terça-feira, 14 de julho de 2015

Ganso foi a gota d'água. Osório quer que a diretoria do São Paulo discipline os jogadores. O colombiano está perdendo o comando do time. É o pecado mortal para qualquer treinador...

Ganso foi a gota d'água. Osório quer que a diretoria do São Paulo discipline os jogadores. O colombiano está perdendo o comando do time. É o pecado mortal para qualquer treinador...




Juan Carlos Osório se cansou. Embora tenha o apelido de Lorde não quer mais levar desaforo para casa. Seu medo é perder o comando do time. Michel Bastos, Centurión e Ganso já expuseram o treinador colombiano. O caso mais dolorido, que o irritou aconteceu domingo. Osório se aproximou de Ganso na hora da troca. Queria cumprimentá-lo. Recebeu todo o desprezo do meia. O técnico não se conformou. Desde que chegou ao São Paulo ele vem sendo aconselhado até a colocar o meia no banco. Mas o colombiano enfrentou dirigentes e garantiu que Paulo Henrique tem potencial para ser um dos melhores jogadores não só do São Paulo, mas da Seleção. Teve várias conversas com o jogador. Algumas públicas para deixar claro que o estava não só cobrando. Mas o incentivando a mostrar todo o potencial que Osório enxerga.

Mas ao ser ignorado no domingo, Osório explodiu. Quer uma postura mais firme da diretoria. O técnico entende que está sendo exposto ao ridículo. Daqui a pouco terá de pedir permissão para um jogador na hora em que desejar o substituir. Ao contrário do que gosta de aparentar, o vice de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, não é tão enérgico quanto gosta de aparentar para a imprensa. Ele gosta de falar alto e dizer que a diretoria se impõe diante dos jogadores. Mas nos bastidores, o dirigente é conhecido por seu comportamento dócil, amigável. O que só incentiva essa postura desrespeitosa. Osório é vivido. Está em um país estrangeiro. Não quer e nem vai comprar uma briga pública com ídolos de um dos grandes clubes brasileiros. Por isso tratou em entrevistas após os incidentes "fazer o jogo". Disse que não levaria para o lado pessoal e que estava buscando ganhar a confiança dos atletas. Mas o técnico não tem outra saída a não ser enfrentar os rebeldes.

No São Paulo, desde Muricy adoentado, passando pelo interino Milton Cruz até Osório, os jogadores têm muito espaço. Reclamam, cobram, palpitam. Talvez seja a equipe no Brasil que os atletas tenham mais autonomia. A começar por Rogério Ceni. É muito comum o goleiro procurar companheiros desanimados, com problemas, irritados, tensos. Foi ele quem controlou os nervos do time com os quase quatro meses de atraso de direito de imagem. Ele é mais procurado para conversas particulares do que Osório e Ataíde juntos. O presidente Carlos Miguel Aidar nem é levado em consideração. Sua postura elitista o afasta dos atletas. E ele gosta disso. Osório ainda é novo neste cenário. Sabe da liderança de Rogério Ceni. Não tem como brigar. Estuda português de forma ensandecida. Quer ganhar a amizade, a cumplicidade dos atletas. Ele era adorado na Colômbia por sua parceria com todo o elenco do Atlético Nacional. Chorou na sua despedida. Assim como vários jogadores. Mas ainda está sendo tratado como um estrangeiro pelos jogadores do São Paulo. Seus métodos são considerados surreais. Como definir o esquema tático adversário e o que deseja com chinelos. Antes da partida contra o Coritiba, ele fez questão de se intrometer no aquecimento dos jogadores. Protegeu a bola de Jonathan Cafu. Seus recados em canetas azuis e vermelhas também fogem do normal. Ou seja, os jogadores do São Paulo estranharam. E não foram todos que o levaram profundamente a sério. A dificuldade de idioma e a sua docilidade natural acabaram por confundir.

Diante da falta de gritos, palavrões, socos na mesa e chutes em garrafas de água, o elenco acredita estar diante de um técnico sem pulso. Por isso tanta coragem. Se fosse alguém explosivo como Felipão, Michel Bastos não apontaria para o próprio peito e perguntaria "Eu? Eu? Eu?"ao ser substituído. E falaria as belas palavras "filho da p... do cara..." Ou Centurión usaria o twitter para lembrar que não é o Mister M. "Entrando do banco, para jogar dez minutos, nem o melhor jogador do mundo pode fazer magia." Ou Ganso não daria a mão para o truculento Scolari se ele o esperasse à beira do gramado? Jogadores de futebol agem de maneira previsível. Ainda mais quando o assunto é indisciplina. Se Michel Bastos tivesse sido punido, o exemplo teria sido dado. Ou mesmo o argentino Centurión. Osório não quer a oportunidade passe em relação a Paulo Henrique Ganso. O técnico pode se comportar como um lorde, ser erudito. Mas quer sua autoridade sendo levada a sério pelo time. Quer que Ataíde faça sua obrigação e puna Ganso. Repreensão para a imprensa e torcida acompanhar é pouco.

Porque se, pela terceira vez nada acontecer, o treinador colombiano poderá perder de vez o seu comando. Esse é o pecado mortal para qualquer técnico. Aí não tem chinelo, canetinha, livros de autoajuda que consertem. A omissão já passou do suportáve. Até quando os jogadores do São Paulo vão humilhar seu treinador? Com a palavra Ataíde Gil Guerreiro. Chega de tietagem. Dirigente precisa se impor diante dos jogadores. E preservar o treinador quer foram buscar na Colômbia. Além do desmanche, oferecer guarida à indisciplina é inaceitável. A hora de cobrar é agora. Quando os salários e os direitos de imagem estão em dia. O que infelizmente já virou raridade no Morumbi...




Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Jul 2015 12:46:34

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