segunda-feira, 27 de julho de 2015

Solução 'genial' de Aidar. Para o São Paulo se livrar de todas as dívidas e garantir sua reeleição. Leiloar garotos da base para torcedores milionários. Pobre futebol brasileiro...

Solução 'genial' de Aidar. Para o São Paulo se livrar de todas as dívidas e garantir sua reeleição. Leiloar garotos da base para torcedores milionários. Pobre futebol brasileiro...




A cada dia, Carlos Miguel Aidar surpreende. O presidente do São Paulo admitiu que havia um contrato com a própria namorada, Cinira Maturana. Ela ganharia 20% de comissão em negócios que fizesse com o clube. Com o namorado pressionado pelos conselheiros, Cinira pediu desligamento do clube. Em seguida, Aidar anunciou orgulhoso contrato com a empresa de material esportivo Under Armour. E nele também há comissão. Desta vez, só 15%. São R$ 18,3 milhões a uma empresa chamada de Far East Trading Global. Sua sede, em Hong Kong. Conselheiros ficaram revoltados com tanto dinheiro desperdiçado. o vice-presidente de comunicação e marketing do São Paulo, Douglas Schwartzmann, defendeu a negociação. De acordo com ele, o pagamento de comissão é "corriqueira". "Não tem nada de anormal. Comissão em negócios comerciais é absolutamente normal. O agente fez a prospecção, participou diretamente e fez a aproximação entre o clube e a empresa." O próprio vice disse a conselheiros que o nome da pessoa seria um norte-americano chamado Jack. Não se lembrava, porém, o sobrenome. No contrato apresentado aos conselheiros, não constava a identificação do intermediário. Mas havia uma cláusula interessante. A de número sete. A dava poder à Far East determinar qualquer outra empresa para receber os R$ 18,3 milhões. Bastaria apenas uma simples autorização. E não haveria questionamento. Aidar decidiu seguir inovando na administração esportiva ao admitir que o Morumbi é "velho e ultrapassado". O que não foi justamente a melhor maneira de convencer cantores e grupos de rock ou pop a querer se apresentar por lá. O estádio do Palmeiras já teve Paul McCartney e Roberto Carlos. Terá Kate Perry, Muse, Rod Stewart este ano. Rolling Stones será a primeira atração em fevereiro de 2016. Com a atual diretoria, salários e, principalmente, direitos de imagem passaram a atrasar. Chegaram a três meses e meio. Situação ruim, já que a maior parte dos vencimentos dos atletas está justamente nos direitos de imagem. Jogadores cobraram publicamente. O treinador colombiano Osório reclamou do desmanche do time. Ele tinha a promessa de uma grande equipe seria montada. E não jogadores iriam embora e não haveria peças de reposição. Depois de se indispor com membros de organizadas, Aidar decidiu baixar o preço dos ingressos no Morumbi. Cobrar até R$ 10,00 para sócios torcedores. O São Paulo só aumentou a dívida desde que o presidente assumiu no ano passado. Passa dos R$ 340 milhões. No peito e nas costas da camisa tricolor, o mesmo pedido na partida contra o Cruzeiro. "Seja sócio-torcedor." É o recurso porque Aidar não consegue encontrar uma empresa disposta a colocar sua marca como patrocinador master. Desde agosto do ano passado é essa constrangedora situação. Na ansiedade para conquistar sócios-torcedores, o clube enviaria boletos para pessoas que não pediram. O caso do advogado Alessandro Romano é incrível. Além dos boletos, ele foi identificado como "Alessandro Cidinho Romano". E sua casa foi classificada no envelope como "prostíbulo". Resultado, processo contra o clube por ofender a sua honra, sua dignidade. Exige 40 salários mínimos.

