segunda-feira, 27 de julho de 2015

Corinthians espera decisão de Tite diante dos palavrões de Vagner Love. O técnico nunca passou tamanho vexame. A dúvida é se enfrentará o jogador e seu contrato de R$ 9,5 milhões...

Corinthians espera decisão de Tite diante dos palavrões de Vagner Love. O técnico nunca passou tamanho vexame. A dúvida é se enfrentará o jogador e seu contrato de R$ 9,5 milhões...




Um dos momentos mais temidos pelos treinadores dos grandes times do Brasil é na hora da substituição. Principalmente de jogadores importantes, com nome. Os que custaram mais. Aqueles que ganham os maiores salários. Os que são estupidamente chamados de patrimônios do clube. Sob essa aura, o abuso é corriqueiro. Os diretores de imagem já orientam seus câmeras. Quando um atleta for substituído, o close é obrigatório. Seu rosto deve ficar o mais nítido possível. Qualquer palavrão é a certeza de polêmica. Garantia de discussões por horas. Os técnicos costumam ficar desmoralizados. O normal no hipócrita futebol deste país é o pedido do dirigente para o treinador minimizar. Pensar na desvalorização do atleta. No enorme problema que seria criado o afastando do grupo. Há o pedido de paciência. De esperar a temporada terminar. Advogados experientes de clubes importantíssimos já me juraram em off. As multas de 30%, 40% dos salários por indisciplina são balela. Desculpas esfarrapadas para acalmar imprensa e torcida. Elas são proibidas. O clube pode descontar, no máximo, 10%. Sindicalistas de atletas me confirmaram a informação. E muitas vezes, nem os 10% são cobrados. Diante desse cenário, os jogadores se sentem à vontade para expor sua raiva quando percebem que vão sair. O mais cruel é que eles sabem que as câmeras o estão acompanhando. Os palavrões de Michel Bastos e o chilique de Ganso ao ser substituído por Juan Carlos Osório foram mostrados para todo o Brasil. Eles não são garotos. Nem psicologicamente descontrolados. As dezenas de câmeras que filmam cada detalhe de um jogo no Brasil, os focalizaram. Michel Bastos pediu desculpas ao treinador colombiano. Ganso nem isso fez. Osório não quis levar o assunto adiante. Como desejava a direção do São Paulo. Mas no cenário do futebol brasileiro, Osório não tem a imagem de homem democrata, de lorde, como gostaria. Seu comando é seriamente questionado. E hoje quem passa por essa situação é Tite. Não bastasse o treinador ter passado pela raiva do fracasso do seu manjado plano: lutar para o Corinthians sair na frente do marcador e depois segurar o resultado a qualquer custo. Colocar o time covardemente na defesa em vez de buscar o segundo gol. O adversário era o fraquíssimo Coritiba, na zona do rebaixamento. Tomou o empate aos 41 minutos da etapa final. Se distanciou dois pontos do líder Atlético Mineiro.

O que já seria motivo de aborrecimento, acabou agravado. A atitude de Vagner Love foi absurda. Justo ele que se relaciona tão bem com as câmeras. Desde o início de sua carreira entendeu o poder da televisão. Ao perceber que deixaria o campo, balançou a cabeça em reprovação. E já com as câmeras "fechadas" no seu rosto, ele falou. "Vai tomar no ... Po..." Talvez nem familiares do jogador dessem tanto apoio a ele como Tite. O treinador sabe. Na China, o treinamento costuma ser apenas em um período. Geralmente à tarde. O atleta não tem 30% da exigência física do Brasil. Vagner Love já está caminhando para o ocaso se sua carreira. Já fez 31 anos. Os arranques, a explosão muscular que garantiam a chegada antes dos zagueiros na bola, são cada vez mais raros. Ele estava envelhecendo mal como jogador. Não é por acaso que está há cinco partidas sem marcar. Nos 29 jogos que atuou no Corinthians, estão incluindo partidas contra adversários insignificantes no desimportante Campeonato Paulista. Nem assim. Seus números são péssimo. Apenas cinco gols desde que foi contratado. Tem apenas três gols no Brasileiro. Aliás, ele só está no Parque São Jorge por causa de Guerrero e seus empresários. Eles recusaram a proposta de renovação do ex-presidente Mario Gobbi. O dirigente ficou possesso quando soube. Disseram que não aceitaram mais conversar com Gobbi, dirigente em fim de mandato. Esperariam pelo novo presidente, que sabiam ser Roberto de Andrade.

