domingo, 19 de julho de 2015

A eficiência venceu o talento. Em um dos melhores jogos de 2015, o vibrante Corinthians derrotou o poderoso Atlético Mineiro. Partida sensacional, digna dos melhores times do Brasileiro...

A eficiência venceu o talento. Em um dos melhores jogos de 2015, o vibrante Corinthians derrotou o poderoso Atlético Mineiro. Partida sensacional, digna dos melhores times do Brasileiro...




Foi um jogo sensacional. Daqueles que fazem que a esperança do renascimento do futebol brasileiro. Corinthians e Atlético Mineiro foram no seus limites. Tite e Levir Culpi duelaram taticamente de maneira incrível. Mexeram suas peças como se o gramado do Itaquerão fosse um grande tabuleiro de xadrez. O estádio lotado deu toda a dramaticidade de uma partida imprevisível. Eram ataques em bloco dos mineiros, que pareciam em casa, contra os contragolpes mortais dos paulistas. A eficiência venceu o volume de jogo, a volúpia, a estratégia moderna. Malcom fez o gol que deu a vitória para o guerreiro, vibrante Corinthians por 1 a 0. Não é por acaso que os dois times têm 29 pontos, lideram o Brasileiro. Com os mineiros ficando em primeiro por saldo de gols. "Eu pude ajudar o grupo. Fiz o meu melhor, mas aqui é um grupo que trabalha forte. É um grupo. Ninguém faz nada sozinho", repetia Walter. Ele fez pelo menos cinco grandes defesas. "Eu só tenho a agradecer ao Tite e aos meus companheiros. Foram muito difíceis esses dias", desabafava Malcom, autor do gol da vitória. Ele se referia à denúncia de que teria comprado sua licença para dirigir. "Contra o Corinthians, é sempre difícil. A equipe jogou bem, teve pelo menos cinco chances de marcar. Estamos de parabéns pela partida que fizemos. O time jogou muito bem. Fica a certeza de que estamos fortes para a sequência da competição. Mesmo com a derrota, mostramos nossa força e poderíamos ter saído daqui com os três pontos", dizia, inconformado, Victor. Empolgação e chances de gols não faltaram. Tite tinha como missão primeira tentar travar o excelente poder ofensivo do melhor ataque do Brasileiro. Ele sabia que Levir libera os dois laterais, avança os volantes ao lado do meia Giovanni Augusto. E na frente, um eficiente trio, sem posição fixa. Luan, Lucas Pratto e Thiago Ribeiro. É muito interessante e prazeroso ver o Atlético Mineiro. É a equipe de mais talento do futebol brasileiro. O Corinthians não tem esse talento todo. Mas aposta da doação, no preenchimento do espaço, na vibração. E atuando no Itaquerão, no coração de seus torcedores que empurram o time do primeiro ao último segundo. Ainda mais quando o adversário é poderoso como o Atlético. O Corinthians primeiro tentou marcar forte para depois contragolpear. Bruno Henrique e Elias tinham a companhia de Renato Augusto muito mais preso do que normalmente. Rildo entrou no lugar do suspenso Jadson. E precisou abdicar da sua vocação ofensiva para ajudar a compor o meio de campo. Fagner e Uendel foram laterais dos anos 70, proibidos de atacar. Não podiam dar espaço a Marco Rocha e Douglas Santos, alas/pontas atleticanos. O Atlético mostrava seu eficiente e elegante toque de bola. Fazia gelar os corações de mais de 36 mil torcedores. Mas bastava o Corinthians contra-atacar, com velocidade e muita movimentação de Vagner Love e Malcom, que o setor defensivo mineiro sofria. Foi uma partida de tirar o fôlego. Com cada time mostrando sua proposta de jogo. Walter substituiu à altura Cássio. Foi muito eficiente. Mesmo com Gil fazendo excepcional partida. Mesmo assim Pratto obrigou o goleiro a grandes defesas. Giovanni Augusto mostra futebol empolgante, visão de jogo e técnica capazes de abrir a trava montada por Tite.

Walter e falhas de finalização salvavam o Corinthians. Falta de capricho no último passe do contragolpe era cúmplice do Atlético Mineiro. Até que aos 41 minutos, o time de Levir estava abafando o seu adversário. Seu sistema defensivo estava adiantado. Bastou Leonardo Moura dar a bola na fogueira para Rafael Carioca. Elias ganhou a disputa de cabeça. E assim que a bola caiu, ele acertou ótimo lançamento de Vagner Love. O atacante se aproveitou pegando Marco Rocha de costas. Desceu em velocidade, Rildo correu como um alucinado, chamou a atenção dos zagueiros. Mas Love serviu Malcom que vinha pelo meio livre. O chute foi seco, firme. Indefensável para Victor. Corinthians 1 a 0, aos 41 minutos do primeiro tempo. Malcom comemorou chorando. Desabafou toda a tensão que passou durante a semana, com a polêmica sobre sua carta de habilitação. É um garoto de 18 anos. Mal orientado, como muitos jovens jogadores. Na segunda etapa, o Atlético Mineiro não voltou para empatar a partida. Queria virar. Pressionou a saída de bola, marcou na frente, parecia ter pela frente uma equipe pequena no Mineirão, não o Corinthians no Itaquerão. Criou várias chances de gol. Pelas pontas, triangulações. Pelo meio, tabelas. Walter se desdobrou. Conseguiu evitar que fosse feita justiça no placar. Mas o Corinthians não estava morto. Seus jogadores apenas se desdobravam, faziam o que havia sido pedido por Tite. Marcar muito e contragolpear pelos lados, entre os laterais/pontas e os volantes atleticanos. Foi assim que Malcom e Mendoza perderam chance de fazer o segundo gol. Victor mostrou porque é um dos melhores goleiros do Brasil. Há anos.

Não bastassem os 90 minutos de emoção. Os quatro minutos da prorrogação foram de arrepiar. Com dois lances agudos, fantásticos. Walter fez uma intervenção corajosa saindo aos pés de Pratto, ótimo atacante. Conseguiu evitar o empate. 30 segundos depois, Victor salvou chute de Mendonza, livre da grande área. Assim que o bom Anderson Daronco acabou o jogo, vibração, com razão. De Tite, dos seus jogadores, da torcida. O Corinthians venceu nas fibras do coração uma partida sensacional. Os atleticanos mereciam o reconhecimento dos adversários. Não havia corintiano que não dissesse que o time havia derrotado um dos maiores candidatos ao título do Brasileiro. Em meio a tanta festa, só o vexame da diretoria corintiana. Deu apenas 170 ingressos para o Atlético Mineiro vender aos seus torcedores. Cerca de dois mil deles ficaram do lado de fora do Itaquerão, com dinheiro, mas sem ter entradas para comprar. Muitos pais com seus filhos nos braços. Isso não é atitude de um clube com a história do Corinthians. Atitude pequena de seus dirigentes. Vexame desnecessário em uma noite de belíssimo futebol...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 19 Jul 2015 00:28:02

Nenhum comentário:

Postar um comentário