Mas como uma clarividência invejável, Carlos Miguel Aidar descobriu a "fórmula". A maneira com que todas as dificuldades financeiras do Morumbi acabarão. Ele não queria, mas decidiu expor aos pobres mortais o caminho. Do nada, ele conseguirá R$ 100 milhões. Como? Simples. Criará o Fundo de Investimento de Direito Creditório. O nome já instiga, cativa. A ideia então é fantástica. Aidar quer "pegar grandes são paulinos". "Quem são eles? Já tenho nomes elencados para convidar. Vinícius Pinotti, Abílio Diniz, Roberto Justus, Benjamin Steinbruch, Felipe Massa, Rodrigo Faro, Henri Castelli, Zezé di Camargo, Ives Gandra... A intenção é convidá-los a investir. O investimento mínimo é R$ 1 milhão." Calma, que tem mais. "Quando pegar esse dinheiro, vou ao banco e liquido toda a dívida bancária, adiro à MP do Profut, jogo a dívida fiscal e tributária, com a Timemania, de R$ 50 milhões, que eu herdei. Ainda tenho 190 meses para pagar isso, mas se jogar no Profut, passo a ter 240 meses e a prestação diminui." Aí vem o melhor. "Vamos pensar que temos um jogador jovem e bom, fixado com a multa rescisória de R$ 20 milhões para o Brasil e 30 milhões de euros para o exterior. O comitê de investimentos senta com o São Paulo, chega a um acordo sobre o valor e ele entra no fundo para dar lastro ao investidor pelo valor que o comitê e o clube acordarem. E fica lá. O dia em que o jogador for vendido, entra o dinheiro da venda dele, você remunera o investidor."

Não acabou. "Até o final do ano toda a dívida deve estar refinanciada e equacionada. Agora, para tirar a dívida da frente é difícil fazer uma projeção. O FIDC está com um modelo muito bem montado, só está com o custo um pouco alto, é um fundo de cinco anos renovável por mais cinco. Então eu acho que em cinco anos eu tiro a dívida da frente do São Paulo. É o tempo que me sobra de mandato. São dois neste atual e outros três da reeleição. Sou candidato à reeleição daqui dois anos e todo mundo aqui dentro já sabe disso." Aidar mostrou sua fórmula mágica em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. Disse que em 60 dias, colocará esse fundo "de pé". E que 80% do arrecadado irá para pagar a divida do clube. E investirá 20% no futebol. Em plena recessão, Aidar acredita que são paulinos ricos entregarão R$ 1 milhão, no mínimo, para investir em jogadores da base. Vai sanar as dívidas. Reforçar o time. E garantir sua reeleição. É inacreditável o que acontece no Morumbi. O clube já foi modelo de gestão. Era um tempo que bastava talento administrativo. Visão. Como para construir o maior estádio particular do mundo. O mais moderno CT do país. Um CT para os garotos que servia como referência. Centro de medicina esportiva melhor do que qualquer um na América do Sul e Europa.

Mas esse tempo ficou para trás. Há trinta, 20 vinte anos. O São Paulo atual está estagnado. Ficou para trás. Com Juvenal e Aidar dividindo o clube por seus egos. Sem patrocínio. Com a necessidade de uma nova arena. Envolvido em discussões com comissões em paraísos fiscais. Distribuindo boletos de sócios torcedores para quem não pediu. E agora buscando a cortina de fumaça de nomes pomposos como Fundo de Investimento de Direito Creditório. Na verdade, um mero leilão de suas promessas da base com torcedores enriquecidos. Se suas promessas são tão boas por que o clube não as vende e fica com todo o dinheiro? Ou será que elas não merecem assim tanto dinheiro dos clubes europeus? Aidar disse irá "pegar" esses são paulinos e fazê-los investir R$ 1 milhão. No mínimo, talvez possam colocar R$ 5 milhões. Quem sabe R$ 10 milhões, cada um? Não disse a maneira como irá pegá-los. Se pelo pescoço, talvez em uma chave de braço.

O melhor plano para administrar o São Paulo não pode ser a caridade alheia. E ainda, garantir a reeleição de um presidente. Para entender a crise no futebol brasileiro não é difícil.

Basta analisar como os grandes clubes são geridos.

A começar pelo tricampeão mundial São Paulo Futebol Clube...



Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 27 Jul 2015 12:55:11

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