
Uma mudança ousada de Dunga mudou todo o panorama de Brasil e Argentina. A Seleção era envolvida e perdia para o time de Gerardo Martino por 1 a 0. Mesmo sem Messi, Aguero, Tevez, Zabaleta e Pastore. O que seria um desastre. Aos 11 minutos do segundo tempo, o técnico mudou todo o sistema ofensivo. Colocou Douglas Costa no lugar de Ricardo Oliveira. O que parecia um erro. Trocou o jogador definidor, artilheiro, por um flutuante, Douglas Costa. Ele atuaria ao lado de Willian e Lucas Lima. E Neymar passaria a atuar mais adiantado. Em dois minutos, a alteração dava resultado. Douglas Costa recebeu cruzamento perfeito de Daniel Alves, a cabeçada acertou o travessão. A bola sobrou para Lucas Lima chutar forte: 1 a 1. O empate, no Monumental de Nuñez, foi um importante resultado para o pressionado Dunga. O Brasil chegou a quatro pontos em quatro jogos. Um empate e uma vitória. Pior para os argentinos que, nos seus três primeiros jogos das Eliminatórias, conseguiram apenas dois pontos, com dois empates. "O Brasil teve uma postura de mudar um pouco. Ter começado atrás no placar faz com que você tenha que melhorar no jogo. Se conseguíssemos encaixar o último passe, poderíamos ter um placar ainda melhor", disse Renato Augusto. "Jogando aqui, a gente sabia que seria uma partida difícil e um ponto fora de casa está de bom tamanho. No segundo tempo, a gente conseguiu criar um pouco mais jogadas, poderíamos ter feito o segundo gol, mas um ponto está bom. No primeiro tempo, a gente até estava saindo bem com a bola, mas estávamos perdendo a bola e dando o contra-ataque para eles. No lance do gol deles, perdemos a bola na frente e saiu o contra-ataque e fizeram o gol. Mas, no geral, a seleção brasileira fez um bom jogo, é difícil jogar aqui contra a Argentina, então, acho que um ponto é melhor do que nenhum", filosofou Willian. A baixa foi a expulsão tola, infantil de David Luiz. Não bastasse falhar durante toda a partida, o zagueiro mostrou o repetitivo descontrole emocional. Além da lentidão, sua marca registrada. Foi nas suas costas o gol da Argentina, de Lavezzi. Contra o Peru, Dunga poderá escalar Miranda e Gil, dupla que o técnico vê com empolgação. O maior clássico da América do Sul não pôde ter o nível técnico que merecia. Não por causa da Argentina, porque o Brasil não tinha desfalque no seu time titular. A perda de Messi já é um enorme transtorno. Mas Aguero, Tevez, Zabaleta e Pastore também não tinham condições de jogo.

O que sobrou para o ameaçado Gerardo Martino foi organizar a melhor maneira como colocaria seu time em campo. E no primeiro tempo, ele conseguiu se impor como quis. Marcou adiantado, a saída de bola brasileira. Sufocou a equipe de Dunga atrás. Di Maria foi excelente nos primeiros 45 minutos. Tinha toda a liberdade dada por Dunga, de forma inexplicável. Encurralado, o Brasil desprezava seu meio de campo. Passou a viver de chutões na sua grande área para o ataque. De nada adiantava ter Dunga escalado Elias e Lucas Lima, jogadores habilidosos. Eles viam a bola passar por cima de suas cabeças. Enquanto isso, os argentinos articulavam ataques e mais ataques com o trio que não guardava posição e enlouquecia a zaga: Di Maria, Lavezzi e Higuaín. Criaram e desperdiçaram várias chances no primeiro tempo. O Brasil estava todo inseguro, tenso. E a Argentina não demorou para sair na frente. Di Maria lançou Higuaín. Ele descobriu Lavezzi livre, diante de Alisson. Quem chegou atrasado na jogada mais ensaiada em todos os clubes do mundo? David Luiz, claro. Gerardo Martino ficou muito feliz com o domínio sobre seu time sobre o brasileiro. A Argentina desceu aplaudida para os vestiários. A superação da equipe com desfalques tão importantes era emocionante. A rigor o Brasil só teve uma chance. Cabeçada de David Luiz por cima do gol de Romero. Mais nada. A parte ofensiva não funcionava. Neymar jogou mal, individualista, desperdiçou vários contragolpes tentando driblar. Dunga precisava mudar o jogo. Se o Brasil perdesse e se complicasse contra o Peru, na terça, Marco Polo poderia tirar o seu emprego. E o treinador enxergou muito bem. Viu a ineficiência de Ricardo Oliveira, já que a bola não chegava. Esperou 11 minutos. Mas viu que nada acontecia. Colocou Douglas Costa. Seu time ficou mais habilidoso, ágil. O que foi péssimo para os fracos zagueiros argentinos.

Fonte: Esportes R7
Autor: cosmermoli
Publicado em: 14 Nov 2015 00:03:20
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