quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Demora do STJD transforma em político o julgamento das nojentas cusparadas em Tite no Independência. Se o Atlético perder mando, a desconfiança de ajuda ao Corinthians. Se não perder, a interpretação poderá ser de manter a emoção até o fim do Brasileiro...

Demora do STJD transforma em político o julgamento das nojentas cusparadas em Tite no Independência. Se o Atlético perder mando, a desconfiança de ajuda ao Corinthians. Se não perder, a interpretação poderá ser de manter a emoção até o fim do Brasileiro...




"Saí puto da cara. Passei o jogo todo tomando cusparada nas costas e não é a primeira e nem a segunda vez. Passei o jogo todo assim e não consigo trabalhar. Estou fedendo a catarro. É a terceira vez que acontece isso. Tenho relatado aos árbitros, pedido, então aproveito para pedir publicamente. Não é a torcida toda, não é o Santos. São algumas pessoas que não entendem que estou trabalhando e devo ser respeitado igual eles." "Eu estava em um dilema. Entre fazer meu trabalho retido na casamata ou chamar a atenção. Porque colocar uma capa, eu sabia, iria chamar a atenção. Falei para os caras: ‘O que eu vou fazer?’. Vamos trabalhar. Mas não é só aqui. É uma situação geral”, afirmou o técnico. "Em todos os estádios, existe um grande número de mal-educados. Isso aí é falta de educação. É berço, de pai para filho. E acontece em todos os locais, não estou falando que é aqui só. Todos nós temos que ajudar um pouquinho. Não dá para o cara (o técnico) trabalhar sem cusparada." A Vila Belmiro preparou e o Independência consolidou a nojenta situação vivida por Tite. Foi recebendo cusparadas cheias de catarro no estádio do Santos que o treinador decidiu usar agasalho com capuz, em Belo Horizonte. Se preservou, mesmo assim, a situação é humilhante, inaceitável. Basta tentar imaginar. A pessoa levanta para orientar seu time e fica tomando cusparada pelas costas. Atitude de covarde.

Levir Culpi foi muito digno. E pediu para os vândalos infiltrados na torcida do Atlético Mineiro parassem de cuspir. Deixasse o rival trabalhar. A disputa pelo título brasileiro ficava em segundo plano. O que valia era a dignidade. Assim que acabou o jogo, Tite deu seu agasalho cheio de cusparadas para os roupeiros. Eles iriam lavar a peça cheia de catarro. O treinador não suportava nem olhar para o agasalho, de tanto nojo. A situação foi mostrada para todo o Brasil. Infelizmente é uma situação recorrente. Não só na Vila Belmiro como no Independência. Como o mesmo Tite falou, no Itaquerão também acontece. As novas arenas facilitam a proximidade do torcedor do banco de reservas adversário. Mas desta vez o árbitro Heber Roberto Lopes colocou de foram indiscutível o que ocorreu no Independência, neste primeiro de novembro. "Relato que aos 15º do 1º tempo, foi solicitado ao policiamento dentro do estádio que reforçasse o contingente de policiais atrás do banco de suplentes da equipe do Corinthians em virtude dos torcedores do Atlético-MG localizados atrás deste banco estarem cuspindo no treinador do Corinthians, sr. Adenor Bachi. Informo também que o treinador do Atlético-MG, sr. Levir Culpi se dirigiu próximo aos bancos de suplentes do Corinthians e também solicitou aos torcedores que estavam localizados atrás do banco de suplentes do Corinthians que parasse com as cusparadas. Após estas atitudes não ocorreram mais cusparadas no treinador do Corinthians. Informo também que não houve necessidade de paralisar a partida." Auditores do STJD estavam aguardando só a denúncia. A cúpula da CBF há muito tempo estava acompanhando o que acontecia na Vila Belmiro e no Independência. O estádio que desse o primeiro grande vexame em relação às cusparadas sofreria as consequências. Lógico que quem deveria ser preso e pagar pelas cusparadas seriam os autores. Os vândalos nojentos. Só que nenhum dos covardes escarradores foi detido. Nenhum. Como é praxe no país. Por isso, o Atlético Mineiro corre risco de punição exemplar. Teoricamente poderia perder dez mandos de jogo e ainda multa de R$ 100 mil. O STJD não vai ser tão rigoroso. Mas por mínima que seja a punição pode atrapalhar o clube com sua remotíssima chance de ser campeão brasileiro. O time tem mais dois jogos em casa. Contra Goiás e Chapecoense. Se punido, o clube não poderá atuar a menos de 100 quilômetros do Independência. O artigo 63 do Regulamento Geral das Competições de 2015, não poderia ser mais claro. Os clubes, sejam mandantes ou visitantes, são responsáveis por qualquer conduta imprópria do seu próprio grupo de torcedores nos termos do artigo 67 do Código Disciplinar da FIFA. Por isso quando o vândalo é detido mostra o interesse do clube em punir o infrator. Mas quando nada acontece com o delinquente, a punição é para a entidade. O advogado Lucas Otoni defenderá o Atlético Mineiro no julgamento marcado para as 10h30 desta sexta-feira. A Vila Belmiro continuará sendo observada de perto pelos árbitros. Como era o Independência, de acordo com determinação da Comissão de Arbitragem. Uma hora essa nojenta agressão precisava acabar nos estádios. Será questão de decência. A lamentar essa demora. Uma pendência disciplinar na Europa é resolvida no dia seguinte. Essa inexplicável perda de tempo até o julgamento é revoltante. Torna a questão política. Acaba com a credibilidade do futebol no país. Se o Atlético for punido, há os que gritarão. Alegarão benefício ao Corinthians. Se não for, o motivo pode ser salvar a disputa final. A emoção. A justiça esportiva no Brasil é lastimável. Consegue complicar os casos mais simples...





Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 11 Nov 2015 19:42:55

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