Gilvan Tavares sabia muito bem quando estava contratando. Eram dois personagens problemáticos para qualquer direção de clube. Vanderlei Luxemburgo e seus intermináveis problemas extracampo. Paulo André e sua firme postura na liderança do movimento reivindicatório Bom Senso. O presidente do Cruzeiro conversou muito com o gerente de futebol Valdir Barbosa. Deixou definido que Luxemburgo e Paulo André só pisariam na Toca da Raposa se fossem apenas técnico e jogador. Não queria de maneira alguma que misturassem suas atividades fora do gramado. O primeiro a silenciar foi Paulo André. O futebol brasileiro vivendo uma revolução com CPI, MP, Marin preso. Marco Polo del Nero fragilizado. Cúpula da CBF aceitando a limitação de mandatos do presidente da entidade e das federações. A maioria dos grandes clubes devendo salários ou direito de imagem. E o líder do Bom Senso, que voltou da China, calado. Sem se manifestar. Cumprindo o que prometeu a Gilvan e Valdir.
Pior Vanderlei Luxemburgo. Mais um escândalo na sua vida pessoal. A ESPN divulgou os R$ 430 mil que ficou devendo para o cassino Wynn Las Vegas. Lá há rodadas de pôquer de 25 mil dólares, R$ 78 mil. Várias publicações já mostraram a relação do técnico com o pôquer. E que, inclusive, teria atrapalhado sua carreira. Há fotos de Luxemburgo jogando cartas em cidades com cassinos de alto nível, como em Punta del Leste. A dívida é do ano passado, em mais um período que estava desempregado. Ele deixou um cheque-promissório no valor de 300 mil dólares, R$ 941 mil. Só pagou 161 mil dólares, R$ 505 mil. O restante, não. Daí o cassino ter entrado na justiça no Brasil para receber. O escândalo estourou na semana passada. O normal seria Luxemburgo ter dado a sua versão de mais esse problema na justiça. Mas no Cruzeiro não aceita falar sobre a dívida. Nem seu advogado, Antonio Carlos Sandoval Catta Preta não se posiciona sobre o caso. São dois extremos. Mas Gilvan mostra quem manda no Cruzeiro. O líder Paulo André está silencioso. Na reserva, se preocupa em jogar. Afinal, ganha por produtividade. Quanto mais atuar, maior o salário. A empolgação com Luxemburgo já passou. Depois das primeiras vitórias, o time decepciona, estacionando na 11ª posição. O técnico mostra insegurança, falta de convicção. Em 40 dias na Toca da Raposa, não conseguiu repetir sequer uma escalação. O que deixa o ambiente tenso. Disso ele até fala. Só não toca nos problemas que viveu na CPI do Futebol, quando foi constatado que fraudou a idade durante toda a carreira como jogador. Escondeu três anos. Assinava Wanderley Luxemburgo, com w e y. Voltou ao seu nome verdadeiro, Vanderlei Luxemburgo da Silva. E também está proibido tocar na sua dívida com o cassino de Las Vegas. Muito menos sobre a vexatória cobrança pública. Com Paulo André, Gilvan exagera. Mas com Vanderlei Luxemburgo erra. O Cruzeiro só o proíbe de falar. Mas os erros estão aí. A cobrança do cassino é algo muito grave, documentada. Não é só Vanderlei que está sendo atingido por seu erro. É a imagem do comandante do futebol do Cruzeiro. A desmoralização pela cobrança pública afeta a Toca. O silêncio na sala de coletivas é pura hipocrisia. Não há um jogador ou jornalista que não comente o assunto. O escândalo é internacional. Será que vale a pena o clube trazer esse problema para o seu ambiente? Técnico com dívida com cassino cobrada na justiça? É o que Gilvan acredita ser melhor para o seu amado Cruzeiro?
Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 15 Jul 2015 18:55:55
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