domingo, 26 de julho de 2015

TJ Dillashaw mostrou que não é apenas um azarão. Deu outra aula, outra surra no irreconhecível Renan Barão. Manteve o cinturão do galos do UFC. O brasileiro terá de repensar a carreira...

TJ Dillashaw mostrou que não é apenas um azarão. Deu outra aula, outra surra no irreconhecível Renan Barão. Manteve o cinturão do galos do UFC. O brasileiro terá de repensar a carreira...




As dúvidas foram dirimidas a cruzados, diretos e uppercuts. TJ Dillashaw mostrou em Chicago que não foi por acaso que retirou o cinturão dos galos de Renan Barão. Na revanche que o norte-americano deu para o brasileiro, ele se superou. Ganhou os três primeiros rounds com uma superioridade que foi só crescendo. No começo do quarto assalto, uma saraivada de golpes calou os seus críticos, aqueles que o consideravam uma mera zebra. E nocauteou novamente o ex-campeão. Foi a vitória da confiança, do preparo físico, da velocidade, da precisão nos golpes. TJ Dillashaw voltou muito melhor do que o confronto em maio de 2014. Neste ano, ele conseguiu se aprimorar. A sua noção de distância e potência nos golpes e antecipação de movimentos foram sensacionais. A guarda baixa era uma armadilha fatal. Ele parecia ler a mente de Barão. "Depois que você perde o cinturão, chegam vários sentimentos. Vergonha, raiva, decepção. Mas aquele que não pode te dominar é a insegurança. No octógono, se o adversário sente o cheiro que não tem confiança, ele fica dez vezes mais forte. Aí, não tem saída." A definição de Júnior Cigano se encaixa perfeitamente no que ocorreu ontem à noite em Chicago. Barão não era nem sombra do lutador que ficou dez anos sem perder. Inseguro, evitando fitar nos olhos o adversário antes da luta. Fãs torciam para que o olhar fixo no chão fosse concentração. Não era. Apenas intimidação. Quem acompanhou os treinamentos da Nova União percebeu o esforço de Dedé Pederneira. Ele insistiu muito no lado psicológico do ex-campeão. Tenso, Renê até tatuou a imagem da avó que o criou no Rio Grande do Norte. Precisava se sentir mais seguro para a revanche.

O plano de luta de Barão era trocar, desta vez atento aos contragolpes, e levar o norte-americano no chão. Vencê-lo no jiu jitsu. Mas não conseguiu colocar em prática. Não aplicou nenhuma queda no rival. Cada vez que se aproximava, levava socos diretos, cruzados. TJ repetia a mesma provocadora postura de lutar com os punhos baixos. Oferecia o rosto. Mas bastava Renan tentar acertá-lo, e com ótimo jogo de pernas, o norte-americano contragolpeava. Foram vários golpes de encontro. Usava a vontade do brasileiro como sua aliada. Foi uma aula de boxe, de esquiva. No primeiro e segundo rounds, Barão ainda conseguiu usar bem uma arma. Os chutes na base do americano. Eles estavam entrando. Mas não houve sequência do brasileiro. Até porque seu fôlego começou logo a ir embora. Há dois motivos. Sua dificuldade em perder peso para lutar na categoria. E, principalmente, por seu nervosismo. A tensão atrapalha demais qualquer lutador. E Renan sentia a responsabilidade de reconquistar o título. Só que estava se frustrando. TJ estava muito melhor. Mais solto, atrevido, agressivo. O brasileiro perdeu os dois primeiros rounds. E entrava cada vez menos confiante. No terceiro ficou claro que o combate não chegaria ao final. Os juízes não teriam de mostrar suas notas. Dillashaw seguia dando um show de preparo físico e jogo de pernas. Renan, cansado, lento, frustrado, foi um alvo fixo para os socos do americano. Parecia que seria nocauteado, mas o gongo o salvou. Ou melhor, só adiou o sofrimento para o quarto round. TJ continuou sério, firme, determinado a encerrar a luta. Não deixou o brasileiro respirar. Foram socos e mais socos. A guarda de Renan já não conseguia impedir que as velozes mãos do americano fossem estourar no seu rosto. Foi uma vítima fácil demais. Aos 35 segundos, o combate estava terminado. O árbitro Herb Dean evitou o massacre. O nocaute técnico foi decretado com o brasileiro em pé. Tylor Jeffery Dillashaw não é uma zebra. É apenas o melhor lutador dos galos do UFC. A categoria é sua. Quanto a Renan Barão, ele e Dedé Pederneiras precisam reavaliar a carreira do potiguar. Ele continua muito talentoso. Não tem contusão crônica alguma. Mas precisa urgentemente decidir se vai continuar lutando até os 61 quilos ou vai subir para os penas. O desgaste de baixar o peso tem conseguido sabotar todo o seu planejamento. E antes de mais nada, Barão precisa fazer um grande trabalho psicológico. Sua confiança não existe mais. Depois que perdeu a primeira luta contra Dillashaw, quase se complica com o fraco canadense Mitch Gagnon. Em Chigaco, ontem, foi constrangedor. O brilho de campeão se esvaneceu dos olhos de Barão. E TJ se aproveitou. Mostrou o excelente lutador que sempre foi...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Jul 2015 00:29:19

Nenhum comentário:

Postar um comentário