Desafiado publicamente, o delegado que nasceu em Jaú resolveu dar o troco. E contratou Vagner Love. São 19 meses de compromisso. R$ 500 mil mensais. Comprometeu R$ 9,5 milhões do Corinthians. Mesmo com a certeza que o clube teria dificuldades financeiras com o Itaquerão. Como está acontecendo. Tite sabe que está em desvantagem. Nunca foi desmoralizado desta maneira no Parque São Jorge. O máximo que havia acontecido era Sheik não querer cumprimentá-lo ao ser substituído, em 2013, contra o mesmo Coritiba. Só que no Pacaembu. Ele foi parar na reserva. O relacionamento entre eles deixou de ser fraterno, ficou muito frio. O técnico é quem havia conseguido a renovação de seu contrato. O Corinthians não queria, por estar "velho". O treinador corintiano é muito emotivo. Ele acredita de verdade que está trabalhando com amigos. Com Vagner Love, não poderia ser mais cuidadoso. Percebeu o quanto ele precisava de treinamento físico. O deixou apenas se preparando, evitando o desgaste dos jogos. Mas sempre esteve presente, animando o jogador. Dizendo o quanto precisaria dele, com a saída de Guerrero. Tite também trabalhou várias vezes só com o atacante. Queria aprimorar as finalizações. Precisava de seus gols. Mas mesmo depois de tanta atenção, o jogador não conseguia retribuir. E mostrava sua irritação no Parque São Jorge. Os sorrisos acabaram. Ele sabe que seu desempenho é pífio. A ponto de Tite não ter dúvidas em pedir outro atacante. Já aceitou a oferta de empresários. Jonathas. Ex-promessa da base do Cruzeiro e da Seleção Brasileira sub-20. Perambula na Europa desde 2009. Sem grande sucesso. Atuou no holandês Alkmaar, nos italianos Brescia, Pescara, Torino, Latina Calcio e no espanhol Elche.

Ele está registrado no Maga, clube catarinense da Terceira Divisão. Seu empresário, o italiano Mino Raiola, é dono do Maga. O Corinthians deseja o empréstimo até 2018. A direção sente que Jonathas e Raiola estão ganhando tempo. Esperando se alguma equipe europeia não aparece até o dia 31 de agosto, quando a janela se fecha. Foi frustante a atitude de Tite em relação a Vagner Love. Mal acabou o jogo, todos sabiam o que o atacante havia feito. Repercutiu nas tevês, rádios, portais. O treinador se recusou a falar sobre o desacato. Nunca nos seus anos do Corinthians teve um atleta soltando palavrões ao ser substituído. Os dirigentes esperavam a reação ainda hoje. Adiar a decisão é só favorece Love. O gerente Edu Gaspar já tenta a conciliação. Um pedido de desculpas para o grupo. Talvez uma multa que ninguém nunca saberá se foi cobrada ou não e vida que segue. Cabe a Tite, treinador que diz prezar a disciplina, e que sonha um dia assumir a Seleção, aceitar ou não a conciliação. Assim como aconteceu com Sheik, a decepção veio do jogador que mais apoiou no Parque São Jorge. E que menos correspondia em campo. Aos 31 anos, Vagner Love pode alegar qualquer coisa. Mesmo que não sabia que estava sendo filmado. Se Tite não deseja ficar desmoralizado como Osório, precisa agir. Técnico importante no mundo não aceita palavrões de jogador substituído. Por mais que seja uma das estrelas do time. E tenha um contrato de R$ 9,5 milhões...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 26 Jul 2015 23:35:36

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