul 2015 08:29:08

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